
Felipe Simão
By Felipe Simão

Felipe SimãoDec 18, 2022

35 - Urso polar em Copacabana
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

34 - Há dias amei

33 - Poemas de tristeza
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

32 - Decisão que dá nó
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

31 - Pé-de-cabra na nuca

30 - Senhora dos meus pensamentos

29 - Ausência de hipótese
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

28 - Minha razão de sorrir
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

27 - Il ne faut rien plus
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

26 - Bailarina

25 - Azul manchado
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

24 - De Manágua a Parati
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

23 - Traição
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

22 - Geladeira
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

21 - A gótica e o narcisista
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

20 - Cegueira
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

19 - O cometa que não se viu
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

18 - Anjo travesso
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

17 - Quem diria?
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

16 - Sinceridade
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

15 - Quando faltam amigos
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

14 - Juventude, ensaio da vida
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

13 - Amigo
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

12 - Alla fine
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

11 - Outro lado do Atlântico
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

10 - Amar é esperar
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

9 - A cientista
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

8 - Ultrassom testicular
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

7 - Intercedido
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

6 - Eu canto
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

5 - Quando eu tiro o chapéu
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

4 - There was a brigde
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

3 - Tempo que passa
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

2 - Epitáfio
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

1 - Raízes
Segundo livro de poesias de Felipe Simão.

Guaraná rosa

Providencial picadura
Amor, / nesse momento de despudor, / de carnal concupiscência, / quero que me diga uma indecência / - Para não faltar contigo, / de pronto te digo, / “preço da gasolina”. / Amor, assim o clima você arruína, / não é hora de pilhéria, / tesão é coisa séria / - Perdão, agora te deixar na mão, / mas é que com tantos problemas, / pouco dinheiro e muitos dilemas... / parece até bobagem, / mas não consigo pensar noutra sacanagem / além da que me fazem todo dia, / meu bolso está mais doído que cu de vadia / estou puído, todavia / quando parar de me preocupar, / a paudurecência há de tornar, / mas para sair dessa sina, / é indispensável a vacina; / é preciso levar picadura / para dar pica dura

Filhos da corrupção
Brasil, país com nome de pau, / filho de Portugal, / duvidosa nação, / somos todos filhos da corrupção / Porém não podemos perder a esperança, / uma hora virá a bonança, / o país precisa de mudança; / são os novo ares / do governo Jair Milhares; / seria fascismo? / No mínimo é nepotismo / Temos lá o Flavinho, / aquele que tem não resiste a um chocolatinho; / o Duduxa, / aquele que no cu leva bucha, / o Carluxo, / aquele que tem cara de cacete murcho; / e já se engatinha mais um filhotinho, / logo logo sai do ninho, / o chamado comedor do condomínio; / será que ele já comeu o ilustre vizinho, / enfiou a peça / no cu do Roni Lessa? / Não dá para saber se esse casal esteve disteso, / só se sabe que o sujeito tem com a família rabo preso, / e que o verdadeiro mandante resta no planalto ileso

Etiópia, fome de guerra
Está mais quente que calor de forno / o fervor no africano corno; / é demais, / quem quer guerra ganha prêmio Nobel da Paz, / por mim nem o Obama receberia, / mas no cu de outrem é refresco pimenta síria, / duas coisas que não abondonam esse terra, / a fome, sequer a guerra

Promoção do dia
Quanta emoção! / Que venha e se faça / a promoção, / no Carrefour preto morre de graça; / não tem fim a negra desgraça, / só vem mais carregada de ironia, / morre-se até no próprio dia

A revolta pela vacina
A nação está uma zona, / quem tem a coroa não acredita no corona / é indecente / a cara de pau do presidente / aliás de pau dizer-se não dá / o filho da puta tem é cara de jequitibá; / que ecória, / ter que concordar com João Doria! / É o brasil inovando na sua história / inicia-se a revolta pela vacina, / se não me engano já ouvi outro nome que combina, / o que mais me indigna / é o não querer, / não se importar em ver o povo morrer, /que nos acuda alguém; / isso pelo menos se tem, / O STF avisou a Anvisa que da vacina a gente precisa, / mostrando que ao pulha, / que maricas é quem tem medo de agulha

A origem de todos os Salles
Está no ar / a pergunta que não quer calar / quem veio antes, o galinha ou o Partido Novo, / fornecedor de baba-ovo; / eu devia ter desconfiado pela cor que esbanja, / sugestivo laranja / O enfadonho / quer destruir tudo que há / chama quem reclamar de Nhonho; / foram-se os tempos do boi Bumbá, / agora só resta o boi bombeiro; que solte a voz o povo brasileiro, / pois quem canta / todos os Salles espanta

Julgamento danoso
Que julgamento danoso, / absolvição por estupro culposo, / é difícil não ficar revoltoso, / até na calcinha tinha gozo / O caso é estranho demasiado, / parece que estava tudo armado, / promotor, juiz e advogado, / para escrever fico encabulado, / é até difícil encontrar a rima, / o único inquisidor caiu para cima; / é insano / ver quem acusa passar o pano, / dizendo que no crime houve engano, / é não se fartar / em humilhar / o mortal ser humano / Fico indignado / com a força desse patriarcado, / sua influência no Estado, / penso viver feitiço de mago, / a realidade parece até livro do Saramago

Urubus na Alvorada

Nova sina

O cara de pau
Não me leves a mal, / não foi assédio moral, / foi sexual, / o que fez esse cara de pau / E a gente já aposta, / que isso a Globo não mostra; / o show tem que continuar, / a TV não pode sair do ar, / não pode ficar uma zorra, / é preciso ter pachorra, / quem ainda não fingiu que corra, / o clima está pesado, / sobrou até para o dentista mascarado

La gente de Venezuela
Qué situación la de Venezuela, / ni en los sueños se vuela, / la hermosura del pasado yá se apaga, / la gente está corrida e mal paga / Gordo cretino, / rico de oro clandestino; / es triste nuestro destino, / no hay camino, / tenemos a cá Maduro, / Bolsonaro, allá del muro

Francesco e i gay

Ciao, Salvini
Ciao Salvini, / cosa ora rovini? / Vuoi lasciarci soli come gli inglesi? / Mica, siamo in mano dei cinesi / E voi della Lega / continuate a far Putin la sega? Italia, puttana di lusso, / paese europeo di partito russo

Sistema privado
Sei que a senhora é comunista, / mas por favor não insista / Antônio, dá um jeito nessa puta, / nem que tu dês a ela cicuta; / precisamos do sistema privado, / senão o povo do Portugal estará coitado

Acena a dor
Senador, / é do seu ofício / por dinheiro no orifício? / Acena a dor, / trinta mil não é para desperdício, / mas parece-me que há algo errado, / pelo lugar onde estava guardado / não pode ser dinheiro limpo, / assemelha mais sujo que venezuelano garimpo / Nessa terra não se tem mais tremor anal / ao escutar cantar o pau, / treme se bater a Polícia Federal; / faz o cu de imprevisto, / o protocolo do agente / na sua mente / não pode ser desvisto. / Eu insisto, / Senador, / como pode ser seu cu tão indolor / mediante monetário esplendor?! / Pensando bem, / melhor não responder, / prefiro ficar sem saber, / não comente, / poupe a nossa gente; / desse caso não precisa dizer-se mais, / pois quando não fala a boca da frente / denuncia a de trás. / Não nego a risada de ironia / diante de toda corrupção em orgia, / porém confesso perder esperança, / o Brasil por vezes me cansa

Ardor venal
Ó que dor / sente o senador / ao provar do venal ardor, / quando se fala de dinheiro não há pudor / A economia vai mal, / culpa do Banco Central? / Não sei, só sei que o dinheiro não rende / e me surpreende / recorrer ao depósito anal, / ora já penso na entonação proverbial, / Dinheiro roubado, / no cu fica melhor guardado

Devaneio tropical, uma carta de amor de Braília a Caracas
Não sejas daquelas, / quem se faz de boa moça, / pois sei que entre quatro quadrelas / és mais suja que uma poça / Não me venhas com vertigens, / sei que o fogo corre por tuas matas virgens; / quero sexo demasiado, / passar a noite desvairado, / tomar café colombiano para ficar acordado, / remédio americano para ficar excitado / Ora, não há coisa mais bela, / somos como cravo e canela, / devaneio tropical, prazer descomunal; / por muito mais eu não aturo, / meu falo já está maduro / de tanto ficar duro, / e não me venhas com teu cu duro, / minha cara donzela, / quero penetrar a tua venezuela!

Dinheiro da TV
Cadê? / O dinheiro da TV? / Foi todo para o SBT / um restinho para a Rede TV, / aumentaram até o montante, / mas ninguém reclama arfante; / o problema era mesmo a Globo, / mídia opressora, / porém não sei se a emissora / é o verdadeiro lobo / Disso eu nunca vi, / mais raro que saci, a chamada Libertadores Jequiti, / para transmitir só é competente / quem fala bem do presidente; / acabou o monopólio, /ou da nossa TV só sobrará o espólio?

Hemorróida no país do pau
Já fui esfaqueado, / mas o que me dói mesmo / é o cu inchado, / na saída do torresmo / meu furico arde demasiado / Não sei dar fim a esse tormento, / dum cu repleto de formigamento, / agora me veio uma ideia tosca, / ora que não posso queimar minha rosca, / com o meu cu em coma / Já sei! Vou queimar um bioma! / Pela minha ira oríficia, / de sodomita imperícia, / tu, Brasil, há de pagar, / teu céu anil há de se acinzentar, / pois justo nesta terra que tem nome de pau, / não posso eu provar do passivo anal / Verás o que minha iracúndia fará, / queimando todo o matagal, / rastro não sobrará, / só minha natureza boçal / - Não faça isso, seu animal! / Dirá-me o cidadão intelectual / Já tenho a desculpa ignominial / Eu preciso salvar, o empresário rural / sacrificado a cobrar, pelo arroz preço banal

Consanguinidade
Minha cabeça fica encabulada / ao ver o tamanho da parentada, / são descendentes demais! / Tem gente que ainda carrega o sobrenome Arraes / Eu fico inquieto / em saber que já estamos no ACM Neto / Meu Deus, são tantos, / como o filho do Eduardo Campos / que seria impossível citar todos / os resíduos, os lodos / para dizer a verdade / apolítica brasileira / seja em parte ou inteira / é deficente por consaguinidade

Santidade monetária
Infelizmente é assim, / não ponhas a culpa em mim / pelo que estou a dizer, / com essa maldade nada tenho a ver, / é assim o caminhar do mundo, / pobre é sempre vagabundo, / rico tem salvação mesmo morribundo

Absolvição imunda
A pena sempre vai para mais / no seu cruel cálculo voraz, / mas quando tocam-lhe profundo, / e tem que ser bem fundo, / dentro de seu imundo, / ele absolve todo o mundo / Esse membro do Judiciário / jamais sairá do armário, / para fazer proeza advocatícia, / há de se ter malícia, / medida astuta, / é fazer feliz / o juiz / dando-lhe rola prostituta; / assim a pena não se computa, / não cumula, / a sentença se anula, / a decisão, eu sei, é chula, / é a dita absolvição imunda, / o recurso é a bunda

Não Damares!
Vamos defender a família, / não é mais permitida heresia, / só protegeremos a fogosa / se ela estiver de rosa, / para quem não entendeu, / a liberdade sexual foi pelos ares, / quem deu, deu, / quem não deu, não Damares!

Que doideira, a nação brasileira!
Ora, que doideira, que doideira / está a nação brasileira. / Não se contam mais os meses e sim os ministros, no governo não há pobre coitado / que esteja verdadeiramente empregado, / o que existe é demissão em pendência, / aliás, quantos ministros faltam para a reforma da previdência? / Ora, que doideira, que doideira / está a nação brasileira / O Paulo Guedes quer zoar o deputado, / mas não passa de pau mandado / Ora, que doideira, que doideira / está a nação brasileira / O amigo do amigo do meu pai / falou-me que para o bem da Justiça Nacional / é preciso censurar o jornal / Ora, que doideira, que doideira / está a nação brasileira / O hacker tem de seguir a lei, / ser honesto, isento, / já o Juiz… / ah esse pode ser mais depravado que puta em convento, / rasgando o CPP para fazer detento / Ora, que doideira, que doideira / está a nação brasileira / O presidente faz flexão / como uma galinha boqueteira

Lado artista
É impossível ser altruísta, / os petralhas me chamam de fascista, / os lacaios de socialista, / os ubers, taxista; / se não querem que eu insista / em mostrar meu lado artista, / podem até falar, / mas eu não hei de parar, / sem temer qualquer perda, / falo mal da direita ou da esquerda, / falo mal da puta que pariu, / falo mal de quem foder o Brasil

Democracia em vertigem
Ora, que país genuíno, / o vice pago o assassino, / lava-se o sangue na pia / logo na volta da democracia / Chega o marquês de Carabás, / dizendo-se "caçador de marajás", / mostra-se ele o verdadeiro paxá, / congelando o dinheiro do povo na hora H / Vem o Itamar, / tentano a economia salvar, / nada mal, / lança o Plano Real; / sucede o seu ministro então, / provando-se grande decepção, / em seguida, desdedado ladrão, / que indica a seu posto, uma sem noção, / propõe para o nosso relento, / que estoquemos vento / Na transição, / que horror, / provocando grande temor, / desvela-se o soturno vampirão, / na nova eleição, / faz-se o povo favor, / de trazer pior terror / Já tivemos de tudo, / de ladrão nobre /a ladrão pobre, / mas esse é um absurdo; / quer deixar o pantanal desnudo, / o gay apanhar, / a mãe do jovem a chorar, / o índio exterminar; / sua ignomínia / não deixa escapar nenhuma minoria. / Ó cousa descomunal / é ter um presidente boçal!

20 - Na cama
nosso calor arde na cama,
tu, despida de dama
te vestes da pior fama,
eu, despido de inibição
faço aquilo que tanto anseio pela mão;
é sublime emoção,
quando o amor borbulha de paixão

9 - Só pela sacanagem
aprecio nossa camaradagem,
mando-te a foto do meu pau,
mas é só pela sacanagem
Por favor, não te ofendas,
aposto que já viste coisas mais horrendas
minha pica não é longa, nem grossa,
não machuco ninguém com essa joça
Por favor, não fiques preocupado
eu não sou gay,
apenas contigo sonhei,
estavas pelado
Não sou gay, reafirmo,
sou hetero e confirmo,
dizer-se “viadagem” que insensatez,
pois se apenas uma vez
com foto tua me masturbei;
tua rola nua? Já imaginei,
contudo, não sejas exagerado,
não faças julgamento infundado,
ouvindo teu áudio já gozei,
mas nem por isso sou gay

5 - Polução noturna
é a polução noturna,
jorrada inoportuna,
no alto da madrugada
vem indesejada,
deixa a pica ensebada,
a cueca manchada
A cada um é diferente
a similaridade é o inconveniente,
é esporro espirrado,
uns tantos sentem o caralho desgovernado,
alguns, o saco esvaziado,
outros até, o cu molhado;
chora-se por onde se sente saudade
clama-se por onde há vontade,
o chamado da maldade,
malícia sexual,
milícia hormonal,
de porra empedrada,
de rola mal ordenhada,
escrotal mal estar,
aflição vindoura,
o remédio é gozar,
evitando o noturno melar de ceroula

3 - Campeonato de centímetros
de maturidade incapazes,
vê-se tosca disputa,
na qual os centímetros se computa;
argumentos levianos,
rememorando os três deuses indianos,
não há maior tolice,
dizer-se “pau de légua”,
pois a pequenice
constata-se na régua

Extra - Crente do rabo quente

69 - Poema 69
é com demasiada dor
que anuncio-te o fim do despudor,
é chegado o poema sessenta e nove,
paro a contagem por motivo nobre,
sessenta e nove é o número da reciprocidade,
não há espera,
não há alguém que impera,
não exige determinada sexualidade,
é prova de amor sincera
que o mútuo prazer venera
A vida seria mais doce
se tivesse essa mistura agridoce,
não haveria tanta aflição,
vindo o azedume junto do tesão
Sou caótico,
matreiro e erótico;
sei que gostas do meu jeito perverso,
que sempre clamas por outra obscenidade em verso,
entretanto, aqui me despeço;
chegamos ao confim,
infelizmente, até o orgasmo tem fim;
sei que teus olhos têm fome
de ler outra poesia assinada pelo meu nome,
todavia, é prudentemente perspicaz
deixar um gostinho de quero mais,
e se ora de prazeres te privo,
é para dar-te mais noutro livro

68 - Vegetariano
será tornar-me o rei da escória;
de palavras bonitas os cantos dos infernos estão cheios,
decidi não me dar a esses rodeios,
obstino o desvéu,
a pureza do céu,
por completo, carente de malícia,
gozar não, rir é uma delícia,
condenável é do pecado provar,
porém ao disso falar,
os mandamentos remanescem intactos,
com o tinhoso não tenho pactos;
é irônico,
é cômico,
quiçá até canônico,
irei para o mesmo lugar que um presbiteriano,
pecando contra carne sou vegetariano

67 - Dois vagabundos
teu sussurro chiado,
o cabelo afagado,
o beijo selado,
já estou vislumbrado,
já enxergo embaralhado,
de ti estou embriagado,
por ti estou apaixonado
Eu já escravo
sinto teu cheiro de cravo,
em ti me encravo,
tu te encravas em mim
e ficamos assim
imundos,
até o fim
dos mundos,
dois inseparáveis vagabundos

66 - Escravo da boceta
conclamo
o seu amor,
mas só recebo vazia dor,
não sei por que me calo,
quando massageia o meu falo;
devo travar minha espoleta,
não posso virar escravo da boceta,
o grelo já virou minha chupeta
Só de sexo ninguém se contenta,
sem amor nenhum casal se sustenta,
mas ao fim a pica me arrebenta,
ela sabe usar a ferramenta,
até com o cu me atenta,
o fogo arde como pimenta
meu coração essa gaja cimenta,
porém meu sangue ela movimenta

65 - Foglio dimenticato
maledetto imbroglio,
sei il foglio
della mia storia dimenticato
soltanto registrato
nella mia memoria;
paura mentre voglia,
senso dei miei pensieri,
centro dei miei desideri,
l’unico camino, fra tanti sentieri,
ti voglio oggi, come volevo ieri
Sei vivido passato,
brivido sofregato,
misterio inato,
desiderio mai soddisfatto,
sesso matto,
destino giustamente sbagliato

64 - Posição matreira
luxúria matreira,
foi trepar de bananeira,
arrependi-me dessa cousa maluca,
pois o resíduo de chuca
escorreu até a nuca

63 - Luxúria profunda
que fizeste na minha bunda,
luxúria profunda,
o tesão fecunda,
de paixão me inunda
fico atônito, paspalho
Qual é o nome, cintaralho?
Ah como queria
fazê-lo todo dia,
pegaste-o emprestado de alguém?
Ah, era da tua tia;
verei se no mercado livre tem;
chega mais rápido pela Magalu,
o quanto antes para comeres o meu cu

62 - Arrojado
ao pecaminoso momento,
é preciso novo elemento,
ser perspicaz,
não deixar cair a peteca,
metida atrás
e banana quente na xereca
No começo é assim mesmo,
fica-se a esmo,
demora a ficar ajeitado,
a estar acostumado
ao cheiro de mamilo queimado,
a ter o cu beijado,
a esse sexo arrojado;
depois, quando adquire-se destreza,
aí vai que é uma beleza

61 - Masoquismo gestapo
nesse teu masoquismo gestapo
Somos trapo nos trapos,
mais venenosos que envenenados sapos,
mais insossos que os ensopados fatos,
mais perigosos que insensatos
Somos desejo onde há de doer,
ensejo onde há de arder,
manejo em fazer sofrer,
sem gracejo na hora de foder

60 - Toda forma de heresia
entre a poesia cômica e a erótica,
o sentido perpassa,
coisa que uma palavra disfarça,
na luxúria há todo tipo de graça
Um brinde de taça!
A essa literária orgia,
a toda forma de heresia

59 - Amor em todos os sentidos
quando o amor puro
se dissipa
para dar lugar ao desejo que em nós palpita,
a cousa que mais me excita,
ver-te nua,
à sombra da lua;
o silêncio da rua,
nosso gemidos calados,
desufocados
no ápice,
na libido a sinapse
Impossivelmente unidos,
completamente sumidos,
nada mais importa,
pois a vida lá fora é morta;
não há depois,
só nós dois
e o mundo nosso;
fazer o que posso,
fazer o que possas
das vidas nossas

58 - No passar de segundo
despido de receios,
admiro teus seios,
visão galante;
o prazer divino suplanta,
tua mão sufocante
na minha garganta,
o ar que não inspiro,
é o prazer que respiro;
no passar de segundo,
esse prazer fecundo,
é tudo que posso ter no mundo

57 - Maturidade libidinosa
sentir no cu dor,
só é devido o ardor
se nele encontra-se fulgor;
se houver furor no furo,
gemido no escuro,
cu mole e pau duro,
haverá sexo anal maduro

56 - Surpresa
o dedo borrou
a merda na ponta o chocou
de sopetão, na boca dela enfiou,
o gosto desagradável pouco importou,
o bonito é que no fim, todo mundo gozou

55 - Povero Gigino
qualcuno per fargli un pompino
non riesce a trovare,
così non può più stare
Il mondo sembra perduto
quando si tiene il cazzo asciutto.
Non ho potuto
dargli parola di consolo
e succhiare un fallo non è il mio ruolo
Povero Gigino,
non avrà mai un pompino,
accetterebbe anche se lo facesse un ragazzo
non ci sarebbe imbarazzo
purché sia carino
com’ è il suo cugino,
ma con l'uccello così piccolino…
Nella sua testa
c’ è una vera tempesta
Gigino contesta,
ma poi si è costretto,
col suo cazzo tutti mancano il rispetto

54 - Diabinha da Tasmânia/Endiabrado cântico
assemelha um diabo da Tasmânia,
com seu estridir de voz fanha,
meus ouvidos arranha,
o gemido me apanha,
e me leva à demora,
ela quase se apavora,
com o passar da hora;
a poluição sonora,
é o meu segredo tântrico,
virtude do endiabrado cântico

53 - Para de enrolar
o que fizemos no altar,
mas não resisto em relatar
nossa irônica forma de pecar;
brilhante preliminar
deixou-nos sem fôlego para continuar
é das cousas
que não se ensina nas lousas,
como em pé pregar
e ajoelhado rezar,
a penitência de vez já pagar,
três ave marias, dois pai nossos
ficamos puídos, restaram só ossos;
deliravas quando lambia,
gritavas, “Ave Maria!”;
enquanto chupavas meu troço,
eu entonava, “ô Pai Nosso!”
Sei que sou degenerado
violei preceito sagrado,
em terra santa não se levanta espada,
agora minha alma está marcada
e há de ser eternamente,
o diabo sorri-me contente

52 - Segredos de eucaristia
o que fizemos no altar,
mas não resisto em relatar
nossa irônica forma de pecar;
brilhante preliminar
deixou-nos sem fôlego para continuar
é das cousas
que não se ensina nas lousas,
como em pé pregar
e ajoelhado rezar,
a penitência de vez já pagar,
três ave marias, dois pai nossos
ficamos puídos, restaram só ossos;
deliravas quando lambia,
gritavas, “Ave Maria!”;
enquanto chupavas meu troço,
eu entonava, “ô Pai Nosso!”
Sei que sou degenerado
violei preceito sagrado,
em terra santa não se levanta espada,
agora minha alma está marcada
e há de ser eternamente,
o diabo sorri-me contente

51 - Éden metropolitano
a nossa selva,
sendo os mais insanos animais
os mais íntimos mortais;
ébrios de tudo,
que insta os ensejos carnais;
na lembrança não me iludo,
pois nossa veneta dolorida,
ainda arde na ferida
de teu arranhões,
trazendo-me vívidas as sensações

50 - Azul do Tahiti
a gente nem vê chegar a madrugada,
paixão mais que crua,
já somos vida sozinha,
pois a alma tua
invade a minha
Nosso amor, tão eterno,
tão romântico;
nosso sexo, tão terno,
tão tântrico;
coisa que a existência perpassa,
aquilo que me despedaça
e me une a ti,
olhos mais azuis que o mar do Tahiti

49 - Tesão surreal
nós, um só corpo moribundo,
mísero fio de vida que nos permite o prazer profundo,
no devaneio nosso de paixão,
não há céu, nem chão,
fantástico mundo,
onde o que vale é o imundo
Tu me excitas,
és a felicidade
e em mim habitas,
a facilidade
não é um problema,
nossa vida, ditoso poema
não sei por que te consternas
em ter tanto prazer ao abrir as pernas;
queres dizer irreal,
só por ser-nos banal;
deixa entre a lucidez,
por que não aceitas duma vez
o dom divinal
do tesão surreal

48 - Terra do pecado
ainda não provado,
já conheço demasiado
Não me desconsideres
pela minha virgindade de mulheres
tenho orgias de poemas,
falando do assunto sem problemas,
ante a experiência
mais valem as palavras
mesmo na inocência
elas me tiram as travas
quero que entendas
para dizer tais coisas horrendas
não precisa ter estado em cima,
só é preciso saber a rima

47 - Borboleta do meu quintal
Nosso amor assim não pode acabar!
Só agora vejo
a força do nosso desejo;
neguei-me a ver tantas cousas boas
que não encontro noutras pessoas,
e ora faço esse poema para listar
as inúmeras razões de lhe amar
Não entendo,
agora tudo revendo,
como não valorizei a sua afeição
por qualquer posição;
e então,
prometo dar ao seu gozo requinte,
quero que trema mais que fusca a cento e vinte
Reconheço que não soube mostrar apego
pelo seu molhado beijo grego;
jamais tive o mesmo zelo
pelo seu inexigente grelo;
e por isso aqui faço um apelo,
prometo-lhe o mais lustroso dos liguetes
para compensar também os seus inebriantes boquetes;
tudo que ficou ressecado,
restará no passado
Como pude me engrupir,
pensando com outras estar,
se na privacidade do nosso lar,
de joelhos você nunca pensou em cuspir?!
Do seu conal esguicho nunca mais vou reclamar,
assevero-lhe de boa vontade o provar
Só sem você pude perceber,
meu pensamento por si enternecer,
não consigo crer
que pude me negar em ver
o seu gesto fenomenal,
que fazia
de alegria
borbulhar meu pau
você é a borboleta do meu quintal
com sua boceta dando mortal
propiciando à minha caceta prazer descomunal
Já de pensar em si me vem vontade de ficar nu,
e olhe que nem deu tempo de rememorar o vigor de seu cu
cavidade deveras malemolente,
que nunca se fez concupiscente,
como me permiti desconsiderar na chuca em dia o teu esforço?!
Ora me vem vergonha de enterrar no chão pescoço
Nesse pesamenteiro estalo,
com as memórias desse embalo,
vejo o quanto fui ingrato
pelo seu talento quase nato;
sei que neguei-lhe na cama ardor,
a si não dei valor,
desprezei seu valoroso amor,
mas aqui lhe suplico, Perdão, ó flor

46 - Cu de flor
ao ver na minha companhia,
cousa de tão enorme esplendor,
recinto de delírio e amor,
o qual só posso nomear “Cu de flor”
No ímpeto da heresia,
até no momento da flatofilia,
não sinto fétido ardor,
teu peido cheira a doce sabor,
se um dia me deixares, Cu de flor,
perecerei de amargurada dor

45 - Ácida saliva
pois fez ela de minha caceta
própria chupeta
E nesse marasmo o oral,
o coito virou cousa banal,
imploro pela conjunção carnal
Ácida saliva, ardor descomunal
Não lubrifico mais meu pau
de líquido vaginal
Não há perspectiva positiva
Quem diria, mordida inofensiva
parece queimadura de água viva
Até mesmo o fétido foder anal
seria alívio sensacional
mediante tamanha maldição bocal,
tormento escrotal
Não posso calcular, valor venal
para desperpetuar, este ínfimo carnal

44 - Árduo labor pital
desbravar esse pito imenso,
de pelos denso,
o cu, nem penso,
só de imaginar já fico tenso
A garganta resta rouca
de tantos pentelhos que me entram à boca,
é coisa louca
esse xaxim de planta oca,
é tão grande o matagal,
que posso até perder meu pau

43 - O teorema da naja
dizendo gostar de menage;
mesmo que duas me querendo haja,
eu não sou uma naja...
e sem perder o tom,
dois é bom,
três é demais;
se com uma já sou incapaz,
com duas o trabalho é tenaz,
um sutiã a mais para ser tirado,
um grelo a mais para ser lustrado
e um falo a menos na hora de provar o veneno,
um prazer que não é pleno

42 - A favorita
não cultuo o falocentrismo,
podes tomar nota
eu gosto é de xota,
ser grande ou pequena não é importante,
vale a que me deixar arfante
Se tem coisa que sujeito como eu mais detesta
é o termo “mulher honesta”;
não quero moça para rezar novena
o altar não é onde entro em cena;
desejo aquela que me olha e não condena
A minha favorita
não é a mais bonita,
não é a mais erudita;
não preciso na lousa desenhar,
um pouco de cada cousa, ela deve inspirar
Não consideres minha única ressalva cobiça,
peço que não seja roliça,
quero-a sã e enxuta,
podem até chamá-la de puta,
já disse, não quero mulher santa,
basta-me que não seja uma anta,
é bom ter o que conversar
depois do erotismo provar

41 - Conceito de mulher
meu caro irmão,
essa manhã não pode ser esquecida,
tive a melhor foda da minha vida
- É palavra que não pode ser removida -
Trepei com mulher mui convencida,
quando cheguei já estava equipada
- Levaste de borracha pirocada? -
Não, digo que ela estava preparada,
camisinha, lubrificante…
ah ela me deixou arfante,
senti-me como um infante
à primeira vez,
foi melhor que sexo a três;
o único problema
é que agora enfrento um dilema
Simão,
tenho-te em grande consideração,
presta atenção,
falo-te de aberto coração,
o que dizer não sei sequer,
só sei que mudei meu conceito de mulher,
e não me refiro só ao cuzinho,
Simão, o chibiu era igualzinho!
Eu fico às vezes no quarto sozinho
com o pensamento isolado,
pensando no que foi mutilado,
melhor deixar isso de lado,
largar o preconceito,
agora está tudo feito

40 - Gigolô do iogurte
quero viver com as mães solteiras,
pois têm essas em suas geladeiras
a sobremesa sublime,
nada que meu estômago mais estime,
a doçura do iogurte,
prazer maior que o orgasmo me incute;
é a gerontofilia alimentícia,
dois prazeres, uma delícia

39 - Hell door's knock
brings the mother I woud fuck,
she is a full unleashed desire,
she will set my soul on fire,
her touch a flame of hell,
the beauty of Jezebel,
I can hear the dark bell ring,
I can hear the a devil sing
“Well, well, well, come here you dirty pal,
your home is now hell”
Confused, divided, who am I,
a good boy or a nasty guy?
I wonder if there is any salvation
for such temptation
Oh Lord listen to my cry,
please, give me a sign
How can I cross such a path?
How can I fight such witchcraft?
How can I held my sinner half?
What options do I have left?
But if she insists
The eyes of the mother I woud fuck,
I shall not resist her cheats
The sigh of the mother I woud fuck,
perhaps just a kiss?
The lips of the mother I woud fuck,
my hands covered on gizz
The thoght of the mother I woud fuck
I asked if my hallo woud fell
then I heard the angel tell
“If you do not control your cock
the dark gates you will unlock,
any mistake, is a hell door’s knock

38 - Sabrina
quello che mi domina,
la figa divina,
l’ha Sabrina
Mi becca come una carabina
quando la notte si avvicina
nel letto mi rovina,
col piacere non è sovina,
mio veleno, mia medicina,
oppure, Sabrina
La sua magia oscura
è la mia malattia, la mia cura,
più crudele d’un’assassina,
più gentile d’una ragazzina,
la sua corpolenza fina,
mio paradiso,
il suo sorriso,
aria profana,
non la posso chiamar buttana
invece è lei, la mia ruffiana

37 - Nomes sujos
a minha maior frustração
é ter de mandar ao degredo
da memória, o segredo
nossos nomes sujos,
usados em nossos quentes prelúdios
É-me como beber cicuta
não mais chamar-te de puta;
ouvir pela massa de modelar da verdade,
o meu baluardo covarde
virar cousa rombosa,
nomear-te gostosa,
batendo na tua nádega porosa
A lembrança das nossas heresias
é algo que me escombra;
o fantasma das nossas fantasias,
com as palavras que não direi me assombra;
ora que nosso fim virou verdade,
é das nossas mentiras que tenho mais saudade

36 - Homem-Aranha do Santo Amaro
encontrar entre seus dedos a proeza,
no circunstancial despudor,
nunca se viu tanta habilidade do anelar ao indicador;
desconhece-se trabalho tão caro
quanto o seu labor,
Homem-Aranha do Parque Santo Amaro
Até a mulher mais feia,
quando cai na sua teia,
não é ignorada,
tem a libido colapsada
de tanto tesão
a eclodir de sua mão,
siririqueiro dolente,
desperta até o desejo mais inconsciente

35 - Melancolia anal
é a melâncolia anal;
a vontade de dar,
a dor faz passar,
dia que o cu se lustra,
mesmo assim a coisa não se ajusta

34 - Sábado raiou
para não permitir que o sol tire o tesão;
já é dia de Saturno,
o despudor se faz diurno,
na calma procrastinante,
à instância mais excitante,
cada um tem o seu turno,
e muitos são os returnos,
para realizar até os anseios mais soturnos

33 - Senhora do desejo
quando tenho-a aberta,
recorda-me a descoberta
da primogênita punheta,
sensação que se inespera,
devaneio que o azulejo reverbera,
devassa primavera,
fodelança sincera,
com esmero me dedico a ti,
aqui
agora
e naquilo que o tempo não devora
do meu desejo será sempre senhora

32 - Vadiaba
quando faz-se fogosa,
sabe ser venenosa;
é obra do mal,
succubus com cobra coral,
a dita vadiaba,
piriguete do conto de fada,
criatura demasiado safada,
jamais se farta
e quase me infarta,
mais forte que mulher de Esparta,
ela não sabe ser apenas
como as mulheres d’Atenas;
a cama cheia de penas,
destroçado o travesseiro
quebrado meu corpo inteiro
Digo de modo sincero,
viver muito mais não espero
ela há de me matar,
sempre logra me hipnotizar
sem esse vício não consigo mais estar;
somente rezo pelo perdão de Allah
quando eu for pro lado de lá

31 - Desdém
desdenho com pachorra,
por maior que seja o meu empenho
não consigo ficar com um só homem
com os insultos não me lenho
não são eles que me comem

30 - Boceta de Lola
senti o gosto recente de bilola,
sei que não posso agir precipitado,
nunca se deve perder a esperança,
amor é questão de confiança,
porém dói-me a testa demasiado
E como conheço o sabor de rola?
Não responderei tal pergunta tola

29 - Rei da Terra
quando no meu cu o dedo enterra
embriago-me de amor
e esqueço da guerra,
toma-me o furor,
sinto-me no alto da serra,
não é prazer indolor,
tampouco nos emperra
o que é um pouco de dor
quando se é o Rei da Terra?

28 - Destreza
só porque tem rola gigante,
ideia de infante,
coisa de homem ignorante;
pois de nada vale a grandeza
se não tem a pica destreza,
e até pela fraqueza
da sua língua
o nosso affair míngua
Chama-me de galinha,
pode ser, estou choca,
gozo mais sozinha
que com essa miséria de piroca
e você não se toca
É o fim do nosso amor
sexo sem calor;
gosto de porra é amargor
Chupo-lhe bem
e você não insiste,
ainda bem, que desiste
pois na cama me deixa aquém
até a minha mão é mais alguém

27 - Dedos endiabrados
se eu e ela andamos de mão dada,
a sociedade e as hipocrisias suas
se além disso nada mais fazemos às ruas;
é entre teto e chão
que arde a nossa paixão,
dirá-se que é coisa errada,
duas meninas brincando de dedada;
fossemos amigas não interviria ninguém,
é só uma experiência, tudo bem,
mas há um porém,
somos namoradas, então não convém
Dizem que eu tenho coisa do diabo,
mas o que há numa garota que não gosta de quiabo?
Já me cansei,
não sou de menage atalho,
quantas vezes já falei?!
Eu não gosto de caralho!
Não quero mais ser importunada
sou muito bem chupada
para querer ser emprenhada;
que pensamento imundo,
achar que meu tesão não profundo
acabará com a reprodução no mundo
Eu quero dançar “mulher com mulher”,
sem ter a me perseguir um voyer,
quero dar uns beijos,
sem ouvir gracejos
Não querido, eu não estou envolvida,
sou lésbica e muito bem resolvida!

26 - O que a cada um condiz
Ora, não é nenhum modismo,
é cousa já antiga
e não encaremos como sexualidade inimiga,
desprendida a sodomia não é algo brutal,
pode parecer um tanto anormal,
como perfume no pau,
listerine e sexo oral,
mas consigo não carrega nada de mal
Aliás, o que tens a ver com isso?
A vida alheia não é teu compromisso;
que cada um seja feliz,
provando daquilo que lhe condiz

25 - Está feita
vou ser sincero,
já vislumbrou meu falo com esmero
Se quer bem a mim?
Jamais direi “sim”,
a coisa já está feita,
nem ele mesmo se aceita

24 - Quem come
de comer cu de veado”
disse o depravado
o seu discurso retardado;
ele pensa que alguém enrola,
dizendo que quem come não é boiola
Não entendo esse preceito
de ter contra si preconceito,
dizer imperfeito
o que não há defeito,
dizer a si mesmo “não aceito”,
considerando o que por ele já foi feito,
é apenas não querer dar voz ao jeito

23 - Último verso
quando dispara no meu peito a carabina,
no mundo nada mais me azucrina,
de nossos corpos
quase mortos
só resta a ruína;
ela é o veneno que me contamina,
o que não sei ela ensina,
meu desajeito afina;
seu corpo é o aviso
que hei de conhecer o paraíso;
tempo impreciso,
enfeitiçado
não há futuro, nem passado,
só há o agora,
a gente se demora,
nem vê passar a hora;
que se exploda lá fora
o universo
de amor nosso último verso

22 - Poema dos desajustados
xota grande, pica pequena,
desventura que condena
o amor envenena,
o prazer, é triste cena
É como perfume sem a flor,
virgindade sem dor,
sexo com pudor
Perpetuada felação
que faz da relação
coisa incolor
Morre de vez o amor
do devido amargor
Ó que arfante,
xota pequena, pica grande
Ela,
em vias de cadela,
ele, um elefante;
morre então amor
por sentir demasiada dor

21 - Cu de puta
é pior que veneno
cicuta;
bom mesmo é cu de puta,
largo, quentinho,
acompanhado ou sozinho
acolhe o caralho como um ninho

19 - Virgem
aquele mais falado,
o meu insucesso fadado,
seria por mim melhor narrado
Muitos hão de pensar
que sou obcecado,
outros hão de achar
que minto demasiado,
a realidade é que sou pacato,
pois o ato,
não pratico de fato;
o que digo é da maior veracidade,
é notícia de causar vertigem
um livro erótico escrito por um virgem

18 - Primeira vez
é que nunca provei da tara
Já na preliminar esporrei na sua cara
Porém,
não criemos impasse,
sei que não convém,
mas disfarce,
que mal tem?
Esfregue sua face;
ora, não faz mal
é colágeno,
o fruto escrotal

17 - Feitiço
só estavas de conversa fiada,
deixaste minha boca calada
para fugir com outra desatinada,
contudo, não te vejo como criatura desalmada,
tiveste ao menos uma incumbência,
ter-me lançado feitiço de paudurecência,
e por mais que contigo não tenha vivido indecência,
eu te tive nos meus pensamentos,
quando nos acalorados momentos,
só e trancado,
pude até gozar de bom grado

16 - Pretérita madrugada
aquela cena apimentada
não foi consumada,
tua caverna não foi adentrada,
minha espada não foi embainhada;
não partilhamos da mesma gozada
Nessa ocasião
não quis fazer-me ladrão,
fiz figura desinteressada
embora a katana estivesse levantada
na cabeça de cima não eras desejada
Não me venhas com sermão,
mesmo que na xota tivesses comichão,
tu já empanturrada
de tanta rabanada...
só podia dar em nada
Não me ponhas no açoite
pelo que não ocorreu àquela noite;
não dramatizes,
não me criminalizes;
único elance,
tu me olhando de relance,
e nenhum outro lance,
não tivemos romance
Nessa pretérita madrugada
tua pitrica ficou molhada,
minha pica ficou melada,
mas além desse calor,
no alvor,
não sucedeu nada

15 - Chafariz
gozar como um chafariz,
o esporro sobe a altura do nariz,
na auto-heresia
ejaculando em trilogia,
o montante expelido é demasiado,
e o caralho desgovernado,
que se mexe para todo lado,
parece nunca ficar atordoado,
quando pensas que as cousas já estão surreais,
lá vem ele esporrando mais

14 - Ordenha
doí-me o testículo demasiado,
a cada dia se incrementa a perda,
hoje mal consigo mexer a perna esquerda
Nesse maldito inchaço,
quando o falo se faz de aço;
despindo-me da castidade,
já me encontro nu
quando a dor bate à boca do cu;
hormonal inevitabilidade,
cabulosa brenha;
não há termo que melhor convenha,
não é punheta, é ordenha

13 - Massagem
onde o toque sensível gera descompasso,
a quem tem o vício dá o maço;
a amofinação clama pela massagem
e tudo termina em sacanagem

12 - Beijo lascivo
nós dois brincando de pôr o pauzinho na boca;
não tenho por ti desejo efeminado,
só estava embriagado,
sei que fomos longe demasiado,
mas isso acontece quando se está alcoolizado
Ao ocorrido não quero dar azo,
e isso não é fazer dos teus lábios pouco caso,
sequer estás sendo testado,
não sou gay disfarçado
daquele que fica flertando até ser conquistado,
porém é melhor deixar essa estória na calada,
tu tens namorada
e eu sou hetero sexual!
O que tivemos foi só um delírio carnal

11 - Oralidade por bluetooth
sente o seu açoite,
quando no beijo da piriguete,
degusta precedente boquete

10 - Enfadado
aprecio nossa camaradagem,
mando-te a foto do meu pau,
mas é só pela sacanagem
Por favor, não te ofendas,
aposto que já viste coisas mais horrendas
minha pica não é longa, nem grossa,
não machuco ninguém com essa joça
Por favor, não fiques preocupado
eu não sou gay,
apenas contigo sonhei,
estavas pelado
Não sou gay, reafirmo,
sou hetero e confirmo,
dizer-se “viadagem” que insensatez,
pois se apenas uma vez
com foto tua me masturbei;
tua rola nua? Já imaginei,
contudo, não sejas exagerado,
não faças julgamento infundado,
ouvindo teu áudio já gozei,
mas nem por isso sou gay

8 - Sabonete
não tenho medo
de limpar o cu usando o dedo,
só não acho necessário,
enfio o sabonete,
mais aliviante porrete
- Imagino que seja de maior limpeza,
mas quanto ao alívio, não tenho certeza;
penso que é comprar abóbora por rabanete,
Lúcifer por diabrete,
fazer o sabão de cacete.
Não digas cousa tola,
não se trata de esbregue de rola;
não o faço com ou por desejo,
apenas creio no sabão como melhor ensejo;
é como aquele beijo
que vem depois da garrafa de rum,
tem a seriedade de lundum
- Sim, entendo,
não hei aqui de cometer ato horrendo,
não estou incubido
de destituir o teu tesão proíbido;
o segredo que se esconde em si mesmo,
intensifica o ejaculante tenesmo.

7 - Comichão
quando dá no cu comichão,
à cabeça, tremenda confusão
Se lá sente tesão?
Se é gay ou não?
Por fim a indecisão
do que fazer com a mão,
pelo sim, pelo não,
por que não?
Lascívia anal não é condena,
ser homossexual não é a sua pena,
isso é coisa de mente pequena
Pior enredo
seria cultivar o medo,
isso é sê-lo em segredo,
Quem por um dedo no arredondado
teme mudar de lado,
de desejo masculino já está impregnado,
era gay e não havia notado
Não há motivo para auto digladiação,
e que não se perca a noção,
é bom sem penetração,
basta o dedo, sem outra aparição;
inovadora bonança
que não cansa,
é deixar-se estar, sem aflições, sem tabu
de coerções nu
sem abrir mão do cu

6 - Basculante
bate vontade desesperada,
sinto-me no vespeiro;
aonde vou? Ao banheiro,
convencional recinto
para deflorar o pinto
Dizem que é cousa de ogro
bater punheta na casa do sogro,
com essa ideia não me incomodo,
dou um jeito e me acomodo,
toco olhando pela janela,
vigiando a família dela,
a mais despretensiosa saídela,
a mais involuntária olhadela,
e desfilarei em vergonhosa passarela

4 - Revista
a primeira mulher que amei se desfazer,
pela colagem rasgada,
sua bela imagem então desfigurada
dilacerou meu coração,
levou tudo aquilo que tinha em mão,
murcho e triste encarando o chão,
era finda minha primeira paixão

2 - Puberdade verdadeira
para o primeiro disparo,
quando vem a sensação matreira,
puberdade verdadeira,
a criança indefesa,
vê-se a expelir a surpresa,
jato inesperado,
há doze anos engatilhado,
jamais será superado,
pois intervalo igual nunca será impetrado,
não há maior revolução que a primeira punheta,
sente-se entre as pernas uma nova caceta

1 - Sexual ironia
que ao fazer poesia
deve-se pensar em Castro Alves, Drummond;
mas falar de sexo que é bom
isso não pode,
parece até que essa gente não fode
Abaixo a censura em forma de regime!
Não há nada mais sublime
que o prazer de gozar
Como eu hei de ficar?
Se não puder falar
da leveza da boceta,
da destreza da caceta,
e o cu, que nunca sai de moda,
eterna sobremesa da foda?
E digo nestes finais acréscimos
que se pudéssemos
faríamos todo dia,
ninguém jamais se sacia,
seja de alma comportada ou vadia;
portanto, vamos parar de hipocrisia,
entre estuque e piso
não há cavalheiro indeciso,
como entre quatro quadrelas
não existem donzelas;
meu poema de sexual ironia
também é poesia!