Radio Cinemaxunga

O futuro da humanidade é negríssimo, neste scifi sueco que nos conta a viagem desafortunada de uma nave que se perde a caminho das colónias de Marte. Uma amostra da nossa humanidade, carregada de tristeza e funestas possibilidades que só o são pelo realismo. Gajas nuas e sexo em barda, para vos aliciar.

Convidados, finalmente convidados no podcast mais isolado de Portugal. Carlos Reis, compincha das Nalgas, traz uma pérola esquecida. Underground de Emir Kusturica ressurge do pântano do esquecimento pela sempre eloquente sapiência de Don Carlos, o Grande.

Farrah Fawcett e Kirk Douglas encontram-se isolados no espaço, numa estação chamada Saturn 3. No meio de tanto amor para o bem da ciencia, são visitados por Harvey Keytel que se faz acompanhar por um robot. Drogas, inteligência artificial assassina e orgias no espaço.

Cate Blanchett interpreta um maestrina focada em manter a sua posição dominante no topo da maestragem, num filme bonito, asseado, inteligentemente escrito, belissimamente interpretado, imersão total na personagem. É, também, um filme que se espalha por toda uma palete de tons e linhas narrativas com a certeza apenas que quer desembocar numa história de decadência. 

Um jovem perdido na vida, sem rumo profissional, fica preso num supermercado com a super sexy Jennifer Connely de 1991. Num esquema de reorganização de prioridades de vida, ao estilo Breakfast Club, lá vão de corredor em corredor em direção das carnes, onde planeiam mergulhar os enchidos numa redonda e oleada regueifa. Voicemail: https://www.speakpipe.com/cinemaxunga

Amigos, estava aqui a brincar sozinho e pensei fazer-vos um episódio musical. Peço desde já as minhas desculpas. Beijocas

A história de Blu, uma arara azul domesticada que nunca aprendeu a voar e que vive com a sua dona, Linda, em Minnesota, nos Estados Unidos. Quando descobrem que Blu é o último macho da sua espécie, eles partem para o Rio de Janeiro, no Brasil, para encontrar a última fêmea, Jewel. Falamos também da sequela, neste domingo para crianças.

As florestas da Terra foram colocadas em naves espaciais a orbitar Jupiter e cabe a um jovem Bruce Dern impedir a destruição permanente da última flora terrestre. Acompanhado dos seus robots, sozinho pelo espaço aberto, até onde o destino e a irritante música de Joan Baez o possa levar.  Voicemail: https://www.speakpipe.com/cinemaxunga

Uma distopia baseada em laticínios cobre de negro os Alpes Suíços. Heidi é separada do seu namorado, Pedro, e do seu avózinho. Enviada para a prisão, onde é chibatada constantemente no rabo nu, planeia a fuga. A vingança será sua, pelo futuro da Suiça. Munida de armamento pesado e de uma lira com a qual canta "Avozinho diz-me tu, quantos pelos tens no c..." HEEEEIIIIDDDIIII. Em 3D onde disponível Voicemail: https://www.speakpipe.com/cinemaxunga

Um grupo de cientistas desenvolve uma máquina chamada The Resonator que desperta as consciências e abre o terceiro olho (eheh). Com as energias ampliadas, os humanos tornam-se semideuses vestidos de cabedal sado maso para destruir o mal que vem das trevas. Dos criadores de Re-Animator, baseado no imaginário de Lovecraft e com Barbara Crampton em pelota. Voicemail: https://www.speakpipe.com/cinemaxunga

Shiamané está de regresso ao grande ecrã com mais uma aguardada obra daquele que é o realizador com o rácio mais alto de mais amado/mais falhado. Desta vez com os cavaleiros do apocalipse a baterem à porta de uma jovem família a pedir sacrifico ou senão ligam a TV para os obrigar a ver o Domingão com o Emanuel. Decisões difíceis durante 90 minutos.

De volta, com a convidado dos domingos para falar do novo Ant Man e em como já não há paciência para o MCU. Santo Domingo Avé Maria

Passamos rapidamente para dizer olá e para este jovem cinéfilo falar do filme que viu ontem, Inside Out da Pixar. Uma obra prima do cinema que esta criança descobriu e que amou. Santo Domingo Avé Maria, amiguinhos!

O tema "eat the rich" está de volta ao menu, nesta década de comer os ricos, como se isso os incomodasse muito. Ralph Fiennes com nariz apurado é o capitão deste barco que naufraga mas que não é o Triangulo da Tristeza. Cozinha fina, humor grosso e critica social mordaz. Não o suficiente para ser soberbo é, digamos, saboroso.

Jesus Franco e a exploração sexual. Filme softcore que deixa pouco à imaginação. Ao longe, de maneira ténue, há também um caso de polícia e uma história de salvamento e vingança. Uma espécie de Taken invertido.

Realizado por Eduardo Morais para a Antena 3, julgo eu, Uivo recria a carreira da António Sérgio no panorama radiofónico nacional. A vida e obra do maior educador musical português, arrastando sozinho Portugal das trevas musicais das cantigas populares para uma zona luminosa da musica alternativa que ia aparecendo pelo mundo. Um entidade divina para aqueles que, como eu, viveram intensamente a sua carreira sentados em frente à aparelhagem com o dedo no REC.

Segundo título da trilogia "Terror na Sala de Cinema". Popcorn é um filme injustamente esquecido pelo falhanço que teve em box office que vai sendo lentamente repescado pelos fãs do género. Fechados numa sala num festival de cinema com filmes interativos, um grupo de jovens vai sendo chacinado às mãos de uma vendetta com 15 anos de atraso. Efeitos de maquilhagem muito avançados, boa dinâmica no argumento e atores péssimos, em linha com o charme do género. 

Lyle, Lyle, Crocodile é uma adaptação de uma série de livros para crianças, materializado num filme brando, sem chama, que serve como saca euros natalício para enfiar os putos numa sala durante duas horas. Javier Bardem tem que pagar as contas e a sua performance já não me lembro se foi boa porque o filme é esquecível. Filmes de domingo com o miúdo. 

Avatar 2, agora a sério. Ideias soltas acerca deste mastodonte da sétima arte.

Arrancamos em grande com um novo ano e uma nova temporada. E, como sempre, voltando ao centro de gravidade deste podcast, o terror italiano. Lamberto Bava com o seu clássico Demons, produzido por Daria Argento e a sua máquina de cinema, violentão e cheio de gore. Como se quer. Um grupo de pessoas a ver um filme de terror começa a perecer à fúria de demónios assassinos sedentes de sangue e tripas. Vamos a isto rapaziada, esperemos que seja um ano forte.

De volta ao confortável e sempre agradável tema dos pais natais assassinos, desta vez robots terminators de um projeto encerrado que foram recondicionados para pais natais de centro comercial. Um casal apenas quer encetar o coito natalício mas um rio de sangue e pessoas cortadas ao alta num golpe limpo de machado parece impedir esta cópula. 

O Pai Natal está farto de crianças e perde a esperança. Num complicado acidente logístico, vê-se preso numa mansão a meio de um assalto. Terá que avir vilanagem a perder de vista para salvar uma crianças, e sempre com a violência no 11. David Harbour aplica o seu natural brutalismo neste ensaio sobre a violência que é apenas uma metáfora para a digestão da consoada. Tommy Wirkola, o norueguês dos nazis zombies realiza, selo de qualidade. 

Estranho Mundo é o filme de Natal deste ano da Disney. Enviado quase sem promoção nem marketing, é uma tépida e requentada aventura, desprovida de vilões e de personalidade. Ao almoço, falamos dele em família e as crianças dão o seu parecer. Feliz Natal, amiguinhos!

Com o popular titulo original Retfærdighedens ryttere, Riders of Justice é o novo filme de Anders Thomas Jensen um genial realizador nórdico com uma capacidade fora do normal para o humor negro. Neste filme Mads Mikkelsen vira gangs de malandrins sem fim, sem aparente consequência, como estratégia de fuga à terapia de luto. Mais do que uma review, uma sugestão, porque se trata do derradeiro filme de Natal.

Avatar 2

Rápido, não há tempo a perder. Venham comigo se quiserem viver e ouvir a minha opinião acerca do melhor filme do ano. 

O podcast de cinema Nas Nalgas do Mandarim, em parceria com a Passos no Escuro, apresenta a primeira edição do Nalgas Film Festival, um festival de cinema onde todos os eventos acontecerão durante um único dia: o próximo dia 3 de dezembro. O Nalgas Film Festival arranca às 16 horas com uma Feira do Colecionador para troca e venda de memorabilia cinéfila. O grande ecrã estreia o trabalho Streaming vs Colecionismo, do conceituado canal de youtube Cineblog, de JB Martins. A partir das 17h30, passam várias curtas-metragens nacionais, com destaque para os mini ciclos dedicados às filmografias do açoriano Francisco Lacerda, com Freelancer (2017), Karaoke Night (2019) e Cemitério Vermelho (2022) e do multifacetado Filipe Melo, com Sleepwalk (2018) e O Lobo Solitário (2021). O festival irá ainda marcar a estreia absoluta na cidade do Porto dos mais recentes trabalhos de Luís Alves, O Caso Coutinho (2022) e The Muppet-Face (2022) de Ricardo Machado. Lançamentos e sessões de autógrafos com o Videoclube do Sr. Joaquim, o livro Cinememórias, de O Rato Cinéfilo e a obra de banda-desenhada Quarentugas, de André Oliveira e Pedro Carvalho acontecem a partir das 21 horas. O festival termina com a exibição do clássico de culto de 1987 do realizador espanhol Bigas Luna, Anguish.

Hoje domingo, vamos atacar a época de frente e falar do clássico absoluto de Natal que é o Home Alone. Aproveitando a primeira vez que o mais novo o viu, vamos ver o que nos tem a dizer sobre os infortúnios de Kevin por alguras do Natal de 1990.

Vozes do além ajudam uma criança a escapar às mãos do seu raptor.

Nesta época das fake news em que se torna difícil perceber os limites da realidade, o biopic de Weird Al Yankovic espelha aquilo que foi a sua vida. 

Neil Marshall, esse nome que mete qualquer cinéfilo de pau feito. Muito à custa de Descent, Dog Soldiers ou Doomsday. E bastou essa referência, juntamente com o facto de ser terror (sic) e prometer violência extrema. Enfim, estes temas maduros que amamos. Entretanto percebi que ver um filme recente de Marshall com a paixão de gostar de Dog Soldiers é como ter um crush pela Kelly MgGillis do Top Gun de 1986 e ir lá a casa dela, hoje à tarde, para a cópula ao estilo canídeo.

Em 1994 Jim Carrey explodiu em popularidade com 3 êxitos de bilheteira que ainda hoje encontram jovens fãs. Hoje falamos de Pet Detective e da cena em que Ace Ventura entra num bar onde estão a tocar os Cannibal Corpse. Numa época em que o Metal definhava e o Grunge brilhava lustroso, foi bizarra esta aparição da famosa banda de Death Metal da Florida. Falemos um pouco deste evento hoje.

Hoje falamos do filme choque do ano, palhaço assassino que ameaça tornar-se um ícone no cinema de terror.

Hoje falamos de Humanoids From the Deep, inserido na trilogia "Filmes cujo título acaba em «oid» e são altamente sexualizados". Num pacato vilarejo piscatório criaturas do fundo dos mares, humanoides, começa a violar as mulheres e assassinar os homens. Cabe a um grupo de heróis improváveis acabar com esta pouca vergonha à força de balázio.

Neste misto de Halloween com biopic de Cristiano Ronaldo, o protagonista fica no banco a assistir ao mais aborrecido jogo de sempre. Entra nos 15 minutos finais para substituir o matador desinspirado e faz um hat trick. Depois é considerado obsoleto e ultrapassado e no filme seguinte faz mais 2 hat tricks e é eleito o melhor quando todas as casas de apostas metiam o dinheiro no palhaço Art.

O tomo do meio, deste épico do enchimento da chouriça, bate fundo e continua a escavar. "Evil Dies Tonight" é o mantra que nos desfaz o cérebro de tanta martelada. As mortas são boas, em todos os três, mas mais nada se safa. Os heróis passam o filme deitados numa cama de hospital e no fim fica mais um cliffhanger. 

Vamos aproveitar a época para dissecar a trilogia Halloween de David Gordon Green, começando pelo primeiro tomo. Uma sequela direta do Halloween de 1978, celebra 40 anos desta obra com esta tentativa de renascimento. Num tempo em que se prometia o renascimento de um icone para uma nova geração, a farsolagem acabou por singrar e o filme, frouxo, deixa amargo de boca.

Filmes pra crianças de regresso neste domingo, com o clássico de Stephen Chow Kung Fu Hustle, conhecido cá como Kung-Fu-Zão. O pequenote explica porque devem parar tudo o que estão a fazer e ver este filme agora. Mesmo que já o tenham visto.

Quentin Tarantino tem um podcast fabuloso chamado Video Archives. Com Roger Avery, velho parceiro, falam de filmes que viam em jovens nos seus tempos de videoclube. Tiro algum prazer no facto das experiências de Tarantino espelharem também as minhas, do outro lado do oceano num país pobre. Ocasionalmente repesco filmes que perdi nas suas sugestões. O caso de Delirium de 1979, que nunca tinha ouvido falar e algum prazer me deu em descobrir. Falemos hoje dele.

A24 continua-nos a martelar com terror quase semanalmente. Desta vez um hibrido Slasher 80s com Harmony Korine da geração Z patrocinado pelo iPhone14. 

A imparável fábrica de recauchutagem de Hollywood volta a atacar para cravar de botox um Hellraiser que estava bom que, na verdade, não precisava nada de ser embezuntado em plásticos brilhantes. Desta vez Señorita Pinhead inferniza a vida a um  grupo de incautos jovens que, enjaulados numa mansão, têm que enveredar pelo caminho de Scooby Doo para parar os administradores de condomínio das trevas e deter o Groundskeeper Willy.

A busca por prazeres proibidos paga-se com lugar cativo nas chamas do inferno e, por vezes, consegue-se fugir à agonia da assadura na combustão eterna. Só até à chegada dos Cenobitas e o seu arsenal sadomaso, claro! Hellraiser, adaptação de The Hellbound Heart, é realizado minuciosamente pelo artesão Clive Barker que, qual relojoeiro suíço, o fabrica com a mesma mestria com que escreveu o livro. Clássico incontornável dos anos 80, voltou à berra depois de um remake andar aí em fake news como sendo melhor que o original. Juízo, amiguinhos.

A Africa de Tarzan regressa para Idris Elba emular o Tubarão em versão savana. 

Filme incompleto de Mario Bava, 20 anos mais tarde terminado pelo seu filho Lamberto, conta a história de um assalto que corre mal e a fuga dos ladrões recorrendo a reféns inocentes. Violento em várias frentes, é hoje um filme assombrado por um tempo que já não o quer, deve ser consumido como uma peça de museu.

Talvez o mais icónico filme de Joe D'Amatto, Antropophagus conta a história de um incauto grupo de amigos que se aventura numa ilha atormentada por um mal. Um mal de dentes robustos que mordisca jugulares e deixa as pessoas a jorrar sangue que nem porcos. Inclui um tutorial de como fazer musica para um filme italiano de exploitation dos anos 80.

Ainda não é desta que George Miller nos oferece um MadMaxzinho mas fica uma bela fábula para adultos baseada no famoso site que coloca jogadores de basquete com branquelas de 18 no mesmo quarto para ver o que acontece. Estou a brincar, é baseado nas 1001 noites e não desilude.

Domingo, filmes de cães com as crianças 

Oliver Stone lança este biopic em 1991 que meteu as pessoas a dançar nas salas de cinema. Val Kilmer desde então passa a ser sinónimo de Jim Morrisson. Pode alguém que não ama The Doors a banda amar The Doors o filme? Eu acho que não ninguém que aguenta tanto filosofia psicoativa barata xamânica e musicas de 13 minutos que nem sequer são encurtadas para o filme.

Requeijão dos anos 80 respinga deste genérico de terror cujo esquema é decalcado do sexta feira 13, com um pequeno twist. Tem pouco hard rock e muito menos nightmare, o sonifero ideal para uma segunda à noite. Não confundir com Rock'n Roll Nightmare de 1987 que tem mais hard rock que este. 

Será esta apenas mais uma sequela de Predator ou A sequela de Predator? 

Jordan  Peele, o novo pretty boy de Hollywood, regressa com Nope, uma  história de medo que vem do ar. E mais não digo porque agora tudo é spoiler, incluindo o episódio de hoje que deve ser visto apenas por  adultos responsáveis que já viram o filme.

Num planeta distante os humanos, Ohms, são tratados com ratos pela raça de avançados gigantes azuis Traags. Um destes Ohms mete as unhas em tecnologia Traag e lança-se na criação de uma sociedade de Ohms livres. Não sem antes passar pela quase aniquilação da sua espécie e pelo confronto com os seus parceiros da oposição. 

FORTÍSSIMO EM SPOILERS. A mais recente entrada da A24 pelas nossas casas adentro leva o termo "os homens são todos iguais" de modo demasiado literal, num mix explosivo de fúria feminista com misoginia militante. Um etéreo e aterrador conto dos terrores da psique materializados na realidade, nos luxuriantes verdes do interior inglês, com valor de choque para 20 anos de pesadelos. Muito denunciado, pouco espaço para a imaginação, grafismo digitech, ainda assim o melhor filme de Garland.

Uma equipa de lustrosos homens vestidos inteiramente de licra dourada e fita na cabeça combate o crime internacional. Entregam a paz onde ela é mais necessária, nem que para isso tenho que oprimir com discorda com a liberdade. Uma gema do fundo do pântano, com um belo orçamento e uma narrativa pateta cujo único trunfo é uma composta batalha final.

John Cusack é despachado pela sua namorada e a vida deixa de fazer sentido. A vida torna-se insipida e insossa. Tenta matar-se para escapar às garras desta crua realidade mas coisas boas estão por perto para lhe garantir bons tempos. Um drama comédia teen um bocado desbotado pelas areias do tempo que não chegou ainda ao pântano do eterno esquecimento mas muito não há-de faltar.

Conhecido entre os putos oitentistas como "A Batalha de Bronx", esta sequela do Bronx Warriors é um tratado na arte de matar, privilegiando 300 mortes em 90 minutos e deixando para trás coisas pouco importantes como narrativa ou construção de personagens. Um classico, portanto 

Beavis e Butthead estão de volta com o seu humor râncido de mau gosto que tanto amamos. Desta vez no espaço e viajando no tempo, como qualquer boa sequela deve fazer.

Aos 80 anos Cronenberg regressa com uma obra da área que o fez grande, o Body Horror. Num futuro sem dor onde o prazer vem da cirurgia e da mutilação, a humanidade entrega-se a estranhos rituais que estão no limiar da nova humanidade. Parece que a nova carne está de volta ao menu, rapazes. (sim, uso esta referência sempre...)

Os filmes parvos estão de volta ao menu, rapazes. Desta vez Netflix substitui Steven Seagal por uma espanhola toda sarada que é casada com o Thor na vida real, chamemos-lhe Elsa "Cunha", para nos servir um requentado e sensaborrão filme de porrada cuja inaptidão dos seus executantes cria a melhor comédia involuntária do ano. 

Weird Al Yankovic fez uma comédia perfeita em 1989, mas uma sequência de filmes peso pesado a estrear nesse mesmo mês fez com que fosse enterrado nos pântanos do esquecimento. Hoje ressuscitamos essa pérola para lhe dar o brilho que merece. Patrocinado por: Spatula City

Val Kilmer, outrora um dos melhores actores do mundo, enfrenta um cancro na garganta que lhe roubou a voz. Usando as suas gravações caseiras, que datam à sua infância, Val conta a história da sua vida, dos seus amores e paixões, dos falhanços, da família e da desilusão dos sabonetes Hollywoodianos

No futuro pós apocalíptico de Bronx do futuro, onde a humanidade perdeu a esperança, o lider de um gang encontra a herdeira da maior corporação do planeta. Terá que a devolver não sem antes se apaixonar loucamente. Um mix exploitation italiano de pós-apocalipse que junta The Warriors, Escape from New York, tudo misturadinho num caldo de ultra violência, narrativa hiperactiva irrealista e em tons de Romeu e Julieta. NOTA: Onde se ouve Writers deve ouvir-se Riders. Lol writers

Tom Cruise vem salvar o cinema neste Blockbuster messiânico com capacidade de dar vida às salas moribundas. Um filme orgânico com o look and feel que o verdadeiro cinema de sala deve ter. Estou a escrever isto no telefone só com uma mão, ouçam o episódio que foi gravado sob intenso trânsito recorrendo a carros verdadeiros no trânsito verdadeiro, com a Lady Gaga sentada no banco de trás.

Hoje vamos testar o conceito do walkthrough para filmes. Pegando neste mega-clássico de Enzo G. Castellari, que nos conta a história de 2 heróis do pós-apocalipse que combatem malandrins do futuro radioativo as wastelands apocalipticas. Nota 1: Contém descrições de atos sexuais bárbaros. Nota 2: Onde se ouve "Rambo 3" deve ouvir-se "Rambo 2". Sorry...

Michael Bay está de regresso ao grande écran com mais uma overdose de maneirismos Bayanos, recheados de cor, movimento, explosões, perseguições e caos. Um filme que acusa excesso de duração mas funciona na mesmo com uma sesta de 15 minutos algures entre o primeiro e o segundo ato.  

Em 2008 Sininho ganha independencia do universo cinemático Peter Pan (PPCU) para se tornar protagonista das suas próprias produções e ser um icon da pequenada. É deste Sininho de 2008 que a nossa especialista em fadas, sereias, sobrenatural Disneyano, dramas de liceu e séries de adolescentes vem falar hoje.

Um tresloucado com uma gazua cuja broca tem meio metro aterroriza uma vizinhança onde as jovens, em pelota, se abandonam aos prazeres da juventude. Uma pérola oitentista escrito e realizado por mulheres que nem Roger Corman conseguir deformar, agora revisitada neste espaço de cultura.

A entrada dos Metallica no novo milénio foi bastante conturbada e só com muito esforço e trabalhos de terapia de grupo a banda se aguentou. Esta odisseia de 2 anos numa inesperada crise existencial a meio de um documentário retrata os perigos da fama e do ego, bem como é um roadmap para a saúde mental em grupos de trabalho. Adiei durante quase 20 anos pelo meu desagrado com o album St. Anger. Uma parvoíce minha com o qual os Metallica sempre conviveram bem. 

O Netflix está em maus lençóis. Está caro, arrogante e descaracterizado em relação à sua missão inicial. Tal como o Blockbuster que sucumbiu ao peso da resistência à mudança, Netflix está prester a despenhar-se em chamas. Hoje não há filme, falamos de políticas de produção e distribuição. 

Mais um filme para... crianças? Talvez. O segunda Ace Ventura está ali no limite entre a comédia infantil e a ofensa herege para adultos, tendo Jim Carey um pouco para todos, não havendo ninguém neste planeta que goste de se divertir que o odeie. Mais um domingo para as crianças, pelas crianças.

Uma pérola escondida algures num baú empoeirado revela-se um dos melhores filmes de ninjas de sempre. Um filme de acção incansável, sem pausas nem tempos mortos, criativo, cinematografia brilhante e design avassalador. Sinto-me triste por passar mais de 40 anos para o encontrar mas agora estão reunidas as condições para sermos felizes. Duel To The Death caminha orgulhoso entre nós como um dos melhores de sempre.

É certo que filme algum tirará o primeiro lugar do top ao petiz da casa, mas Encanto fica lá perto. Falamos hoje, domingo, da família Madrigal e dos seus problemas com os mistérios da magia. Santo Domingo, Avé Maria. 

Uma miúda atraente dos tempos pré-Instagram ganha a vida como Cam Girl. Sexy e criativa, encontra-se no topo do ranking da área até que um dia perde acesso à sua conta e é roubada por uma sósia. Alice de seu nome, entra pelo buraco do coelho para um submundo que não fica a dever nada à mitologia de Matrix, em que o ficcional se mistura com o real e em que o real pode nem sequer existir. Catalogado como "terror psicológico" é na realidade uma bela TwinPeaquice. 

Os domingos com crianças voltam à antena, desta vez com a análise detalhada de Turning Red por uma especialista em adolescência. Mais um belo filme da Pixar para ver em família que peca por não estrear, mais uma vez, em sala.

Um casal de hipsters combina um fim de semana livre de tecnologias para se conectarem entre eles e com a natureza. Nesse mesmo fim de semana o planeta é invadido por extraterrestres e estes inaptos jovens sem skills vêem-se a braços com uma luta pela sobrevivência para a qual não têm aptidão. Um comédia scifi de terror muito contida, com um terceiro ato mais libertador da teatrialidade hipster de sala da primeira hora. Nada mau...

O vencedor da noite foi um remake de um filme de verão francês, que nos conta a história de uma jovem dividida entre abraçar o futuro das suas paixões ou ficar com uma família que precisa dela. Emotivo e carregado de todos os arfefactos do "fazer chorar", CODA é um banal filme de domingo à tarde que só descola para um vôo menos rasteiro devido à qualidade das suas representações.

O cinema chiquito multicolor e impregnado de fiesta de Pedro Almodovar está de volta com Madres Paralelas. A história de duas mães, interligada pelo destino e por alguns ternurentos momentos de tesourinha. Um presunto no centro da cozinha, um belo set design, mulheres bonitas, homens de cartolina, um mistério quase secular por resolver. 

Contra todas as expetativas de um Raid 3, Gareth Evans regressa com um filme de terror acerca do ocultismo pagã numa ilha com um segredo. Violência, efeitos práticos, uma imagética latejante e sustos amiúdo, não desilude. Disponível no Netflix, essa capela mortuário da cultura moderna. 

No dia da Mulher temos um filme que nos fala de amor. Amor à arte do bofetão. Van Damme estraga mais um belo conceito com o seu estilo tijolão e um clássico em potência fica na arca congeladora do eterno esquecimento.

Mais uma visita aos filmes de realidade virtual dos anos 90 para resgatar do lodo do eterno esquecimento uma pérola perdida, repor justiça neste género e falar do grande ensurdecedor cinematográfico que é o Titanic, e em como este mastodonte de James Cameron nos cegou de algumas obras essenciais.

A guerra está de volta à Europa e nada melhor que um filme que nos faça olhar para os conflitos armados entre países de maneira realista, para nos ajudar a tirar as nossas conclusões. Come and See é o melhor filme de guerra de sempre, um manifesto anti-guerra em regista quasi-documentário que nos faz eriçar todos os pêlos com as consequências da guerra e da desumanização do inimigo.

Numa época de apanhar barretes, Matrix Resurrections contrariou a tendência com um mega barretão. Uma bosta semi-líquida requentada, servida à laia de mercantilismo tarefeiro cuja fúria invocada nos fãs serviria para alimentar 20 Matrixs. Ainda não tínhamos falado dele aqui, é hoje. 

Um jovem chega a um hotel rançoso de Nova Iorque do inicio dos anos 80 transportando um cesto de piquenique. Dentro do cesto: morte e destruição. E uma criatura em forma de broa de milho. Esta é a premissa do clássico de Frank Henenlotter que, apesar da sua baixa qualidade técnica e orçamento nulo, conseguiu marcar o género de terror dos anos 80. Afundemos os dentes neste suculento bife.

Voltando ao perigoso hobbie de caçar pérolas nas plataformas de streaming, desta vez para encontrar The Cleanse no Netflix. Belo conceito, péssima execução, horrível interpretação. 

Tempos houve em era necessário ir ao cinema para ver um concerto, quando a banda preferida não vinha à cidade. Let There be Rock é o filme dos AC/DC que haveria de os catapultar para o mega sucesso nos EUA, transformando-os numa das mais poderosas bandas de sempre. 

Jason despede-se da saga Friday The 13th com um último tomo no espaço, onde pode matar livremente numa nave espacial tornada zona de caça. Sem perder o deboche e a ultraviolência excessiva como motor humorístico, Jason expressa mais emoções com aquela máscara e corpo tijolão que 50 marveis num monte. Sexo desenfreado, matança desmedida, diálogos voluntariamente idiotas e os personagens com as piores decisões de sempre, o ideal para o relax pré soninho a meio de uma semana de trabalho.  PS: Bem sei que Jason voltou para Freddy Vs Jason e para um remake farsolão, mas já não os considero Sextas Feiras Trezes a sério.

Sam Raimi volta a Spiderman neste segundo tomo nos trazer um história de amor impossível. Mais do que um filme de super-heróis, Spiderman 2 é uma enternecedora história que nos oleia o coração com o poder do amor. O ponto alto do cinema de super-heróis de borracha apertada. Falemos hoje do poder emocional desta narrativa que deixa em segundo plano os vilões, os planos maiores que a vida e as chatices de salvar o planeta.

O primeiro filme da Marvel a ser adaptado para o grande ecrã conta a história um pato humanóide que vem do espaço. Entre sexo intra espécies, bordeis com saunas onde se distribuem preservativos e lubrificante, este filme para maiores de 6 é enternecedor e aterrador em iguais medidas. Seria um flop tal que obrigou George Lucas a vender a divisão de cinema digital a Steve Jobs, que a transformou na Pixar. Errata: Não vi no Disney+. Foi no Prime Vídeo.

Acabava em grande uma das melhores trilogias de sempre do cinema, a trilogia Evil Dead de Sam Raimi. E Army of Darkness é tudo o que esperava deste génio do terror. Bruce Campbell, no seminal papel de Ash, é o propulsor deste clássico que ainda hoje nos faz parar um zapping a cada vez que aparece.

Nesta tarefa diária que é a pesca da pérola cinematográfica, temos ocasionalmente belas surpresas. The Kindred é uma gloriosa produção que só agora viu edição em Alta Definição, que nos conta a história de um investigador de genética às voltas com uma herança da sua mãe. Pejado de monstros e mortes violentas, envolvido no suor pecaminoso da libidinosa febre hormonal e com uma perninha no Porkys e outra no The Fly, é uma experiência que não pode ser perdida. 

Adaptado de uma peça de teatro de Bernardo Santareno, já de si baseada num caso real dos anos 30, O Crime de Aldeia Velha conta-nos a aterradora história de uma mulher belíssima que é empurrada para a fogueira por se sentir que o Diabo habitava em si. As velhas com verrugas no nariz e as feiosas de monocelha e dois dentes acreditavam que só assim os homens caiam a seus pés hipnotizados pelo seu poder. Começa assim a segunda temporada do podcast Radio Cinemaxunga, com a ruindade no coração das pessoas. 

Baseado em BDs de tiras dos jornais dos anos 20 e 30, Buck Rogers originou uma popular série em 1979. O filme que deu origem à série conta-nos a origem deste fanfarrão fornicador que vai conquistar o século XXV com a sua astúcia e o seu sex appeal. Falamos hoje desse filme, do contexto em que foi criado e no que se viria a tornar.

Paul Verhoeven regressa, já quase com 90 anos, para nos trazer mais um provocação cinematográfica, pejada de sexo, violência e religião. Usando a linguagem Nunsploitation, com meios e conhecimento, cria uma obra que nos faz pensar nos limites da manipulação e em que o bem e o mal nunca são facilmente identificados numa tabela. Um belo filme para ver com a sogra. Estou a brincar, vejam sozinhos por amor de Deus.

Uma produção islandesa para a A24, coberta por alegorias e metáforas, mensagens de respeito pela natureza e aos perigos das abominação não naturais, que materializa o luto e a dor da perda num borreguito híbrido e acaba com o momento Black Metal da década. Não se aconselha o trailer, que é uma sequência de imagens carregadas de pontos de narrativa que merecem ser revelados e interpretados no seu habitat natural, o filme.

O género "vingança de um agente implacável na reforma provocado por um evento menor que é apenas a gota de água e interpretado por um actor improvável e/ou na reforma" é uma narrativa de fantasia tipicamente masculina que se equipara na psique feminina aos contos eróticos das 50 sombras de gray ou Twilight. E eu amo, vejo todos bons ou maus. Hoje é dia de um contabilista enfardar sopapo a tudo o que é malandrim por uma inconveniência aguda.

Num mundo engolido numa pandemia mortal, um jovem cientista aventura-se numa floresta em busca de amostras para as suas pesquisas. É recebido por uma corrente new age eco terrorista de consciência ambiental da entidade única, que lhe deixa um pé desfeito e marcas negras de fortes varadas no lombo. Ben Wheatley está de volta ao estratosférico visceral que tanto amamos, desta vez embebido em mitologia pagã, qual panado de xamanismo para druidas pós-modernos. 

Titane, da talentosa realizadora de Raw, transporta-nos para um mundo de alegorias e metáforas visuais que nos faz querer repensar toda a existência humana, desde que um macaco usou o osso como brinquedo sexual. Carros, sexo e violência, numa obra que nos diz que devemos apanhar o amor onde o conseguirmos encontrar.

O assunto mais fértil em borbulhante discussão será sempre o Nada. E à falta de qualquer coisa para dizer, hoje falamos de nada.

Continuando para filmes amaldiçoados, The Omen é um exemplo eriça-pelos desta estirpe. Belo exemplar do melhor filme de terror de sempre, é também perseguido pelos demónios que, não contentes com a sua representatividade, vestiram um roupinha mais fresca e desceram dos infernos para atormentar os criadores desta obra. Bela banda sonora, icónico personagem principal. Deixo uma versão de Fantômas da musica "Ave Satani". Mike Patton e Dave Lombardo é sempre uma mistura demolidora.

Até à morte, em Portugal, conta a história de Megan Fox às voltas com o seu marido morto amarrado a si, num misto de Fim de Semana com o Morto com Sozinho em Casa, pozinhos de Funny Games e as cores de Fargo. Um progresso dos John Wicks em que em vez de porrada e força ninja, a nossa heroína tem que pensar um bocado para se orientar.

Continua a saga de filmes da Netflix criados por algoritmo de inteligência artificial, sacando elementos da história do cinema, usando-os sem contexto com actores que o Business Inteligence avalia como sendo potenciais criadores de êxitos. Frio, desconexo e sem química, mais um filme Netflix como os outros, portanto.

Sapos mutantes humanóides altamente militarizados numa hierarquia Star  Wars, permanente insinuação sexual, acção desenfreada sob todas as  formas, cientistas em lingerie, mercenárias no cio, noviças de clito  palpitante numa fila que dá a volta ao bloco por uma injecção de Piper,  futuro nuclear pós-apocalíptico e o râncido humor de um homem que veio  para procriar e mascar pastilha elástica e já se lhe acabaram as  pastilhas

Uma curioso misto de filme de Natal Amblin com um horrífico filme de terror, Poltergeist é um hibrido único que nos conta a história de uma família que teve imenso azar com a opção imobiliária que tomou. Mais do que um filme único é também um filme que acarreta consigo uma bola e corrente de uma maldição que massacra quantos se envolveram na sua feitura. Iniciamos hoje um ciclo de filmes amaldiçoados e mitos urbanos de Hollywood.

Lilo & Stitch 2: O Efeito do Defeito! é a sequela de Lilo & Stittch que ninguém pediu, fadado a servir de sonífero familiar para sábados à noite de profundo Outono. Stitch tem um problema complicado que lhe reverte a programação e retoma o plano de destruição galáctica para que foi construido. Entretanto acordamos nos créditos finais e afinal já está tudo bem. Um filme de 65 minutos que serve o seu propósito, engordar catálogos. Nem as crianças mais facilmente impressionáveis se deixam levar por este saca euros, por muito amor que exista para com os personagens. 

Chego atrasado a esta festa Dune, bem sei. Vi o Dune novo e depois dei comigo a rever o Dune de David Lynch. Tenho pensado bastante neles, não numa perspetiva comparativa de combate onde apenas um pode sobreviver, mas como complementos, como duas visões diferentes sobre o mesmo tema que podem ser um óptimo complemento um do outro. Aqui estão os meus pensamentos numa estrada perdidas numa madrugada enevoada de Outono. 

Uns minutos para falar da estreia de Paulo Rocha, em 1963, naquilo que se teima em chamar a "Nova Vaga de Cinema Português". Um romance trágico, como todos os romances da realidade, um acidente em super câmara lenta com Lisboa e a guitarra de Carlos Paredes a servirem de omnipresentes personagens secundários. A versão que roda agora pelo videoclube do Sr. Joaquim é uma gloriosa digitalização 2k, em FullHd, que só peca pela ranhosa legendagem ianque que tem embutida e não sai nem à chapada.

O Crash de David Cronenberg, um dos meus filmes preferidos, aparece-nos hoje aqui para ilustrar uma situação de censura ocorrida em solo nacional no pós- 25 de Abril. Em plena viragem do milénio. Não às mãos da Internet, não às mãos de uma qualquer emissora conservadora nem às mãos do estado. A censura veio dos clubes de vídeo Blockbuster, esse icon da nostalgia noventista que tanto se apregoa por essas internets afora, mas que foi o carrasco da vaga de liberdade dos clubes de vídeo de bairro dos anos 80. O Blockbuster tomou para si esse mercado e urinou nos cinéfilos com os seus princípios morais judaico/cristãos tão caracteristicamente americanos e tentou defender-nos do demónio e do vício quando só queríamos ver filmes descansados. 

Hoje, num episódio nostálgico a relembrar tempos do "Pai, Filho & Sarilho", falamos de Anime. Em concreto do filme Demon Slayer, que esteve em sala no verão, que faz a ponte entre a primeira e segunda temporada da popular série. Entretanto o junior mete-nos a par da saga e sugere o seu top 5 anime, caso estejam a ponderar molhar o vosso dedão nesta banheira quentinha. 

No tempo dos video nasties ingleses, uma funcionária encarregue e classificar e censurar filmes de terror é engolida pela psicose de um trauma e de filmes que lhe turvam as ideias. Um belo estudo sobre a paranóia e a influência do cinema na saúde mental. Uma mistura de "A Pianista" com Mandy, com ajuste de tracking.

Domingo com a petiza. Hoje fala-se de Stitch, esse adorável destruidor de mundos e conquistador de corações. Também se fala de Lilo, da sua mana mais velha, do senhor da segurança social e de alienígenas implacáveis de coração quente.

Aqui estamos nós, ao engano novamente. Iludidos com um remake de uma sequela que se transforma numa trilogia intermédia do universo cinemático mais errático de sempre. Mais um regresso de um regresso de um regresso, onde Jamie Lee Curtis dá a cara pelo santo dolar, onde Michael Myers é de repente sobrenatural e os monstros somos nós. E disse James Carpenter, sim. Mas a vida é demasiado curta para remover erros de podcasts.

Em 1986 Tobe Hooper está de volta, ao leme da única sequela de Texas Chainsaw Massacre que se relaciona com o original. Desta vez produzido com dinheiro de outro tipo de máfia, a máfia do bem, a Cannon Films. Um filme diferente, menos realista, em linha com o terror teenager dos anos 80, que segue as desventuras de uma malfada DJ de radio Rock e um polícia tresloucado em busca de vingança. Ainda há tempo de ler uns comentários dos velhos tempos do blog.

Tobe Hooper desafiou os standards da indústria, esticou os limites do terror e teve a sua testicularia ameaçada pela Máfia, a quem pediu dinheiro para fazer este Massacre de Motossera do Texas. É a conturbada história da feitura deste filme e o contexto extremo de censura a que foi submetido que vamos ouvir hoje, ao som do polimórfico som de uma serra eléctrica a desmembrar um grupo de incautos mancebos em busca de aventuras e dos prazeres da carne. 

Cinema de terror a metro do Netflix é a escolha de hoje, num conceito que cai aos 10 minutos deixando-nos entregues ao caos. Um filme que começa Scream e termina Children of the Corn, pesadão na mensagem social e levezinho em talentos.

Nicolas Cage regressa aos ecrãs depois de... 2 semanas ausente. Desta vez com uma alucinação coletiva realizada por Sion Sono e com Nic a ser o lunático do costume. Samurais, pós apocalipse, pózinhos de Mad Max e um testículo. Enfim, os mínimos essenciais. 

Blood Rage é um slasher genérico, com todos os temas presentes do grande livro dos clichés slasher. É também um dos filmes mais insanos e alucinados deste género, onde uma espécie de névoa conceptual e alucinogénica se apodera de nós e de repente estamos também a matar incontrolavelmente num filme com um ritmo perfeito, sem partes mortas nem aborrecidas e onde toda a gente anda demasiado distraída com um inexplicável desejo sexual para se preocupar com a morte eminente.

Casa assombrada com um twist de comédia e inovação é o grande trunfo deste House de 1985. Do realizador de 2 Sextas feiras 13, do Halloween H20, Lake Placed e o Forever Young do Mel Gibson, House é um regalo para os fãs. Revi recentemente, pela primeira vez em HD e não defrauda. 

Em 1988 Stan Winston, mago das criaturas animadas, teve uma ideia para um filme. Não querendo ver o seu conceito arrastado na lama, vítima da falta de compreensão da sua visão, realizou ele próprio o seu filme. Pumpkinhead é o resultado. Um filme que não era o habitual mata mata para levar teenagers a copular atrás de um arbusto, é um filme que nos faz sentir as mortes como se fossem nossas. 

O filme de crianças, por crianças, deste domingo é Free Guy. Apresentado pelo mais novo cinéfilo da Haus del Xunga, um especialista em Fortnite, o filme onde este universo se baseia. Humor gamer para um domingo enevoado, para ver quando os servidores estão com lag. 

Bad Taste é um dos meus filmes preferidos, ecos de um Peter Jackson desaparecido. O nosso messias dos anos 80 e 90 que abandonou os seus filhos do terror para se dedicar à nova família do CGI. Falamos portanto de filmes de amor, obras que foram especialmente feitas para mim e para a minha tribo. 

Shiamané regressou para mais um filme a ser maltratado pela internet. Maus diálogos, péssima lógica de história, narrativa muito seletiva, cujo mistério e o ambiente de terror nos faz aguentar para perceber o que se passa. Acaba por fornecer um final não ambíguo nem twist e fecha a porta a sequelas. Não é um bom filme, nem mesmo dentro da sua própria filmografia. Mas numa época de reboots, remakes, spinoffs, sequelas e prequelas sabe bem um filme que não esteja ainda relacionado com outras propriedades intelectuais existentes.

O sabor John Wick da semana é uma miúda que anda a vingar o seu próprio envenenamento antes que acabem as 24 horas que tem de vida. Estilizado em neon, Kate rodeada de monstros faz-se acompanhar pela pequena Ani, qual Ripley e Newt no planetóide LV-426, até expectável climax. Violento e bonito, é uma narrativa de encher chouriça, liderada por meia dúzia de cenas chave que terão aparecido antes do próprio argumento. A estética narrativa do videojogo.

Estreamos neste podcast um filme de James Wan. Não sendo eu propriamente fã deste autor/realizador, fui forçado pela psique cinéfila a vê-lo, pois vinha precedido dos mais ornados adjectivos para descrever a sua magnificência. Era trote, pois claro, mais uma obra fraquinha deste embelezador de filmes que vai passando entre o ruído do seu cinema a mensagem que é bom. Analisemos então este Malignant que ainda está, à data de lançamento deste episódio, em sala.

Scooby Doo está de volta. Numa história de origens, Scooby parte para o mistério de sempre, com os mais inesperados vilões e o inevitável tirar da carapuça para revelar quem esteve por detrás das patifarias o tempo todo. Domingo é dia de cinema para crianças, com crianças, e é a menina da família que vos vai apresentar a proposta para este domingo de final de verão. 

O Gonçalo está de volta para mais uma conversa acerca de filmes o que têm algum significado. Desta vez falamos da obra-prima de Filipe Melo e nas suas aventuras nas matas de Tondela.

James Gunn está de regresso do mar do eterno cancelamento, para uma remake/reboot/sequela de Suicide Squad com a mais colorida galeria de vilanescos heróis de sempre. Com violência descontrolada e ausência de valores morais, Gunn chacina inocentes aos magotes ignorando a óbvia falta de jeito de John Cena com massacres sem fim. Um salutar regresso às salas para um espectáculo que faz render bem a meia dúzia de euros do bilhete.

Domingo é dia de cinema com as crianças e hoje fala-se do clássico infantil de 1996, Scream. O miúdo mais velho, acompanhado pelas primas mais velhas, amaram este clássico da matança e prometem ver todos até ao fim. O episódio de podcast ideal para quando se regressa com os miúdos da missa.

Lawnmower Man é o avôzinho dos filmes de Ciberespaço e Realidade Virtual e conta a história de um jovem com forte paralisia cerebral que se torna um semi-deus à custa do trabalho do cientista Pierce Brosnan, que com o seu sotaque manhoso lhe fortalece o cérebro com um soro injectável, realidade virtual e uma tranquitana que roda 360º. Efeitos especiais datados e conceitos que o tempo carcomeu, mas por eles apenas nutro amor pela capacidade de ver o futuro e arriscar direções. Contém uma cena de ejaculação virtual que mata a parceira. Morres no jogo, morres cá fora.

Albert Pyun pega nuns edifícios abandonados, na banda sonora do Robocop e meia dúzia de actores do IEFP para criar um filme acerca de um super polícia do espaço, o mais impiedoso e certeiro, que no planeta Terra tem apenas 30 centímetros. Depois de algumas zaragatas no Bronx, as coisas azedam quando uma bomba interdimensional capaz de destruir a via láctea e mais meia dúzia de galáxias, destrói um pequeno armazém junto ao rio Hudson. Título nacional: Dollman - O Super Policia

Antes que venha a Mariah Carey derreter-nos os tímpanos com a sua chiadeira de Natal, deixo já aqui o filme alusivo a esses tempos que se começarão a fazer sentir daqui a umas semanas. Ron Howard, esse realizador tão parasítico de talento alheio, tem aqui uma das suas melhores obras. Filme que é melhor apreciado agora que na loucura dos tempos em que apareceu. Jim Carrey, como sempre, fenomenal em mais uma performance que só não é considerada para prémios porque é comédia, e Deus nos livre as comédias serem algum dia levada a sério. A lição a reter é "Grinch tem razão!"

Hoje encerram-se, em simultâneo, o ciclo dos filmes de lobisomens e o ciclo de Agosto de Cinema Pelo Mundo. Cabe a honra à estreia cinematográfica de Neil Marshall que, não sendo o redescobrir da roda, é uma estreia bem decente, violenta e musculada. Pena ter-se estragado com este Hellboy manhoso, enfim... E assim termina a Silly Season e mais um ano de árdua labuta nos espera. 

Quase a finalizar a volta ao mundo do cinema, uma paragem na Indonésia pare falar do maior assentamento de sopapo de que há memória. A violência mais crua de sempre, que se sente no pelo, de uma equipa de intervenção da polícia que tenta reconquistar um edifício pejado dos mais pérfidos malandrins. Tempo há também para falar da nosso escaramuça diplomática com a Indonésia dos anos 80 e 90 e um saltinho nostálgico ao tempo dos blogs para ler uns comentários com uma malta que, curiosamente, ainda por aqui anda bem presente.

Das inesperadas favelos do Uganda, em tempo de guerra civil, chega o mais surpreendente filme de acção, com as melhores coreografias de kung fu, tiroteios, sangue, tripas e combates aéreos. TIGER MAFIA. As mulheres a dar cartas no mundo cruel dos gangsters africanos e os melhores heróis, tudo relatado pelo Video Joker como um jogo da Académica na Rádio Universidade de Coimbra. EBOLA.

A viagem pelo mundo do cinema leva-nos hoje a França para Martyrs, um dos melhores filmes da Bagueteland e também dos mais violentos. 

O maior filme de zombies de sempre vem representar a Nova Zelândia no cinema pelo mundo, desta vez com um convidado. Gonçalo fala de um filme que lhe emprestei uma vez e que nunca mais me devolveu a cassete. Braindead, também conhecido com Dead Alive nalguns mercados, é o recordista olímpico de sangue no melhor exemplo de crossover comédia terror de sempre.

Neste filme de Van Damme que cruza a realidade com a ficção, em que o personagem ou pessoa real pode ser o vilão ou o herói, Van Damme atingiu um público além do seu. Uma surpresa total aquando do seu lançamento, JCVD é um filme cheio de coração e que deixou a imagem que este deus da morteirada pode também fazer outro tipo de papéis. É a presença belga no cinema pelo mundo no mês de Agosto.

A trilogia Fear Street para adolescentes é adaptada de modo mais violento pela Netflix. Hoje o júnior fala-nos da experiência de ver o seu primeiro filme de terror. 

Da África do Sul chega este inesperado Blockbuster que destronou Hollywood aquando da sua passagem pelas salas e pelos clubes de vídeo do mundo inteiro no início dos anos 80. Conta-nos a história de um pastor africano que viaja até ao fim do mundo para devolver uma oferenda dos deuses, passando pelo mundo moderno para nos fazer compreender o quão complicados somos na luta pela felicidade. 

Continuando o ciclo de Cinema do Mundo, hoje vamos até à Noruega e aos Nazis Zombies de Dead Snow, ou Død Snø. Uns jovens hormonalmente desenvolvidos são interrompidos por uma infestação de Nazis Zombies e, isolados do mundo, têm que se desenvencilhar. Sangue na neve é daquelas coisas que fica sempre bem. 

Da extinta união soviética chega-nos este Ivan Vasilievich: Back to the Future, título internacional, em que Ivan o Terrível é trocado por um porteiro e transportado para o século XX. Enquanto o porteiro se vê em sarilhos no século XVI no castelo do  Czar, em Moscovo da então actualidade as coisas não estavam melhores. Uma bizarra mistura de slapstick com ficção científica que foi um êxito mundial, localizado apenas nos países onde a URSS tinha expressão mediática, que não eram poucos. Mês de Agosto é mês de Cinema Pelo Mundo.

Este estranho fenómeno cinematográfico com quase 40 anos continua a ressoar na actualidade, como um dos objectos mais estratosféricos de sempre da cultura popular portuguesa. Hoje, no mês do cinema pelo mundo, vamos falar um pouco dele.

Joe Dante escreve uma carta à sua infância e ao seu amor pelo cinema. Passado na crise dos misseis de Cuba, na mesma semana em que chega ao vilarejo um filme de terror imersivo, conta-nos as aventuras de um empreendedor do cinema inovador às voltas com a sua produção de um filme de monstros. John Goodman, perfeito, sob a batuta de Joe Dante naquele que é um belo exemplar de filme de domingo à tarde.

O filão "Filme de Acção com Actor Inesperado que parecia demasiado frágil ou na reforma" volta a atacar com uma versão feminina. Desta vez é Kate Beckinsale que, nos seus quase 50 anos, enfarda sopapo e destrata malandrões à força de fraturas e facadas. Sempre impecavelmente penteada e maquilhada, por mais sarilhos onde se meta, Kate não tem jeito para isto. Má edição, péssimo guião, não tem ritmo, não tem coesão nem carisma, enfim, é bonito de ver mas isso também o é um candeeiro de pé que tenho na sala.

Sergio Leone realiza o seu último western com um filme que tem como objectivo desromantizar a revolução, neste filme agridoce que nos unta o coração para depois o destroçar. Não é um filme perfeito, é demasiado longo e perde-se com excesso de flashbacks, mas ainda assim é um Leone puro sangue. Faltava-me este para completar as trilogias. 

Da mente retorcida e cleptomaníaca de Bruno Mattei, chega-nos este ripoff que combina Predator com Robocop e uma pitada de Rambo + Desaparecido em Combate. Mais um "enche prateleiras" que a malta comia à colheradas e gostava. 

Os loucos anos 80 estavam em chamas com as possibilidades novas de distribuição. Filmes como Amazon Women on the Moon tornaram-se pioneiros do Direct to Video, num tempo que essa designação tinha um prestígio que perdeu nos anos 90. Uma antologia intercalada de pequenos episódios, publicidades falsas e trailers imaginários a enrolar um filme dos anos 50 acerca da chegada do Homem à Lua para se defrontarem com Mulheres Amazonas, como se houvessem homens amazonos. John Landis, Joe Dante, esses senhores com mesa cativa neste estabelecimento são 2 dos 5 realizadores desta obra.

Ainda às voltas com o eterno ciclo de lobisomens, hoje não ficamos a fatiar fiambre e vamos direto ao mistério deste filme da estrela em ascensão Jim Cummings. Uma pequena cidade que se vê a braços com uma crise licantrópica vê a sua força policial paralisada com problemas emocionais e traumas de outrora. Serão os nossos heróis capaz de deslindar este novelo?

Umas calças de ganga assassinas, possuídas pelo espírito vingativo, é a premissa deste filme de terror. Violento e sangrento é também uma comédia com piada moderada. Não sendo um filme de vida é certamente uma maneira divertida de passar um final de noite, preso dentro da Zara com uns jeans maléficos. Uma crítica à industria da fast fashion, tanto no modelo de negócio como na gestão danosa de recursos humanos, Slaxx é matar gente de início ao fim. E é isso que se quer.

Mais um filme da Pixar a estrear em streaming, a maneira mais inumana de desvalorizar um obra cinematográfica. Por outro lado, levar 5 crianças, 1 adulto, pipocas e nachos nunca me ficaria em menos de 60 euros, o que faz com que esta visualização em casa pague de uma assentada a anuidade do serviço Disney+. Luca é o regresso a premissas simples que nos enchem o coração, extremamente bonito e com mensagem de inclusão. Hoje temos o mais novo e a sua prima mais nova a tomar conta da ocorrência.

Hoje vamos falar detalhadamente, de modo objetivo e concreto, de um dos melhores e mais confusos filmes de sempre. Vou dar-vos um secão de morte, mas ninguém daqui sai sem perceber este filme, amigos. 

Em 2014 um grupo de fãs de Robocop, antevendo a miséria que se antevia na versão de José Padilha, decidiu criar um remake de Robocop. Cena por cena, foi dividido a 55 equipas para que cada uma recriasse a sua parte com total liberdade criativa. O resultado é uma mistura inspirada com cenas melhores e outras piores, mas que contém a mais magnificamente épica cena de sempre: Robocop a aviar pirocas à força de balázio. 

Os Mitchell Contra as Máquinas conta a milenar história do conflito de gerações, do pai tradicionalista e da filha progressista, talvez com um twist LGBT, que têm que lidar com as suas diferenças e encontrar um consenso no decorrer de um Apocalipse provocado pela revolta das máquinas. Eu e os meus dois mais novos abordamos, mal, o tema e fazemos showcase da estreia do mais novo no mundo da música. Contém cena pós-créditos.

Recuperado de uma cave empoeirada, limpo e transferido digitalmente para 4K, Amusement Park foi uma publicidade institucional que George Romero fez em 1973 que nunca viu a luz do dia por ser demasiado negra e pessimista para sensibilizar as pessoas para as agruras da terceira idade. Como filme de George Romero também não é grande espingarda, mas como freak de circo é uma maravilha. 

Não há terror maior que os filmes de terror para as massas. A ânsia de querer explicar tudo, de não deixar nenhum burro na ignorância, o mainstreamexplaing. The Unholy é uma Nossa Senhora de Fátima das trevas que vive do jumpscare e das verdades de La Palisse. A sua tangencial a Portugal não passa apenas por Fátima, mas também pela utilização de Diogo Morgado com um proeminente padre que é uma mistura de Dr. House com exorcista. Sou só eu que o acho com o pescoço demasiado largo?

Hoje falamos de um tema que se tornou já uma entidade viva na mitologia hollywoodiana, as sequelas no espaço. Existe uma altura no processo de decisão acerca do rumo das sagas que as atiras inexplicavelmente para o espaço. É certo que nos espaço ninguém nos pode ouvir gritar, mas cá em baixo gane-se e não é pouco à custa destes exercícios de estética que servem, na maior parte das vezes, para aproveitar cenários de produções maiores. Falamos de meia dúzia de exemplos, outros há que podem explorar por vocês para não me fazerem sofrer mais.

De volta às crónicas em viagem, falamos de Doomsday. Este Fury Road de Neil Marshall é uma homenagem aos clássicos pós-apocalípticos dos anos 80 que tanta fita nos fizeram rodar. Uma equipa de elite liderada por Rhona Mitra e o seu rabo aventura-se numa Escócia dizimada por um virus mortal, pejada de gangs medievais canibais preparados para a mais brutal violência. Sangue, gore, perseguições a alta velocidade e acção a perder de vista, Doomsday parece ter saído direitinho do Clube de Video Big Apple em 1988 diretamente para o meu impressionável cérebro.

De regresso aos lobisomens e ao seu interminável ciclo, temos Howl. Um filme realizado pelo famoso... técnico de efeitos especiais de Neil Marshall? Este inexperiente realizador, com 4 longas metragens na sua albarda, safa-se bem neste território dos lobisomens com uma decente galeria de personagens com os seus arcos bem definidos e matança descontrolada e gratuita. Bom design de criaturas e um final que vai beber diretamente ao grande livro dos maneirismos e chavões do cinema de terror convencional. Menos de 90 minutos que não magoam.

Este western spaghetti de Sérgio Corbucci é hoje considerado uma obra prima, tendo até inspirado Tarantino para o seu Hatefull Eight, mas é um filme amaldiçoado pela sua aproximação não convencional ao género, que o baniu dos lucrativos mercados dos Estados Unidos e Inglaterra. Tem ganho estatuto de culto devido ao mercado de video e Internet, mas continua um filme difícil de digerir. Deixem-se embalar pela bela melodia de Morricone e vamos lá falar um pouco desta história do pistoleiro mudo e da viúva libidinosa sua patroa. 

Rejuvenator, aka, Rejuvenatrix, é um body horror retirado das Fossas Marianas do cinema de terror dos anos 80. A história trágica de uma envelhecida estrela de cinema que patrocina uma investigação do soro da juventude para continuar esbelta e sexualmente activa em casas de banho manhosas de bares fumarentos. Tudo na vida tem um preço, e aqui não é excepção. Morte, sangue, decapitações à chapada, hard rock e sexo em barda fazem deste obscuro filme um brilhante foco de divertimento. O único trailer que encontrei é, por supoesto, en castellano.

Ao domingo manda a criançada. E a criançada quer Kong, o rei das bestas do submundo. 

Aquilo que parece mais um banal filme de junção slasher/efeméride acaba por trazer agradáveis surpresas que podem ser admiradas mesmo por aqueles mariquinhas entre nós que não gosta de demasiada violência. Um clássico do género hoje aqui, para vos fazer passar uns minutinhos de redobrado deleite.

Esta sátira mordaz, de 1985 e em formato terror, haveria de perder o autocarro do sucesso devido a uma chatice meteorológica. Um filme pouco violento mas bastante sexualizado acerca dos vícios e vaidades da modernidade que ainda hoje é válido. Tem maminhas.

As crianças pronunciam-se acerca do último grande filme da Disney. Inclui rankings comparativos, detalhes narrativos e uma piada duvidosa...

Michele Soavi vem substituir Lamberto Bava neste que era para ser Demons 3. Pouco foi mudado e a vertenta mais psicológica que Soavi que quis imprimir acaba por obscurecer aquilo que nós queremos ver, violência gráfica gratuita e extrema. Ainda assim um belo documento de cinema italiano de terror dos anos 80 que não tive oportunidade de ver nos videoclubes que frequentei.

Este episódio não serve apenas para falar deste fastídio interminável e criminalmente longo que é o Fantastic Beasts 2, mas para despachar em 10 minutinhos todo o universo Harry Potter neste podcast. E lembrem-se, cada vez que Daniel Radcliffe sorri nos filmes , Deus mata um gatinho.

Corria o ano de 1985, em Portugal uns anos depois, quando um lobisomem na aldeia fictícia de Asa Branca criava o maior mistério de sempre na televisão até ao aparecimento de Twin Peaks e o mistério do assassinato de Laura Palmer. Um dos grandes êxitos nacionais e brasileiros, Roque Santeiro teve um share de audiência de 100% só porque as pessoas queriam ver resolvido este estranho caso de licantropia no Nordeste Brasileiro. Mais um título em mobilidade inserido no ciclo dos Lobisomens dos anos 80.

Este clássico do post apocalyptic exploitation italiano dos anos 80 foi durante muitas décadas um filme para mim sagrado, até o ter revisto a semana passada. Uma sequência inane de cenas díspares que tenta compensa a absoluta falta de trama com violência gratuita, aleatória e desnecessária. Como sabem, a violência resolve sempre tudo, mas precisamos de perceber pelo menos porque lado estamos a torcer. E quais são os lados. E o que está a acontecer no ecrã.

O mais recente filme de Woody Allen, passado em San Sebastian durante o festival de cinema, é um exercício de homenagem/paródia aos grandes clássicos do cinema europeu. Os habituais personagens com suas inseguranças mundanas e as fraquezas que são transversais a todos os humanos. Não é um filme forte nem marcante, um cinema que agora já não poisa os coutos na América enquanto este linchamento público que está a sofrer não terminar.

Nomadland, o famoso filme da Frances McDormand a obrar num balde, ganhou o Oscar para melhor filme, entre outros. É uma análise sobre a solidão, um filme contemplativo e nostálgico, porém muito longe de ser deprimente. A vida é assim, há que lidar com ela. 5 minutos a analisar este já excessivamente analisado filme. Uma crónica em mobilidade.

Os Caça Monstros, título nacional, é um filme de terror com as dores do crescimento adolescente que apareceu à sombra dos Caça Fantasmas e Goonies e foi injustamente afastado para a prateleira dos ripoffs do videoclube do Sr. Joaquim. Mas Monster Squad é um filme que merece o seu próprio sucesso e está a ser lentamente repescado dos pântanos do lento esquecimento para um público cada vez mais amplo, que se bamboleia nos centros comerciais de t-shirt de Stranger Things em riste. E os seus pais, claro!

A morte chega à França rural sob a forma de um animalesco crime que desfaz uma família feliz. Uma equipa de advogados tenta salvar um inocente acusado de... OOHHH MEUUU DEEUUUUSSSSSS! E tudo muda a meio da pior maneira possível. Wer é uma visão pós-moderna da licantropia, onde cientistas substituem Christopher Lee nas explicações e onde os maxilares quebram como se fossem frágeis galhos. Segue assim o ciclo de lobisomens do inicio dos anos 80, já bem enfiado pelos anos 2010 adentro.

De regresso ao cinema em sala, com poucas opções, fomos receber Mortal Kombat no grande ecrã. O filme é o que é, porrada de criar bicho, muita violência e sofrível. Podia ser pior, uma hérnia discal, por exemplo.

Um reformado cego não desiste de viver após ser largado num lar da 3ª idade modernaço e faz o que tem que ser feito, livrar a pequena comunidade geriátrica de uma incómoda praga de lobisomens. Entre arrastadeiras, sondas, pacemakers e um intenso cheiro a urina, o nosso velhinho vai enfardando sopapo em tudo o que mexe. E continua assim o ciclo de filmes de lobisomens do inicio dos anos 80, já em 2014.

É certo que um filme de Woody Allen já não é o que era, entre as suas temáticas terem sido todas abusadas ao ponte de tornarem inutilizáveis até ao julgamento público de que tem sido sujeito, na última década a grande instituição que é "O Filme Novo de Woody Allen" decresceu. Não ajuda a qualidade dos filmes ter piorado. Este não é um bom Woody Allen, é medíocre, mas redime-se parcialmente com uma bela cinematografia e representação competente. 

De volta em formato "Directo para Vídeo", a saga Howling dá mais um trambolhão a caminho dos pantânos da eterna mediocridade. Um filme vazio e cujo mistério consiste em saber que criaturas andam escondidas nos bosques. São lobisomens... Porque é uma saga de lobisomens, fazem aúúúúú à noite na lua cheia e é um remake do primeiro howling que era de, adivinhem? Lobisomens. Ah, e a capa, posters e material promocional tem lobisomens.

No seguimento de um voicemail da Carla Rodrigues, vamos analisar o clássico slasher espanhol "Pieces". Um dos mais violentos slashers dos anos 80, carregado de aleatoriedade e nonsense, nudez e jovialidade que nos faz querer inventar aquele capacitador de fluxo e ir para Madrid frequentar aulas de danças com aquelas moças. Um mistério sangrento que estica as regras do Giallo, um final que nos deixa a pergunta do costume: "mas porquê?" Inclui cena gratuita com imitador de Bruce Lee chamado Bruce Li e uma visível carcaça de porco a fazer de lombo de jeitosa.

De volta à saga que é a coluna vertebral deste ciclo de lobisomens. Uma coluna deficiente de um octogenário, cheia de bicos de papagaio e hérnias discais, ainda assim uma coluna vertebral. Ao terceiro tomo, Howling viaja para a Austrália onde tomas as piores decisões de sempre, desce abraçar as origens marsupiais, indiciando haver vários tipos de lobisomens, ao mais horrendo bebé alguma vez aparecido em cinema. Horrível, como tanto amamos.

The Father, uma adaptação de uma peça de teatro, chega ao grande ecrã numa realização do estreante Florian Zeller com Anthony Hopkins e Olivia Colman nos principais papeis. Conta a história de um homem com Alzheimer, na primeira pessoa, onde nos transmite um pouco do estado de confusão e alheamento próprios da doença. Ilustrei o episódio de hoje com o poster alternativo feito pelo Edgar Ascensão, uma vez que os posters originais são imensamente desinspirados. Podem seguir o seu trabalho em https://twitter.com/edgar_ascensao.

Mais um domingo, mais um filme para crianças. Com a excitação do costume, o junior tenta convencer a malta a entrar a bordo do monsterverse, que é como se chama a meter os monstros todos no mesmo universo cinemático. Não confundir com o outro que entretanto desapareceu, que era o monsterverse da Universal, que teve aquela múmia manhosa com o Tom Cruise, lol. 

Segue o ciclo de lobisomens com Silver Bullet, um clássico adaptado da literatura de Stephen King. Um filme violentão para adultos que era visto maioritariamente por crianças e adolescentes porque o elenco assim o pedia. Desta vez uma pequena cidade do interior americano é aterrorizada por um lobisomem e apenas uma criança com deficiências motoras consegue perceber o que se passa. Com a ajuda do seu tio bêbedo lá dão água pelas barbas do bicharoco. O lobisomem é fraquinho para os padrões da época e a narração imbecil e desnecessário irrita um pouco, mas de resto é 5 estrelas, malandragem!

Com o título português de "Tentadora Maldição", a tentar o cunho erótico-teenager onde não existe, Ginger Snaps é a transposição directa do crescimento adolescente para o licantropismo. Este clássico canadiano, o primeira de uma improvável trilogia, conta a história de duas irmãs num pacto de morte às voltas com a condição de lobisomem e o seu impacto nos que as rodeiam. Uma narrativa que se entranha forte, personagens empáticos e fabulosos efeitos especiais práticos, na tradição dos grandes clássicos do género.

Uma pausa em filmes de homens que se transformam em lobisomens para falar num filme em que mulheres se transformam em cisnes. O clássico de Darren Aronofsky que atrasei até hoje. E de facto não compreendo ter deixado tanto tempo este filme para trás a mamar quantos filmes merdosos existem. Vamos então navegar até ao âmago da loucura, numa prima ballerina em apuros com o papel e a sua própria identidade. Sexo, sangue e os mais viscerais impulsos nesta viagem ao expoente máximo da obsessão. 

Mais um domingo, mais um filme para crianças. Desta vez o segundo Rambo, que deve ser o tomo para iniciantes quando estes estão na fase de ver "filmes de porrada, aventura e/ou acção". Uma espécie de ATL de Verão, mas no Vietnam em vez da Quintas do Bichinhos Primaveris, onde se aprende aguentar dor, acertar em helicópteros com lança granadas e desfazer desprezíveis sargentos vietcong à força de flechas de explosivos em vez dos tradicionais jogos com saco e ovo na colher ou tardes de olaria. Rambo é, assim, um dos primeiros educadores de infância de Portugal, que tomava conta de nós em formato VHS nos verões em que os nossos pais nos abandonavam ao destino na esperança que ainda estivéssemos vivos ao final da tarde quando regressassem do trabalho.

Do realizador de Sozinho em Casa 4, Beethoven 2 e America Pie, a série, chega-nos Teenwolf. E fazemos assim uma pausa no peso do terror neste ciclo eterno dos filmes de lobisomens dos anos 80 para falar de uma comédia adolescente. Lobijovem, de seu título português, é um clássico teenager apenas porque é protagonizado por Michael J. Fox, numa fase pré-regresso ao futuro, quando pensava ser este o seu fado, a série B. 

Twister para mim é sinónimo experiência em sala de cinema. Não é grande excepcionalidade cinematográfica, mas é filme que não fica bem no caixote que temos lá em casa em frente ao sofá. E hoje explico porquê.

De regresso ao ciclo de lobisomens dos anos 80, deixamos cair a regra de que os filmes têm que ser clássicos intemporais para trazer a dose semanal de requeijão oitentista. Fartos bustos despidos, hormonas descontroladas, sangue etripas a perder de vista são as imagens de marca desta obra cujo catering parece ter sido apenas vinho tinto e cocaína. Desta vez a maldição licantrópica parece não só atingir as mulheres como ter origem no sexo feminino, numa enigmática Stirba, uma lobimulher mamalhuda devoradora de carne humana. Christopher Lee, coitado, também por lá se passeia a tentar pagar a renda e a faculdade dos netos. 

Em 1985, na 4ª edição do Fantasporto, A Companhia dos Lobos levou os prémios de melhor filme, prémio da crítica, prémio do público e melhores efeitos especiais. Esta semi antologia de contos góticos que distorcem populares histórias dos irmãos Grimm, como a capuchinho vermelho, e lhe dão uma retorcidela de pesadelo em que o ponto fulcral são os lobos e os lobos-homem. Um filme confuso e desorientado para um teenager que era quando o vi, mas encerra em si um belo exercício de estilo e um inovador sentido narrativo. 

Aqui que ninguém nos ouve, hoje falamos de cinema mudo. Recuamos 100 anos para falar num dos melhores filmes de acção de sempre. Buster Keaton em modo Fury Road em busca do seu bem mais precioso, uma locomotiva chamada The General. Pelo caminho procura o amor e a glória num festival de acrobacias e coordenação de duplos capaz de envergonhar o Cirque du Soleil. 

O verão de 1981 foi incendiado por filmes de lobisomens adaptados da literatura que então era moda. Wolfen, o representante de hoje no ciclo que estamos a dedicar a lobisomens dos 80s, envereda pela via do policial. Um detective segue pista após pista até começar a desconfiar do sobrenatural. Entre os testículos de Edward James Olmos e a desconfiança de terrorismo por animais selvagens, ficamos com a sensação que Predator bebeu muito da sua dinâmica de predação deste filme.

No seguimento do mini-ciclo de filmes de lobisomens do inicio da década de 1980, vamos hoje abordar o super-clássico de John Landis. Dois jovens perdidos numa zona rural de Inglaterra ficam sob a maldição do Lobisomem que os leva a matar sem controlo. Das matas para a metrópole, este licantropo não deixa ninguém por decepar. A melhor cena de transformação de sempre e os efeitos de caracterização mais competentes.

Sábado à noite, cinema no escurinho com pipocas e 7 minutos de intervalo. Tem trailers, publicidades e pausas programadas para xixis. Desta vez as crianças escolhem. Aventuro-me nessas águas pantanosas dos títulos de animais falantes sobre live action da Disney. Escolhem As Aventuras de Flora e Ulisses (2021) e eu, como pai tolerante e desde que não se metam na droga tudo bem, anuo. Vamos lá ver o que acharam estas crianças deste novo direct to streaming da Disney que seria um belo produto de época baixa em sala, caso o apocalipse não nos tivesse vindo tirar as coisas que amamos.

No primeiro episódio de um pequeno ciclo dedicado aos Lobisomens do Início dos anos 80, Joe Dante conta-nos a história de uma jornalista traumatizado por uma experiência violenta com um serial killer que procura refúgio numa viagem terapêutica e relaxante. No entanto o destino paradisíaco parece estar ser atacado por uma praga de... licantropos assassinos sedentes de sangue e desprovidos de culpa. Lobisomens em versão serial killer com efeitos especiais e gore que continuam a impressionar aos dias de hoje.

Um artista à beira do suicídio é salvo por uma voz sexy que lhe sai de um buraco na parede. Mais do que uma anomalia estrutural, este buraco concede desejos além da imaginação, querendo em troca apenas um pouco de amor, se é que me estou a fazer entender. Uma premissa Cronenberguiana de baixo orçamento que tem o condão de nos prender até ao fim. 

Hoje falamos de Soul, da Pixar, neste especial para crianças. Ainda há tempo para uma palestra acerca do futuro das redes sociais e da regra de ouro das tias: "Se uma tia aparece na rede social, está na hora de mudar de local". Tudo pela maior especialista de TikTok de Portugal.

Dois irmãos recém orfãos estão entregues aos seus avós. Uma casa que esconde segredos, um filme que pode ser evitado sem nada de importante se perder. Não se esconde aqui um terrível segredo. Também se esconde um terrível filme.

No ano 3000 o mundo divide-se numa guerra eterna entre homens e mulheres. Esta rivalidade, porém, poderá estar para acabar porque os anos 80 aterram em pleno quarto milénio para resolver para sempre os problemas do mundo com a força do... amor! 

Mais um domingo com filmes para crianças, desta vez Harley Quinn desfila no éter da Rádio Cinemaxunga por escolha do Júnior. Um filme que as crianças querem ver e não podem e que o adultos podem ver e não querem. Esta intercepção matemática costuma dar zero, mas em cinema ninguém gosta de seguir regras, por isso aqui estamos nós sentados a debitar áudio. 

A última insanidade de Nicolas Cage é uma espécie de John Wick na Rua Sésamo onde demónios assassinos se apoderam do Ferrão e do Popas para serem trucidados pela força demolidora que apenas um autista consegue ter. Não é o filme perfeito, tens os seus problemas técnicos por inaptidão e fracote na representação, mas ainda assim dá uma bela tarde de sábado.

Mark Lester volta a ingressar pela via de ensino, desta vez no futuro com professores Terminator. Menos drama, mais matança cibernética, num filme competente, de bons meios que tem sido injustamente esquecido pelo mundo. Repesquemos este clássico dos pântanos do esquecimento, sequela do anteriormente analisado Class of 1984.

Ao domingo há filmes para crianças. Hoje fala-se do obscuro Indiana Jones, um clone de Allan Quatermain,  Tennessee Buck ou mesmo de Chuck Norris em Firewalker. Pouco conhecido, é certo, mas muito energético e um sucesso junto das crianças. 

Um professor bem intencionado começa a dar aulas numa escola de subúrbio, mas rapidamente percebe que tem que lutar pela sobrevivência num liceu empestado de violência de gangs, violações, assaltos e um Michael J. Fox drogado. Violência extrema que lhe viria a dar a classificação de X-Rated, Class Of 1984 não cede à pressão da indústria e deixa um rasto de destruição e morte impensável para os dias do moralismo social em que vivemos.

Jack Deth, um polícia do século XXIII que patrulha as ruínas de Los Angeles, está no encalce de um perigoso vilão que se refugiou em 1985. Entre laca, chumaços de ombros e pubis de manutenção descurada, Deth tem que usar as ferramentas do futuro para lutar pela humanidade e forçar a sua idade avançada por uma Helen Hunt de 19 anos adentro.

Um assassino igual a Freddy Kruegger, que mata como o Michael Myers e que foi comercializado como a sequela de primeiro Texas Chainsaw Massacre, 4 anos depois de ter saído a sequela oficial. Bruno Mattei a ensanguentar um thriller psicológico de romance para o fazer um giallo de slasher. Tudo para correr bem.

Ao Domingo temos a rubrica "Filmes para Crianças", hoje com o grande êxito de 1985 Commando. O filme responsável por fazer aproximar milhões de pais e filhos nos últimos quase 40 anos. 

Aborda-se hoje, pela primeira vez na radio preferida pelos portugueses que deambulam pelas trevas em busca de pérolas esquecidas, um filme recente e nada obscurecido pela névoa do tempo. Saint Maud é a estreia da realizadora e argumentista Rose Glass que está a fazer muita gente ir a correr em busca de uma muda de roupa interior de emergência. Um sacana assustador que nos convida a entrar para insistir em se manter cá dentro... para sempre.

O revenge movie é um dos géneros que mais tenho vergonha de amar. Dentro de mim ferve a sede de vingança e a necessidade do climax em extrema violência. Dos géneros mais clonados mas com os finais mais satisfatórios. Vigilante, de William Lustig, um hino à violência gratuita.

Um filme de Wes Craven que, face à sua excecional obra, acabou por ficar preterido dos nossos tops. Crítica social, famílias disfuncionais e o horror, meu deus, o horror.

Planet of the Vampires tornou-se famoso porque a sua premissa é mesma de Alien, algo que só recentemente foi admitido pela argumentista Dan O'Bannon. Uma bela desculpa para falar de um lindíssimo filme de Mario Bava.

Bruno Mattei a capitalizar o êxito do primeiro Terminator com uma sequela falsa que é, em simultâneo, um remake do Aliens de James Cameron. Tudo embrulhado no mais baixo orçamento que os gloriosos anos da exploitation tem para nos oferecer.

Capitalizando do universo Evil Dead, o realizador Scott Spiegel pede ajuda a Sam Raimi e Bruce Campbell para puxar este filme de baixo orçamento para as luzes da ribalta. Belos efeitos especiais com mortes muito divertidas, não tem um elenco nem um argumento que ombreie. Tudo aqui.

Mais um clássico do realizador fetiche desta rádio, desta vez um filme pré-zombies de Lucio Fulci que pode muito bem ser o seu melhor. Voodoo, crianças, igreja católica, nudez gratuita, processos em tribunal e aldeias retrógradas. Uma espécie de Portugal dos anos 80.

Feito com amor por Jim Henson para as crianças deste planeta, algumas decisões correram mal e foi criado este combustível de pesadelos que ainda hoje mantém pessoas em consultas de psicologia com fobia de ser transformado em rato.

Tennessee Buck , o Indiana Jones de Intermarché, é um aventureiro que tenta faturar às custas do sucesso alheio. Desequilibrado em tom e engraçado pelas razões erradas, é um filme sobre o qual temos que falar.

Pouco há a acrescentar a este assunto que encantou o mundo no último ano, mas agora que parece haver um filme dedicado ao tema no futuro próximo, falemos um pouco das Nalgas do Mandarim. 

Mais memórias de filmes perdidos que não sendo bom, não se esqueceu.

Um filme que não vejo há mais de 30 anos mas que me continua a martelar o cérebro. Hoje falamos de uma velho glória do VHS que não tem distribuição em DVD nem BLu-Ray. Só cassete...

Fazendo um trocadilho com A Cat in the Hat e a sua próprio característica e obsessão de gatos e cérebros (expostos), Lucio Fulci protagoniza o seu próprio filme como ele próprio a viver o pesadelo ser perseguido pelos seus próprios filmes. Um agregado de cenas recicladas, com extremo gore mas que deixa muito a desejar.

Mais um filme de terror italiano disfarçado de americano do realizador de Cannibal Ferox. Uma pérola do humor não intencional.

Tinha este filme no congelador desde a década passada à espera que se pudesse voltar a ver filmes de vampiros, prazer que a saga Twilight e os seus sucedâneos matou. Foi desta.

O Dogma 95 é um manifesto cinematográfico  publicado em 13 de março de 1995. Os autores foram os realizadores Thomas Vinterberg e Lars von Trier. Segundo  Vinterberg levaram apenas 45 minutos para formular as regras. Foram apresentadas uma semana depois em Paris. É também conhecido como "O voto de castidade".

Já na fase decadente da sua gloriosa carreira, Lucio Fulci lança um filme cujo ponto de partida é Carrie (Brian de Palma, 1976), mas a viagem leva-nos ao surreal mundo dos sonhos sangrentos que tanto amamos. Pontos extra para o poster de Tom Cruise (como Maverick, em Top Gun) que serve de fundo à sua cena mais icónica

A filha de um famoso cozinheiro de Sushi, também ela chef desta nobre arte, ajuda a combater uma praga de mutantes sushi porque é convenientemente também mestre de kung fu. Galhofa e porrada seguem assim o seu percurso natural com tentáculos e miúdas aos gritinhos sexy com roupas de colegial.

Revisitando um velho clássico para iniciar as hostilidades.