Pe Helder Salvador

Retiro Quaresmal

Jo 11, 45-56: Fraternidade e comunhão, frutos da Páscoa Jesus deu sua vida para quê? "Para reunir todos os filhos dispersos de Deus". Na Bíblia, a palavra "disperso" é sinônimo de divisão, pecado, confronto. Jesus deu sua vida para mudar os corações dos homens, transformando-os de seres alienados em irmãos; de uma sociedade injusta e dividida em outra, fraternal e unificada. Jesus morreu para que a comunhão e a fraternidade fossem possíveis; com base em sua ressurreição, Ele restaura a comunhão do homem com Deus e dos homens com seus irmãos.

Jo 10, 31-42: "Eu e o Pai somos um!" Não era a primeira vez que os fariseus tentavam apedrejar Jesus. Lemos que já o tinham querido matar por lhes ter dito: "Antes que Abraão fosse, eu sou" (cf. Jo 8,58-59). Aquilo que para os fariseus era uma blasfêmia constitui-se para nós o ponto mais alto da Revelação que Jesus nos veio trazer: "Eu e o Pai somos um!" (v.30). Os judeus, incitados pelas autoridades religiosas, repudiavam esta revelação maravilhosa de Jesus: Nele estava presente o próprio Deus! Os fariseus estavam cegos pela in-veja e de propósito se negavam a aceitar as obras milagrosas realizadas por Jesus. E eu? Acredito para valer que Jesus é Deus? Creio que ele está presente no irmão, de tal modo que ao acolher um pobre, estou acolhendo a ele?

Jo 8, 51-59: Morrer com liberdade e esperança O seguimento de Cristo livra-nos da morte - uma morte temporal, fruto das condições humanas e da eterna morte, efeito do pecado. Um dos sintomas da conversão cristã é a ultrapassagem do trágico sentido da morte. Jesus ensinou-nos a morrer com liberdade e esperança. Esta foi a última lição que Ele deu a seus discípulos durante sua vida terrena.

Jo 8, 31-42: Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres. A palavra de Jesus tem força libertadora em variados sentidos. Liberta ao arrancar o discípulo do egoísmo e ao fazê-lo trilhar o caminho da misericórdia; ao tirá-lo das trevas do erro e da mentira e ao mostrar- lhe as veredas da verdade e da transparência; ao fazê-lo deixar de lado os vícios e as paixões desenfreadas por uma vida sóbria, na qual os instintos estão sob controle; ao ensinar-lhe o valor do perdão e da reconciliação, superando o ódio e o desejo de vingança. A experiência de liberdade é fundamental na vida do discípulo. E não podia ser diferente! Afinal, é incompatível optar pelo Reino e se deixar levar pela maldade.

Jo 8, 21-30: Quando eu for crucificado, "eles saberão quem sou" O drama de Jesus atinge seu clímax poucos dias antes de sua Paixão. Por um lado, Ele continua a questionar as autoridades, oferecendo-lhes a luz da verdade sem interferências. De outro, rejeição e hostilidade constituem a única resposta a tudo isso. Parecia que a escuridão sobrepujaria a luz, que o mal triunfaria sobre o bem. Esse drama termina na cruz. E, naquele momento, a divindade de Jesus é revelada (“Quando o Filho do Homem for levantado, eles saberão quem sou"). A aparente queda de Jesus foi o meio pelo qual muitos viram, vêem e verão a verdade.

Jo 8, 1-11: Jesus perdoa uma mulher adúltera Seja misericordioso você também. Não desculpe o mal. Mas não julgue o pecador. "Quando seu irmão cometer um erro, repreenda-o a sós". Não faça de seu pecado um acontecimento público. Fale-- lhe fraternalmente, humildemente. Talvez no seu pecado e nas suas inquietações, ele seja mais reto do que você em sua virtude demasiadamente tranquila (L. Giraud).

Jo 12, 20-33: O mistério pascal da aliança de Deus Nossa preparação para a Páscoa é iluminada pela Paixão e morte de Jesus. Hoje Jesus anuncia sua morte violenta e explica seu completo significado. A morte de Jesus e sua ressurreição são fontes de vida futura e de renovação, assim como todas as "mortes místicas" são um meio de vida ("Até que o grão de trigo..."). "Morte mística" é a morte para a vida "deste mundo" - egoísmo, orgulho, vaidade, idolatria. ("O homem que ama sua vida perde-a".) Como uma fonte de humanização e vida, a morte de Jesus cria um clima e amizade e reconciliação entre as pessoas, em oposição ao costumeiro movimento pecaminoso de ódio, divisões e exploração. Essa amizade, que provém da morte de Jesus, é uma projeção da reconciliação e da comunicação entre Deus e os homens ("Quando eu subir ao céu, levarei comigo todos os escolhidos").

Jo 7, 40-53: O medo e a ira dos fariseus Os fariseus, sempre inimigos de Jesus em toda parte por onde fosse, acompanhavam-no de perto, não para se converterem de seus crimes, mas com um propósito terrível: matá-lo! A tal ponto pode chegar o ciúme. Assim, quando ouviram que o povo, mais transparente à verdade e mais consequente do que eles, chegava a conclusão de que Jesus era o Messias tão esperado, apressaram-se a espalhar entre as pessoas que ele era da Galiléia e que de lá nada podia vir de bom. Como não tinham poder para prender Jesus, convenceram os sumos sacerdotes a enviar seus guardas para buscá-lo. Abertos, porém, à Palavra divina, aqueles homens, de coração puro, preferiram mais ser punidos do que prender aquele profeta que lhes falara de uma maneira que jamais tinham ouvido de homem algum.

Jo 7, 1-2.10.25-30: Jesus, modelo dos cristãos perseguidos Nos últimos dias da vida de Jesus, era já óbvio que as autoridades tencionavam matá-lo. Cara a cara com a perseguição e na rápida aproximação do seu martírio, Jesus adota uma atitude que serve de modelo para os cristãos perseguidos. Ele não torna evidente sua bravura. E também não procura livremente o martírio ("Ele não queria ir para a Judéia porque os judeus pretendiam matá- lo".). Por outro lado, Jesus permanece fiel à sua missão de ensinar a verdade, mesmo arriscando a vida em Jerusalém, na época em que sua hora havia chegado.

Jo 5, 31-47: As obras que eu faço dão testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou. Jesus foi, continuamente, questionado a respeito do sentido de suas ações. Os adversários exigiam dele uma comprovação inquestionável de sua comunhão com Deus, chamado de Pai. Como convencer a quem estava fechado para o diálogo? Argumento algum seria suficiente para sensibilizá-los. Para Jesus, só havia um caminho: o testemunho das obras. Que os adversários vissem o que estava sendo feito e tirassem as conclusões. Não havia nada mais a fazer!

Jo 5, 17-30: Libertação: passagem da morte á vida Como já se aproximava a hora de sua Paixão, Jesus ressalta com clareza sua missão de libertação. E, propositadamente, tira vantagem de suas discussões com os judeus. Na cena narrada por este Evangelho, Jesus revela que sua libertação é para uma vida de "ressurreição". Esta salvação, que se repete na historia da humanidade em tudo o que "passa da morte á vida", atinge seu objetivo na vida sem fim que terão aqueles que ouvem as palavras de Jesus.

Jo 5, 1-16: A libertação é a salvação total A libertação de Jesus consiste numa total renovação de nosso ser à imagem de Deus. Pressupõe a expulsão de todo o nosso egoísmo. É por essa razão que Deus não fica satisfeito apenas com a libertação do paralítico de sua escravidão humana. Essa libertação, importante em si mesma, é somente parte de uma salvação maior. Encontrando-o mais tarde no templo, Cristo chama-o para uma conversão dos pecados, a fim de que sua libertação possa ser autêntica.

Jo 4, 43-54: Adesão a Cristo pela fé A atitude de Cristo neste Evangelho é paradoxal. Por um lado, Ele dá um sinal milagroso em resposta à fé do oficial; por outro, critica aqueles que não acreditam até não verem sinais e maravilhas. Jesus quer ensinar-nos que, embora os sinais visíveis possam, muitas vezes, impulsionar nossa fé, eles nunca devem condicioná-la. A fé deve "firmar-se" mesmo sem sinais visíveis, pois se baseia em nossa sólida adesão à Palavra de Cristo.

Jo 3, 14-21: A graça de Deus em julgamento Em seu famoso discurso a Nicodemos, Jesus resume a atitude de Deus diante dos pecadores - e a Quaresma lembra que todos nós, de alguma forma, somos pecadores. Em primeiro lugar, Deus deseja intensamente a libertação e a verdadeira felicidade para todos os pecadores. Seu amor especial por estes é maior do que sua rejeição pelo pecado. Para comprovar isso, Deus manda seu único Filho amado morrer pelos pecadores, para que estes possam ter uma nova vida. Seria o sofrimento e a morte de Jesus o único caminho possível para redimir o pecado? Não o sabemos. O que sabemos com certeza é que Jesus na cruz é o mais convincente sinal da seriedade do amor de Deus pela humanidade. Em segundo lugar, Deus quer que o mundo todo seja salvo. Ele não quer para ele a ruína, nem o castigo destituído de esperança. Quando aconteceram fatos dolorosos, como o exílio em Babilônia (que podo ser interpretado como um castigo), o povo sempre teve um chamado à conversão e à graça da mais autêntica libertação. Em terceiro lugar, para que tudo isso se torne realidade e frutifique, precisamos "ver" a mão de Deus no caminho de nossa vida. Eis por que é necessária a luz do céu. Se levarmos a sério o tempo da Quaresma, ele poderá tornar-se nosso caminho de luz.

Lc 18, 9-14: Da autossuficiência à comunhão Esta parábola ressalta um dos temas favoritos de Jesus: aqueles que exaltam a si mesmos serão humilhados; aqueles que são humildes serão exaltados. Ser exaltado diante do Deus significa receber sua graça e seu perdão. A autossuficiência, o assumir-se como "bom" impede a conversão, como mostra a parábola. E, habitualmente, nossa suficiência diante de Deus faz-nos orgulhosos em nossas atitudes para com os outros.

Mc 12, 28b-34: O amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis Os dois pilares da vida cristã são o amor a Deus e o amor ao próximo. Eles estão inseparavelmente unidos, mas não devem ser confundidos. E estão unidos porque não podemos dizer que amamos a Deus de todo o nosso coração sem também amar nosso irmão: o verdadeiro amor por nosso irmão é profundamente enraizado no amor de Deus. Ambos não devem ser confundidos porque não podem ser intercambiáveis na vida prática. Precisamos relacionar-nos com Deus (fé, oração) e com nossos irmãos (envolvimento, fraternidade), como duas realidades independentes, mas que provém de uma mesma e única fonte.

Lc 11, 14-23: A atitude do coração Este Evangelho ajuda-nos a entender o mistério da fé. Para aqueles cujos corações estão corrompidos, a expulsão dos demônios é um sinal suficiente para reconhecer Jesus e seu futuro Reino. Para os que estão doentes por causa de seus pecados, o mesmo sinal tem um efeito contrário: eles não creem, chegando a acusar o Mestre de estar possuído pelo demônio. Às vezes, um mesmo testemunho pode levar alguém mais longe ou mais perto da fé, dependendo da atitude de seu coração.

Mt 5, 17-19: Jesus é a plenitude Jesus veio para respeitar e cumprir a lei e os profetas. Não, porém, a lei deformada e corrompida que predominava naquela época, mas a lei autêntica, a verdadeira intenção do Deus de Abraão, o êxodo e as promessas, a lei que os profetas lembravam e que era observada pelos "remanescentes de Israel" - os "pobres de Javé" - até a chegada de Jesus. Essa lei de Deus, o libertador, é aquela que Jesus veio para cumprir.

Mt 18, 21-35: Perdoai-nos, como nós perdoamos. Um dos temas no qual Jesus mais insiste em seus ensinamentos é o que fala do perdão. A parábola de hoje é um exemplo. A época quaresmal é um tempo de Conversão. A Igreja convida-nos a confiar no perdão redentor de Deus. Através desta parábola, vemos claramente a relação que existe sempre entre esse perdão e nossa própria compaixão pelos outros.

Lc 4, 24-30: Do sectarismo à universalidade O Evangelho de hoje é uma exortação de Jesus a que se supere o sectarismo. Um chamado à conversão é dirigido a todas as categorias de pessoas, de todos os níveis sociais e culturais e com diferentes ideologias políticas. Essa paternidade universal de Deus já tinha sido antes mencionada em muitas passagens do Antigo Testamento - a viúva de Sarepta, Naamã, o sírio e outras. A comunidade cristã evangelizadora deve sempre conservar-se aberta à universalidade, que é uma característica própria da Igreja missionária.

Jo 2, 13-25: Cada fiel a Deus é um templo Jesus tinha um grande respeito pela casa de Deus. Ele não podia suportar os trocadores de moedas e os mercadores que abusavam e desrespeitavam o templo de Deus. Foi por isso que Ele os expulsou. Foi então que Jesus falou sobre a "destruição" e a "reconstrução" daquele templo. Referia-se ao seu corpo como o "templo de Deus". E, sendo templo, era sagrado porque Deus morava ali, assim como nos edifícios e lugares a Ele consagrados. Através do Batismo, nós também nos tornamos templos de Deus; tornamo-nos parte do "corpo místico e da humanidade" de Jesus. Justamente por causa disso temos de viver e agir como cristãos, o que também significa que devemos respeitar nossos semelhantes, não abusando deles, nem atacando-os; ao contrário, devemos protegê- los como a nós mesmos, esforçando-nos bastante não somente durante a Quaresma, mas em todo o ano.

Lc 15, 1-3.11-32: Deus toma a iniciativa A parábola do filho pródigo ensina-nos a destacar a conversão na iniciativa de Deus. Em sua misericórdia, Deus prepara e aceita os primeiros sintomas de nosso arrependimento. Seu perdão é completo e sem reprovações. O Reino de Deus fica cheio de felicidade quando um pecador é convertido.

Mt 21.33-43.45-46: Administradores, não patrões O Evangelho de hoje pode ser encarado como um lembrete de Jesus relativo a todas as noções materialistas da vida. Basicamente, o materialismo consiste em viver, trabalhar e administrar o que é nosso, como se Deus não existisse e como se não tivéssemos necessidade de prestar a Ele contas de nossa vida e, ao mesmo tempo, recusar todas as doutrinas divinas que podem levar-nos a uma mudança em nossa atitude.

Lc 16, 19-31: Há ricos que mantêm o coração fechado A parábola do homem rico e do mendigo Lázaro é uma evocação de Jesus para fazer-nos lembrar e abrir os olhos para o grande ídolo dos ricos. Os ricos impedem nossa entrada no Reino de Deus quando ligamos nosso coração a eles e quando nos fazem com que nos tornemos injustos e insensíveis as necessidades dos outros. Se o homem rico tivesse sido gentil e fraterno, e tivesse ultrapassado seu ego- centrismo para "descobrir" o "mundo" de Lázaro, ter-se-ia convertido a Deus e teria sido salvo.

Mt 20, 17-28: A recompensa pelo serviço Este Evangelho tem duas importantes mensagens. A primeira fala-nos que o seguimento de Cristo não deve ser motivado pela recompensa que essa devoção eventualmente nos dará. A segunda mostra-nos que o exercício do poder deve ser de acordo com o espírito cristão e não pelo domínio, pela injustiça, pela tirania, mas pelo serviço de um irmão para outro.

Mt 23, 1-12: Nossa atitude diante das autoridades religiosas Hoje Jesus ensina-nos a evangélica atitude que devemos adotar em relação às autoridades religiosas que não vivem de acordo com sua missão. Temos o dever de imitar Jesus e não essas autoridades. Entretanto, não precisamos desrespeitá-los, mas sim prestar atenção no que dizem, dentro da esfera de sua missão religiosa. Jesus também nos conta que a atitude religiosa é um reflexo de sua própria autoridade como pregador. Assim, quando uma autoridade religiosa fica aquém de nossas expectativas, devemos relevar isso: vamos considerar a pregação uma atitude de Cristo, em lugar de parar e considerar apenas o homem que ali está.

Lc 6, 36-38: Deus deve ser nosso modelo A chave que nos levará a compreender a moralidade crista é entender que Deus deve ser nosso modelo. Devemos ser misericordiosos porque Deus é misericordioso; e perdoar porque Deus nos perdoa. Eis por que seremos julgados por Deus, de acordo com a medida com a qual julgamos os outros. Se não formos misericordiosos como Deus é em nossas relações com os outros, Ele "agirá conosco do mesmo modo" e nos julgará exatamente da mesma forma, isto é, sem misericórdia.

Mc 9, 2-10: Esperar contra todas as esperanças humanas O Evangelho de hoje é outra mensagem do esperança para fortalecer nossa determinação em reformar nossa vida. O que Jesus tentou comunicar a seus apóstolos em sua transfiguração? Jesus disse a eles: "logo vou sofrer e vocês também vão sofrer. Minha missão aparentemente terminará mal e também a de vocês. O poder do pecado, o mal e a injustiça desafiarão o Reino de Deus e vocês também serão testados. Mas não desanimem, porque no final a graça e a conversão prevalecerão sobre o pecado; a justiça, sobre a injustiça; e o amor, sobre o ódio. "E a prova de minha promessa é a experiência de minha transfiguração, que vocês acabaram de ver. Aqui vocês experimentaram os principais valores da libertação humana em que estamos empenhados. Agora vocês têm certeza de que minha humanidade encarna o futuro dos seres humanos. Esta deve ser a raiz de sua esperança. Conservem essa esperança no futuro e, quando as coisas se tornarem difíceis para vocês, guardem na memória o significado dessa experiência".

Passos da oração 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Mt 5, 43-48: Amar o inimigo, sinal de conversão O amor pelos nossos inimigos é característico da conversão cristã. Amar nossos inimigos não quer dizer amá-los como amamos nossos amigos, isto é, não é um amor afetivo, mas efetivo, o qual, uma vez interpretado, significa vontade de perdoar e de com eles reconciliar-se, servindo-os. Por que isso nos é exigido? Porque um cristão deve imitar Deus, que é bom para todos, para os bons e para os maus.

Passos da oração 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Mt 5, 20-26: Converter-se é seguir Cristo no amor A conversão cristã é muito mais do que obedecer às diretrizes morais da lei e ser "inspirador" da sociedade. Converter-se é seguir Jesus no amor que Ele tem pelos outros. Esse amor faz algumas exigências que nenhuma lei humana pode estabelecer e ultrapassa as regras da vida diária. E nem mesmo pode ser substituído pela observância religiosa.

Passos da oração 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Mt 7, 7-12: Rezar? Para quê? Jesus volta ao lema da oração cristã. Ele compara a bondade de Deus Pai com a dos pais terrenos, levando-nos a concluir que precisamos sempre confiar em Deus, o qual não deixa de nos ouvir e de nos dar "boas coisas". Por que então, às vezes, acontece de a gente pedir alguma coisa a Deus e não recebê-la? Será que isso significa que a oração é ineficaz, ou que as afirmações do Evangelho são puras invenções? Jesus não garante a eficácia da oração em "todos os casos", mas apenas quando se pedem "boas coisas", que nos tornam bons cristãos. E, acima de tudo, não devemos rezar só para resolver problemas da vida, mas principalmente para sermos bons "seguidores de Cristo"

Quarta-feira – Dia 24.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Lc 11, 29-32: A conversão tem seu "tempo próprio" No Evangelho de boje, encontramos Jesus usando ásperas palavras. Ele dirige-se ao povo que o ouve como a uma "perversa geração". Mas por que tanta dureza? Porque eles não estão abertos para reconhecer o tempo de sua conversão às pregações de Jesus. Para cada um, a conversão tem sua "hora" certa. É Jesus quem passa em nossas vidas em determinado momento. A Quaresma coloca-nos em alerta para que não deixemos passar despercebida a graça de Deus.

Terça-feira – Dia 23.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Mt 6, 7-15: “Nas vossas orações não multipliqueis as palavras...” Se é verdade que nosso Pai do Céu já sabe o que eu lhe vou pedir em minhas orações, será preciso rezar, já que EIe conhece de antemão o que vou dizer? Não. Isso não é verdade. Devemos conversar com nosso Pai e meditar em sua Palavra todos os dias, porque tudo, absolutamente tudo, que temos, a começar pela vida, é dom dele! Rezar é, então, um gesto de humildade, porque, ao aceitar orar, reconheço que sou criatura sua e Ele, meu Criador. Assim como a Lua não tem luz própria, mas é iluminada pelo Sol, assim também minha existência me é emprestada por Deus a fim de que o louve e lhe agradeça tamanha bondade. À hora que Ele bem entender, me pedirá a vida de volta, perguntando-me no julgamento final o que fiz com esse imenso dom!

Segunda-feira – Dia 22.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Mt 25, 31-46: Uma conversão voltada para a necessidade A mais importante de todas as conversões é aquela que se volta a nosso irmão a caridade fraternal. É o que o Evangelho de hoje mais enfatiza. Na parábola contada por Mateus, Jesus ensina-nos um dos mais básicos critérios pelo qual podemos discernir entre aqueles que serão salvos e aqueles que serão condenados. Esse critério não é outro senão nossa fraterna ou egoísta atitude em relação a nossos irmãos necessitados. Mais do que isso, quer estejamos, quer não estejamos atentos, há sempre uma privilegiada presença de Jesus em nossos irmãos necessitados.

1º Domingo – Dia 21.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Graça da Semana: Senhor, amplia meu entendimento e liberta-me diante de ti e das coisas do mundo. Mc 1, 12-15: O Reino de Deus está aqui. A época da Quaresma começa com uma chamada à conversão. Isso significa que devemos nos esvaziar das falsas riquezas e valores, que podemos "crescer" de acordo com os verdadeiros valores cristãos. A conversão não é apenas desembaraçar-se dos pecados, vícios e de todas as formas de egoísmo; converter-se é ficar cheio de esperança e de amor por Deus, com senso de justiça, compaixão e generosidade. Como dois elementos contraditórios não podem coexistir no mesmo lugar uma sala não pode ser ao mesmo tempo quente e fria, quanto mais vivermos de acordo com o Evangelho, menos viveremos de acordo com o espírito do mal (veja que o raciocínio inverso também pode ser verdadeiro). Assim, a conversão não é tanto um empenho "negativo", mas uma experiência positiva e crescente. Esta é precisamente a mensagem do Evangelho de hoje: "É tempo de Quaresma. A graça da Páscoa está próxima. Vivam de acordo com o Evangelho e suas vidas modificar-se-ão!".

Sábado depois de cinzas – Dia 20.02.2021 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Graça da Semana: Senhor, atuai em minha vida, restaurando minha fé. Lc 5, 27-32: Eu não vim chamar os justos ao arrependimento, mas os pecadores Mateus era publicano ou coletor de impostos. Os homens desta profissão eram muito desprezados entre os Judeus, abusavam muito das suas funções para oprimirem as populações! Nosso Senhor quis, no entanto, escolher um dos seus apóstolos de entre eles. Mateus estava no seu escritório, junto do lago de Genesaré, quando Jesus dele se apercebeu e lhe disse para o seguir. O publicano abandonou imediatamente o posto lucrativo que ocupava, para se ligar a Nosso Senhor. Todo feliz e reconhecido pela sua vocação, convidou a Jesus e os seus discípulos para virem tomar uma refeição em sua casa. Convidou ao mesmo tempo vários publicanos seus amigos para os atrair a Jesus. Os fariseus ficaram escandalizados e disseram aos discípulos do Salvador: «Porque é que o vosso mestre come com os publicanos e os pecadores?». Jesus, ouvindo as suas murmurações, deu esta bela resposta: «Os médicos são para os doentes, e não para aqueles que estão de boa saúde. Eu vim chamar, não os justos, mas os pecadores». Palavra encorajadora caída do Coração de Jesus! Não percamos confiança, embora sejamos pecadores Repetição Inaciana A oração de cada sábado pode ser também o exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.

Sexta-feira depois de cinzas – Dia 19.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Graça da Semana: Senhor, atuai em minha vida, restaurando minha fé. Mt 9, 14-15: Prefiro a misericórdia ao sacrifício Jesus quis jejuar quarenta dias e quarenta noites. Moisés e Elias tinham feito o mesmo antes de empreenderem a sua grande missão perante o povo de Deus. O primeiro Adão tinha pecado por gula, o novo Adão quis reparar pelo jejum. Nosso Senhor quis também mostrar-nos como é preciso combater as nossas más paixões. O nosso corpo é um inimigo que é preciso enfraquecer e dominar, se não queremos que nos domine e que sujeite a nossa alma. «O jejum serve de asas à oração para se elevar em altura e penetrar até aos céus. É também o guardião da castidade». O período de quarenta dias tem as suas oportunidades misteriosas. É preciso sem dúvida este lapso de tempo para que a penitência atue fortemente sobre a natureza. A Igreja pede-nos também quarenta dias de um jejum relativo, para imitarmos o jejum absoluto de Nosso Senhor. O jejum é o guardião da castidade para nó. Dá asas à oração que a abundância de alimentos torna pesada e sonolenta.

Quinta-feira depois de cinzas – Dia 18.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Graça da Semana: Senhor, atuai em minha vida, restaurando minha fé. Lc 9, 22-25: Se alguém quer seguir-me, tome a sua cruz e siga-me Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque o reino dos céus lhes pertence. Nosso Senhor no-lo dirá muitas vezes: no seu seguimento, na sua companhia, a gente leva a cruz. Ele dá a sua força, mesmo o gosto dela. Esta paciência é o sinal da união com Nosso Senhor. Cristo quer que seus seguidores lhe sejam semelhante. «Se alguém quiser vir atrás de mim, que tome a sua cruz e siga-me». O maior sinal do amor é sofrer pelo amado. Como são admiráveis os vossos ensinamentos, ó meu Salvador! E como sabeis em poucas palavras traçar-nos todo o caminho que conduz a vós!

SEMANA DE CINZAS Quarta-feira de cinzas – Dia 17.02.2021 Passos da oração: 1- Colocar-se na presença de Deus 2 - Sinal da Cruz 3 - Oração preparatória 4 - Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração 5 - Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto 6 - Conversar com Deus 7 - Anotação Graça da Semana: Senhor, atuai em minha vida, restaurando minha fé. Mt 6,1-6.16-18: E este o tempo favorável é este o dia da salvação Que sou eu? Cinza e pó. O pó é levado pelo vento. Assim acontece com a minha pobre natureza. Sou acessível a todo o vento da tentação. A minha vontade é tão móvel como o pó. Em que é então que me posso orgulhar? Que lição de humildade! Porque é que o barro e a cinza se orgulham, pergunta o Sábio. Todos os homens, diz ainda, são apenas terra e cinza. Os povos, depois de um rápido brilho, são como um amontoado de cinza depois do incêndio, diz Isaías. A nossa vida desaparecerá como se extingue uma faúlha, diz o Sábio, e o nosso corpo cairá feito em cinzas.

Roteiro para a oração diária Esquema, como possível ajuda, para os trinta (30) minutos de oração diária. TEMPO DE ORAÇÃO PESSOAL PARA TODOS OS DIAS Escolher a hora e o lugar mais apropriados para a oração. 1. Colocar-se na presença de Deus: “Deus está comigo e eu desejo estar com Deus, em sua presença e companhia” (silenciar: externa e internamente); 2. Fazer sobre si o sinal da cruz de Cristo, recebido no Batismo, desejando viver todo o momento de oração a partir de Cristo, morto e ressuscitado; 3. Faça a oração preparatória, invocando o Espírito Santo. Pedindo as luzes para o momento de oração que se inicia e para que Ele lhe dê o reto conhecimento da Palavra; 4. Pedir ao Senhor a Graça que deseja alcanças no momento de oração; 5. Ler, meditar, orar e contemplar o Evangelho proposto para o dia (confira a folder da semana); 6. Fazer uma conversa com Deus. “Converse” espontaneamente (fale e escute) com Deus sobre o seu momento de oração: o que você sentiu, o que você viu, o que você estava pensando, como você chegou para orar, como você está ... 7. Anote: procure registrar o que mais lhe marcou neste momento de oração: a Palavra de Deus que mais ficou forte, seus sentimentos, o apelo de Deus, sua resistência; TEMPO DE ORAÇÃO PESSOAL À NOITE ANTES DE DEITAR: 1. Examinar a própria consciência a partir dessas três perguntas: Hoje, o que eu fiz de bom? Em que eu poderia melhorar? Amanhã, o que não posso repetir? 2. Em seguida, agradecer a Deus o bem e suplicar sua misericórdia para o mal feito; 3. Por fim, recomendar-se a Nossa Senhora, rezando a Oração do Papa Francisco a Maria (EG, n. 288)

Mc 8, 14-21: O fermento dos fariseus. Obrigado, Pai, porque em Cristo nos revelaste que a fraqueza da cruz é a tua força salvadora. Guarda-nos, Senhor, do fermento da incredulidade e de nos envergonharmos do evangelho de Jesus. Livra-nos da nossa estupidez e embotamento. Abre, Senhor, os nossos olhos, mente e coração para catar o teu carinho e responder-te como tu mereces. Queremos varrer o fermento velho e ser massa nova, pães ázimos com que celebrar a Páscoa de Cristo com os irmãos, como homens e mulheres novos, nascidos do teu Espírito e da tua palavra. Amém.

Mc 8.11-13: Os fariseus pedem um sinal. Jesus anunciou o Reino e realizou sinais e milagres, mas nunca procurou deslumbrar as mas­sas, antes libertar o homem da ignorância, do pecado, da doença e da morte. Essas foram as credenciais de Jesus e dos seus discípulos quando os enviou em missão, sem mais bagagem que a sua palavra. Lição sempre válida para uma Igreja missionária que procura servir o homem e não açambarcar postos, prestígio e honras. Uma comunidade cristã que confia demasiado nos meios econômicos e nas influências sociais demonstraria que a sua fé se de­bilitou, porque não confia plenamente no Espírito de Jesus. Obrigado, Pai, porque nos deste Jesus, teu Filho, que no seu mistério pascal de morte e ressurreição é o sinal pessoal do teu amor para conosco. Ele mostrou-nos sobejamente que tu nos amas. A sua pessoa, a sua vida, a sua palavra e o seu pão são para nós o sinal perene da tua escolha. Em resposta, tu queres um amor livre, de filhos, não de escravos esmagados pelo peso do teu poder. Livra-nos, Senhor, da tentação de te pedir provas da tua ternura para crer e nos convertermos; e dá-nos um coração novo para louvar-te para sempre.

Mc 1,40-45 O nosso texto fala-nos de um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que Se faz pessoa e que desce ao encontro dos seus filhos, que lhes apresenta propostas de vida nova e que os convida a viver em comunhão com Ele e a integrar a sua família. É um Deus que não exclui ninguém e que não aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos. Às vezes há pessoas (quase sempre bem intencionadas) que inventam mecanismos de exclusão, de segregação, de sofrimento, em nome de um Deus severo, intolerante, distante, incapaz de compreender os limites e as fragilidades do homem. Trata-se de um atentado contra Deus. O Deus que somos convidados a descobrir, a amar, a testemunhar no mundo, é o Deus de Jesus Cristo – isto é, esse Deus que vem ao encontro de cada homem, que Se compadece do seu sofrimento, que lhe estende a mão com ternura, que o purifica, que lhe oferece uma nova vida e que o integra na comunidade do “Reino” (nessa família onde todos têm lugar e onde todos são filhos amados de Deus).

Mc 8,1-10: Segunda multiplicação dos pães. Bendizemos-te, Pai, ao ver o coração de Cristo compadecendo-se do povo extenuado e faminto e repartindo em abundância o pão aos pobres. Ele convida para a sua mesa eucarística todos os teus filhos, como irmãos que comem o mesmo pão familiar. Nós queremos celebrar a tua ceia, Senhor, com um coração aberto ao amor e à fraternidade, partilhando a nossa fé, pão e vida com os irmãos, e especialmente com os mais pobres de bens e de direitos. Dá-nos, Senhor, fome do pão da vida que és tu, e sacia-a definitivamente no banquete do teu Reino.

Mc 7,31-37: Cura de um surdo-mudo. Bendizemos o teu nome, Senhor Deus Pai, porque enches de esperança os teus preferidos, os pobres. Cristo é quem abre os nossos ouvidos à tua palavra e solta a nossa língua de mudos que não te cantam nem falam aos outros de ti e das tuas maravilhas. Toca-nos, Senhor, com o sopro criador do teu Espírito e renova-nos na fé do nosso Batismo. Assim nasceremos de novo como homens e mulheres livres, cuja vida e lábios confessem Cristo como Senhor. Pronuncia o teu noMc de Pai sobre nós e converte-nos em filhos teus para sempre. Amém.

Mc 7,24-30: Uma siro-fenícia intercede por sua filha. É justo louvar-te, Senhor, Deus de todos os povos, porque o teu amor não tem fronteiras de raça, cor, língua, cultura, sexo, classe e nacionalidade. Cristo abriu as portas do teu Reino a uns e outros, e na sua mesa parte para todos o pão dos teus filhos. Nós, o teu povo, devemos fazer o mesmo porque a tua Igreja é sacramento universal de salvação. Mantém, Senhor, a nossa comunidade nesta tarefa de partilhar o teu pão com todos os pobres do mundo. E ensina-nos hoje a unir fé e oração, oração e vida, para que possamos louvar para sempre o teu nome. Amém.

Mc 7,14-23: o que sai de dentro, do coração. Obrigado, Pai, porque Cristo veio libertar-nos do farisaísmo, escravo da letra da lei, e estabeleceu uma nova ordem religiosa que une amor a ti e ao irmão, e dá primazia à pessoa sobre a norma, ao amor sobre a lei, ao coração sobre o que vem de fora. Dá-nos, Senhor, um coração novo, limpo e reto; assim toda a nossa vida mudará por completo e recuperaremos a pureza original da nossa imagem à tua semelhança, tal como saiu das tuas mãos criadoras. E faz que a liberdade interior que Cristo nos conquistou estimule em nós uma resposta mais fiel ao teu amor.

Mc 7,1-13: As tradições judaicas. Hoje bendizemos-te, Pai, por Jesus Cristo, teu Filho, que manchou os seus pés com o pó dos nossos caminhos, sentou-se à nossa mesa e comeu o pão dos pecadores. Ele ensinou-nos a cumprir a tua vontade na nossa vida para evitar que a hipocrisia nos endureça o coração com a falsa segurança do egoísmo. Dá-nos, Senhor, o amor que ultrapassa a letra da lei e vai mais além na generosidade da resposta. Com a tua palavra descobre-nos o mundo novo da fé, para que te dêmos o culto da vida que tu preferes: religião em amor e liberdade, em espírito e em verdade.

Mc 6,53-56: Curas em Genesaré. Glória a ti, Deus Pai, .senhor da vida, em cujas mãos está o destino dos homens, porque Cristo se compadeceu da nossa fragilidade dando vista aos cegos, alegria aos tristes, liberdade aos oprimidos e esperança aos pobres. Com estes sinais de libertação, os seus milagres, que ele uniu e equiparou ao anúncio da boa nova, tornava presente a salvação universal do teu Reino. Permite-nos, Senhor, contatar contigo mediante a fé, para sermos curados da nossa cegueira e do nosso pecado e podermos cantar para sempre o teu louvor. Amém.

Mc 4,35-40: A tempestade acalmada. "Deus morreu, passagem para o super-homem", gritava Zaratustra no meio da praça e diante da igreja do povo, ao descer do monte com a águia na mão. Vã ilusão de Frederico Nietzsche! O Jesus adorme­cido no meio da tempestade simboliza o Cristo submerso na crise da sua paixão e da sua morte; mas o seu despertar em força e poder sobre o vento e as ondas comprova a glória e o domínio da sua ressurreição. A mudança da tempestade para a bonança é a passagem, a páscoa, da morte para a vida gloriosa, tanto para ele como para o seu povo, a Igreja peregrina no meio dos escolhos da vida. Porquê duvidar, homens e mulheres de pouca fé? "Sabei que estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo" (Mt 28,20). Hoje bendizemos-te, Pai, por Cristo teu Filho, senhor da criação e vencedor do mal e da morte. Ainda que às vezes nos esqueçamos, ele vem conosco na azarenta travessia do mar da vida. Porquê duvidar, homens e mulheres de pouca fé? Jesus acompanha-nos com a presença do seu Espírito e não nos deixa sós diante do perigo. Obrigado, Pai! Faz que te descubramos, Deus "adormecido e ausente ", no meio dos projetos, aspirações e fracassos, cansaços e esperanças, frustrações e anseios dos nossos irmãos, os homens que sofrem e esperam.

Mc 4,26-34; Parábolas da semente que cresce só e do grão de mostarda. O cristão não deve temer o fracasso do evan­gelho pela pobreza de meios ao serviço do mesmo; e menos ainda ceder à tentação de uma eficácia mais aparente que real mediante re­cursos ricos, técnicas sofisticadas de choque e propaganda avassa­ladora ao estilo comercial de consumo. Jesus não procedeu assim. Para fundar a sua Igreja ao serviço do Reino, escolheu doze pobres homens, carentes de toda a influência social, incultos na sua maioria, simples pescadores alguns, inclusivamente pecadores como Levi, o publicano. Cristo podia ter atuado fulgurantemente mas não o fez; porque o reino de Deus não necessita de meios espetaculares, mas de servi­dores humildes, mas fiéis. Glorificado sejas, Pai Nosso do céu, porque Cristo inaugurou o teu Reino de amor entre nós com os meios pobres que tu preferes para as tuas obras, sem avassalamento, impaciência nem espetacularidade. Assim nos mostrou que a força interior do Reino só necessita de servidores pobres e incondicionais. O próprio Cristo é a semente e o fermento do Reino que, morrendo no sulco da cruz, deu origem ao homem e ao mundo novos da ressurreição. Faz, Senhor, que o teu povo, a Igreja, seja no mundo o sacramento, gérmen e princípio do teu reinado até alcançar um dia o Reino consumado na glória.

Mc 4,21-25: Parábolas da lâmpada e da medida. Toda a nossa vida, critérios, valores e conduta devem estar con­formes com essa luz de Cristo que nos iluminou. Luz que nos foi dada não para a guardar no baú das recordações, mas para que ilumine os outros com as nossas boas obras. Examinemo-nos se por medo ou covardia, oportunismo ou con­veniência, ocultamos a luz da fé em Cristo no meio dos ambientes em que nos movemos. Porque Cristo disse: "Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta época descrente e perversa, também o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai entre os seus santos anjos" (Mc 8,38). Louvamos-te, Pai, porque Cristo é luz do mundo. Na noite da sua paixão iniciou o dia eterno de luz, ressurreição, vida, esperança, ternura e amor. Obrigado porque no Batismo nos iluminou a tua claridade, e a nós que estávamos nas trevas nos fizeste luz em Cristo. Sabemos que nos queres luz do mundo, como ele, sentinelas que anunciam a perene aurora que se levanta sobre a noite da desilusão e da mentira. Não permitas, Senhor, que nos fechemos ao teu Reino nem que por covardia ocultemos a fé que nos deste. Faz que caminhemos sempre à luz do nosso Batismo. Amém.

Mc 4,1-20: O semeador saiu a semear. Jesus podia ter exercido todo o poder de seus para um êxito fulmi­nante do Reino, tal como imaginavam os judeus. Mas preferiu a lenta aventura de uma humilde semente sem triunfalismo avassalador. Com isso assinalou o caminho à sua Igreja, a nós: desprendimento e po­breza, serviço e conversão contínua, êxodo e diáspora itinerante. Obrigado, Pai, por Cristo, esperança do semeador da semente do Reino com a sua palavra de vida. Jesus foi o primeiro grão de trigo que, morrendo, deu esplêndida colheita de ressurreição para todos. Ele é parábola viva e eterna do teu amor ao homem. O seu otimismo contagia-nos e estimula-nos a dar fruto. Faz de nós, Senhor, o campo da tua sementeira, a terra boa e fofa, com tempero e profundidade, para que prenda, germine e crie grão a semente do Reino. Assim, a nossa vida, escondida em Cristo como o grão no sulco, culminará em colheita de eternidade. Amém.

Terceira Semana do Tempo Comum / TERÇA-FEIRA Mc 3,31-35: o parentesco com Jesus. Damos-te graças, Deus Pai Nosso, por nos admitires na tua família, que é a de Jesus, nosso irmão mais velho. Ele veio cumprir a tua vontade, e realizou-a sempre. Obrigado, Pai, porque nos dás o teu Espírito de adoção que nos torna filhos teus e irmãos de todos os homens. Obrigado porque nos deste uma família que nos acolheu. Obrigado porque nos ofereceste uma nova mãe, Maria, a servidora fiel do teu desígnio de salvação humana. Obrigado pelo pão familiar da Eucaristia. Obrigado porque Cristo nos ensinou a rezar: Faça-se a tua vontade na terra como no céu.

Terceira Semana do Tempo Comum / SEGUNDA-FEIRA Mc 3,22-30: Satanás está perdido. Bendito seja o teu nome, Deus de nossos pais, porque nos convocas pela palavra de Jesus, teu Filho; ele é mais forte que o poder das trevas e do mal. Liberta-nos de nós mesmos, dos nossos medos e desgostos, das nossas rotinas e mecanismos de defesa, para que não fechemos o nosso coração, desafiando o teu amor. Que a tua misericórdia seja a nossa fortaleza, a tua graça a nossa salvação, a tua ternura a nossa esperança e o teu Espírito o calor dos nossos frios corações. Dá-nos a liberdade e a fascinação da tua luz para que, tirado o véu dos nossos olhos. optemos por Cristo e o seu evangelho para sempre.

Terceiro DOMINGO Marcos 1,14-20 O Reino de Deus é o Reino da harmonia, da paz, da justiça, do suficiente para todos viverem dignamente, portanto do amor. Ele opera uma inversão dos critérios que mantém de pé os reinos humanos. Com Jesus tem início essa proposta desafiadora para toda a Igreja e para as pessoas de boa vontade. É o tempo de abandonar a sociedade injusta e intolerante e deixar que nasçam a mulher e o homem novos.Para perceber e acolher essa boa notícia da presença do Reino de Deus, há necessidade de mudança de vida mudar as atitudes de convivência, deixando para trás preconceitos e certos regalismos farisaicos. Precisamos de olhos novos para ler e entender os acontecimentos como Jesus os viu. Ainda hoje o mundo necessita de pessoas generosas, que se disponham a viver e anunciar sem temos o projeto do Reino de Deus. Quem se decide a segui-lo deve estar disposto a arcar com as consequências do seguimento.

Segunda Semana do Tempo Comum / SÁBADO Mc 3,20-21: Diziam que não estava no seu juízo. Bendizemos-te, Deus Pai Nosso, por tantos "loucos" que há no mundo ao estilo de Jesus, enamorados do evangelho, dos pobres, marginalizados e famintos, dos párias, leprosos, drogados e alcoólicos, dos prostituídos, criminosos, dementes e enfermos. Todos eles são continuadores e testemunhas admiráveis da loucura pelo divino de Jesus, a loucura do amor. Dá-nos, Senhor, fé e amor suficientes para conhecer a personalidade fascinante de Cristo, nosso modelo, para que, ultrapassando os limites do "razoável", alcancemos pelo menos a fronteira do indispensável.

Segunda .Semana do Tempo Comum / SEXTA-FEIRA Mc 3, 13-19: Instituição dos Doze. Hoje louvamos-te, Deus Pai, porque Jesus pensou em nós ao escolher os seus doze apóstolos como pilares e guias do teu povo, a Igreja. Tu chamas também cada um pessoalmente para embarcarmos com alegria e generosidade incondicional na grande aventura de seguir os passos de Cristo. Ele tem a iniciativa e nós queremos colaborar. Obrigado, Senhor Jesus, por nos chamares a seguir-te, a partilhar a tua vida, os teus anseios, a tua palavra, a tua missão evangelizadora e a tua paixão pela justiça, no meio do nosso ambiente familiar, laboral e social.

Segunda Semana do Tempo Comum / QUINTA-FEIRA Mc 3,7-12: As multidões procuram Jesus. Bendizemos o teu nome, Pai Nosso, porque Cristo venceu o poder do demônio e do pecado. Os seus milagres falam-nos do teu amor e do teu Reino. Ainda que o povo o assediasse aclamando-o, ele sabia que não tinha vindo para o aplauso do povo, mas para a libertação dos pobres e oprimidos. Faz, Senhor, que não fiquemos no fácil auto-engano de um cristianismo de êxito e de aparência. Concede-nos passar de massa amorfa a povo teu: crentes adultos que seguem Cristo responsavelmente, homens e mulheres comprometidos a fundo com o evangelho, e sensíveis, como Cristo, à dor de quantos sofrem.

Segunda Semana Tempo Comum / QUARTA-FEIRA Mc 3,1-6: Cura de um deficiente ao sábado. Louvamos-te, Pai, porque tu tens a iniciativa. Por meio de Cristo entraste na nossa história para elevar o homem à condição de filho teu. Por isso o teu Espírito nos impele a chamar-te: Pai! Livra-nos de uma religião bolorenta e com esclerose. Faz que vivamos cada dia a novidade do teu evangelho, que é a boa nova do teu amor ao homem pecador. Queremos gastar a nossa vida no teu amor e serviço sem te passar fatura pelos nossos méritos mesquinhos. Anima a resposta da nossa fé ao teu amor em Cristo, para que vivamos sempre na tua alegria e na tua esperança. Amém.

Segunda Semana do Tempo Comum - TERÇA-FEIRA Mc 2,23-28: O sábado foi feito para o homem. Bendito sejas, Pai, porque Cristo nos libertou da escravidão da lei para viver na liberdade dos filhos de Deus que se deixam guiar pelo teu Espírito. Jesus ensinou-nos que tu amas o homem por si mesmo.Todo o teu favor, a tua graça e a tua verdade nos vêm por ele, que nos constituiu em povo para tua glória e serviço. Aceitamos Cristo como nosso Senhor e mediador. Ele foi o "sim" total à tua vontade, e ele é a nossa lei. Concede-nos seguir o seu exemplo pela obediência da fé, colocando toda a nossa vida nas tuas mãos de pai para podermos celebrar contigo o teu eterno dia de festa. Amém.

Mc 2, 18-22: Para vinho novo, odres novos. Bendizemos-te, Pai, pelo cálice do vinho novo que sela a tua aliança conosco pelo sangue de Cristo. Ele entregou-se nas mãos dos verdugos para que do seu sangue derramado nascesse o novo povo, como da uva prensada nasce o vinho da festa. Que esse vinho novo do teu Espírito, fermento do Reino, aça rebentar os nossos odres envelhecidos, para que possamos assimilar a novidade do evangelho. Concede-nos, Senhor, movermo-nos com a fiel liberdade que dão o amor e a amizade contigo. Amém.

João 1,35-42 A primeira palavra de Jesus no Evangelho de João, consiste na pergunta: O que vocês procuram? Tal pergunta pode-se dirigir a cada uma de nós. O ser humano sempre procura algo na vida: empregos, melhores condições de vida, sentido para a própria existência ... Quem não olha para o horizonte ou deixa de buscar, acomoda-se ou perde o sentido do viver. Além de buscar coisas, as pessoas procuram alguém com quem conviver. A convivência com os outros sempre nos complementa e realiza. Buscar o Mestre de Nazaré e deixar-se sedux=zir por ele leva à descoberta do sentido da vida. Os dois discípulos que o seguem querem aprender dele novo jeito de vivar.

Mc 2, 13-17: Jesus comia com os pecadores. Bendizemos-te, Senhor, porque na vocação de Mateus deste provas de acreditar no homem, apesar de tudo. Obrigado também porque Jesus permitiu que o acusassem de ser amigo de pecadores. Isso nos consola e anima. Nós classificamos facilmente os outros mas tu ofereces sempre a oportunidade de conversão. Neste dia tu chamas-nos a cada um de nós sem ter em conta os nossos deméritos. Faz que a brisa da tua misericórdia refresque o nosso coração com a esperança e o gosto do teu banquete de festa, e concede-nos um lugar na tua mesa ao lado de Cristo.

Mc 2,1-12: Os teus pecados ficam perdoados. Estamos esfarrapados, Senhor, sob o peso da culpa. Ajuda aqueles que são paralisados e atormentados pelo medo, a mesquinhez, o erro, o desespero e o desamor. Traímos a nossa opção batismal. Mas tu não nos rejeitas, antes nos convidas' a levantar e caminhar ao ritmo do teu Reino. Senhor, reconcilia-nos contigo e com os irmãos para nos sentarmos de novo à tua mesa na festa. Assim caminharemos felizes à luz do teu rosto, porque o teu amor e o teu perdão são a nossa força no duro deserto para a pátria definitiva. Amém.

Mc 1,40-45: Cura de um leproso. Obrigado, Pai, porque Jesus, curando os leprosos, mostrou-nos que o amor não marginaliza ninguém, mas que regenera a pessoa, restabelecendo-a na sua dignidade. Cada cura de Cristo fala-nos do seu coração compassivo e confiemo-nos na vinda do teu amor e do teu Reino. Obrigado também por tantos homens e mulheres entregues à fascinante tarefa de amar os seus irmãos e libertar os pobres e marginalizados da sociedade. Sacia a sua fome de justiça e ampara-os no seu empenho; e a nós impele-nos a seguir o exemplo de Jesus, servindo a Cristo nos nossos irmãos mais abandonados.

Mc 1,29-39: Curas em Cafarnaum. Hoje vemos o coração compassivo de Cristo solidário com a humanidade doente. Efetivamente, "ele carregou com as nossas doenças", diz o evangelista Mateus comentando estas curas (8,17). "Tinha que parecer-se em tudo aos seus irmãos para ser compassivo... Como ele passou pela prova da dor, pode auxiliar os que agora passam por ela". Real­mente, Cristo "amou com um coração de homem" (GS 22). Seguindo o exemplo de Jesus, "as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de quantos sofrem, são por sua vez alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo. Nada há verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração" (GS 1). Louvamos-te, Pai, porque Jesus passou fazendo o bem e curando os oprimidos pela doença. Ele carregou com as nossas dores, curando-nos com a sua dor. E com os seus milagres a favor dos pobres e doentes inaugurou a esperada salvação do teu Reino para o homem que tu amas com ternura de Pai. O seu exemplo nos estimula ao compromisso cristão a favor da libertação dos mais necessitados. Por isso fazemos nossas as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens do nosso tempo, especialmente dos pobres e de quantos sofrem.Acolhe-nos a todos na festa do teu Reino. Amém.

Mc 1,21-28: Ensinava-os com autoridade. As obras às quais Cristo se remete não são atos de força avassaladora, mas serviço humilde para a libertação dos pobres, dos doentes e dos escravos do pecado. Aqui radica a grandeza de quem veio para servir e para salvar o perdido. Isso é o que o faz "profeta poderoso em obras e palavras", como reconhecem os discípulos de Emaús. Assim o entenderam os apóstolos à luz da fé pascal: "Homem acreditado por Deus com milagres, sinais e prodígios..., que passou fazendo o bem e curando os oprimidos pelo diabo, porque Deus es­tava com ele", como apregoava o apóstolo Pedro. Falta dizer que o estilo de Jesus deve ser o nosso modelo de ação. Bendizemos-te, Pai, porque Cristo Jesus, teu Filho, baseou a sua autoridade no carisma e não no poder, no serviço libertador e não na opressão. Nele nos mostraste que é possível sermos homens livres, despojados do pecado, senhores do nosso destino, irmãos dos outros e solidários com o que sofre. Ajuda-nos a continuar a sua missão libertadora do homem, possuído pelos demónios do ter, açambarcar e consumir, do egoísmo e da soberba, da falta de solidariedade e do desamor. Assim o anúncio do Reino encherá de luz o nosso mundo e viveremos em plenitude, liberdade e esperança segura.

Texto sobre motivação espiritual

A radicalidade da conversão contínua ao reino de Deus pede-nos sensibilidade e uma clara opção pelos valores do evangelho e pelos critérios das bem-aventuranças. Estes opõem-se necessariamente às prioridades do "homem velho" que transportamos cá dentro, em luta com o "homem novo", libertado por Cristo. Assim optaremos pelo amor em vez do egoísmo, a pobreza partilhada em vez da riqueza açambarcadora, a solidariedade em vez da exploração, o perdão em vez do ódio, o compromisso e a colaboração em vez da despreocupação social. Damos-te graças, Pai, Senhor. das nossas vidas, porque, chegada a plenitude do teu plano salvador, nos falaste sem intermediários pelo teu próprio Filho. Jesus é a tua Palavra pessoal, o reflexo da tua glória. O som da tua Palavra é a boa nova do teu amor, evangelho da salvação universal do teu Reino. Hoje Cristo chama-nos à conversão e ao seu seguimento. E o motivo não pode ser mais feliz: Deus ama-nos, e o seu Reino está entre nós, presente na sua pessoa. Cumpriu-se o prazo da tua ternura e misericórdia; converte, Senhor, o nosso coração à tua chamada.

Isaías 42,1-4.6-7 Atos dos Apóstolos 10,34-38 Marcos 1,7-11 O tema do Evangelho deste domingo está no versículo 15:  “Devemos cumprir toda a justiça”. Jesus fala essa mensagem a João Batista e, como percebemos, fala na primeira pessoa do plural. Ele fala em nome do Pai – cujo projeto Jesus cumpre fielmente -  está falando em nome do Espírito – que virá sobre ele - e também em nome de todos aqueles que se comprometem com ele, desde a Virgem Maria, passando por São José, pelo próprio João Batista e chegando até nós. O Pai quer que Jesus salve a humanidade, essa é a justiça que ele deverá cumprir. Para isso se solidariza com a humanidade ao receber de João o batismo de penitência. Contudo o Pai e o Espírito manifestam que o verdadeiro batismo se dá fora da água, se realiza quando Jesus sai do Jordão, o céu se abre, o Espírito vem sobre Jesus e pousa sobre ele. Jesus assumiu o projeto do Pai, irá realizar a justiça, irá redimir a humanidade, o Espírito o ungiu para isso! Recordemos o nosso batismo. Fomos inseridos no Povo de Deus também para essa missão, cumprir a justiça, não apenas para nos salvar. Temos uma dimensão apostólica, colaborar com o Senhor na instauração da justiça, da solidariedade, da acolhida a todos, especialmente daqueles que são marginalizados porque pecadores. A missão é ir atrás da ovelha perdida, é resgatar os extraviados, é colaborar para que a cana rachada não se quebre e nem o pavio que ainda fumega seja apagado, como falou Isaías. Ser batizado é ter um coração misericordioso e integrador, como o de Jesus. De acordo com esse coração que é reflexo do amor do Pai, justiça não é manter as pessoas excluídas por causa de seus erros, mas justiça é transformá-las em filhas de Deus, assim como aconteceu e acontece com cada um de nós.

1Jo 5, 14-2l: Deus ouve-nos naquilo que lhe pedimos. Jo 3,22-30: Alegria do amigo do esposo. O texto evangélico de hoje deve entender-se partindo da novidade que supõe a presença do reino de Deus na pessoa, mensagem e milagres de Jesus. Chegada a plenitude dos tempos messiânicos, ele é o protagonista dos esponsais de Deus com o seu povo e com a humanidade. Bendizemos-te, Pai, porque nos convidas para o banquete das bodas de Jesus, teu Filho, com a nova humanidade. Livra-nos, Senhor, da tentação de monopolizar-te como se tu pertencesses só a nós. Faz com que esposos, pais e filhos, patrões e empregados, jovens e adultos, padres e leigos do povo de Deus, sejamos todos, uns para os outros, precursores do teu amor esse amor que renova em Cristo todas as coisas. Concede-nos caminhar em humildade e em verdade

1Jo 5,5-6.8-3: o que acredita em Jesus vence o mundo. Lc 5,12-16: Cura de um leproso por Jesus. O relato evangélico de hoje: cura de um leproso por Jesus, mostra-nos já em marcha o programa de salvação que Cristo expôs na sinagoga de Nazaré, conforme o texto do profeta Isaías. Esta cura é, pois, um sinal da chegada do reino de Deus e da sua boa nova, que entram em conflito com o mal do mundo para o vencer, libertando o homem de toda a miséria e limitação humana, reintegrando-o na sua dignidade e na comunidade dos redimidos. Quando Jesus se despedia dos seus, na oração sacerdotal da última ceia, falava assim referindo-se aos seus discípulos: "O mundo odiou-os porque não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Não te peço, Pai, que os tires do mundo, mas que os guardes do mal" (Jo 17,14s). Hoje oramos, Pai, com uma prece da liturgia: “Conceda-me, Senhor, os dons da tua graça para que compreendamos plenamente a riqueza do Batismo que nos purificou, do Espírito que nos fez renascer para uma vida nova e do sangue que nos redimiu do pecado".

1Jo 4,19-5,4: Quem ama a Deus, ama o seu irmão. Lc 4,14-22: Hoje cumpre-se esta Escritura. O evangelho de hoje mostra-nos desde o princípio o protagonismo do Espírito na pessoa, vida e ministério apostólico de Jesus. E o Espírito que intervém destacadamente no nascimento e batismo de Cristo e quem o unge também no começo da sua atividade profética. Por isso., na sinagoga de Nazaré Jesus se auto-aplica o texto do profeta Isaías: "O Espírita do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para dar a boa nova aos pobres, para anunciar a liberdade aos cativos e a vista aos cegos, para dar liberdade aos oprimidos, para anunciar o ano de graça do Senhor... Hoje cumpre-se esta Escritura que acabais de ouvir" . Nós, cristãos, fomos também ungidos pelo Espírito, no Batismo e na Confirmação, para atuar como Cristo, vencendo o mal do mundo. e o pecado na nossa vida, e sendo mensageiros para os outros da alegre notícia da salvação humana por Deus.

1Jo 4,11-18: o amor perfeito expulsa o temor. Mc 6,45-52: Jesus caminha sobre as águas. Deus é amor, o homem, por sua vez, define-se também pela amor, isto é, como um ser feito para amar e ser amado. O homem é um ser criado para amar e ser amado. Deus revela-se como amor que procura o homem e que pede uma resposta da mesma natureza. Todo o ensinamento e a lei do Senhor se resumem em que amemos a Deus e aos irmãos, porque Deus nos amou primeiro em Crista. Bendizemos-te, Senhor, porque a tua presença amigável nos faz passar da morte à vida pelo amor, vencendo assim os nossos ocultos medos e ansiedades. Que o teu Espírito nos abra à aventura de amar em Cristo cada irmão em quem Jesus encarna. Assim alcançaremos a liberdade e a paz da tua ternura, como canta o salmista: O Senhor é meu pastor, nada me falta. Embora caminhe por vias escuras, nada temo porque tu vais comigo; a tua vara e o teu cajado me sustentam. Para vencer definitivamente os nossos receios e temores, faz-nos, Senhor, testemunhas convictas e eficazes do teu amor.

IJo 3,11-2 I: Da morte à vida pelo amor, Jo 1,43-51: Tu és o Filho de Deus, o rei de Israel, Amar é ter e dar a vida. Amar o irmão é próprio e caraterístico do discípulo de Cristo. O que define a religião que Jesus fundou é a prática eficaz e indivisível do amor a Deus e ao próximo, sem restrições nem exclusivismos. "Se alguém, possuindo os bens deste mundo, vê o seu irmão em necessidade e lhe fecha o coração, como permanecerá nele o amor de Deus?" (v.I7). E conclui João noutro lugar: "Se alguém diz: Amo a Deus, e odeia o seu irmão, é um mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" (1104,20). Amar é a sabedoria da vida, porque vivemos tanto quanto amamos. O amor cria vida para o que ama e o que é amado. Infelizmente, de tanto o ouvir e não o praticar escapa-nos o mandamento do amor fraterno. Contudo, não nos serve de desculpa para nos desinteressarmos do irmão a preocupação dos negócios, as ocupações, as pressas, a comodidade, o egoísmo, o dinheiro, nem sequer o culto a Deus, como apontou Jesus na parábola do bom samaritano.

1Jo ,7-10: Todo o que nasceu de Deus não peca. Jo 1,35-42: Os primeiros discípulos de Jesus. Se queremos demonstrar que "encontramos o Messias", aquele que dá sentido à história humana, à esperança dos homens e ao nosso próprio caminhar pela vida, temos de proclamar por palavras e obras que Jesus, na posse plena do Espírito, é a luz para as zonas escuras da vida e da história, e pela sua ressurreição da morte torna possível a esperança num futuro melhor, a fé no homem e a transformação social através da única revolução eficaz: a conversão pessoal ao amor e à justiça. Temos de testemunhar alegremente que Jesus Cristo não é uma mera recordação histórica. E muito importante perceber e apresentar Cristo como de fato é na realidade: Não uma figura do passado que nasceu e viveu na Palestina há vinte séculos, mas uma pessoa de hoje, viva, próxima de nós e amigo pessoal de cada um. O Jesus da nossa fé é o Senhor ressuscitado, centro da história humana e única salvação para o homem e,o mundo atuais: "Nenhum outro pode salvar, e debaixo do céu não nos foi dado outro nome que nos possa salvar" (At 4,12). Nele está a razão da nossa fé e o fundamento da nossa esperança.

1ª. Leitura -  Is 60, 1-6 2ª. Leitura - Ef 3,2-3a.5-6 Evangelho - Mt 2,1-12 “Levanta-te, acende as luzes... porque chegou a tua Luz”. Com estas palavras o profeta nos acena com a chegada do Salvador que vem para retirar do mundo as trevas e as nuvens escuras do pecado. Para todos os que ainda se encontram no anonimato, isolados da Luz redentora da glória do Senhor, esta é, portanto, uma Palavra de esperança e de ânimo. A Luz de Jesus é que acende as nossas “luzes”, isto é, as nossas lâmpadas. Ele veio como Farol para tirar o mundo das trevas e, enquanto continuarmos sem dar o passo para nos levantar da nossa acomodação que gera trevas, nós continuaremos sofrendo a angústia e o medo, que são uma consequência da escuridão. Assim como os magos caminharam ao encontro do Salvador, nós também marchamos na busca para encontrar Aquele que veio nos tirar da escuridão. Não podemos nos acomodar na escuridão esperando pelas pessoas, pois Jesus Cristo é a Luz que se manifesta por meio do Espírito Santo para nos tirar da ignorância e da obscuridade. Precisamos nos apossar da Luz de Jesus para enxergar tudo de bom que Deus providencia e os milagres que acontecem ao nosso redor.

1Jo 2,22-28: Quem confessa o Filho possui o Pai. Jo 1,19-28: Entre vós há um que não conheceis. Cristo veio para acabar com os corações dilacerados. Ele é o dom do Espírito, o carisma da alegria própria do Natal. Conhecer que Deus está entre nós, que Cristo se fez um de nós, é motivo de otimismo esperançado para cada um pessoalmente e para a comunidade humana e cristã da qual fazemos parte. Por isso S. Paulo mandava os cristãos estarem sempre alegres. Obrigado, Senhor, porque me deste um ano para abrir à tua luz os meus olhos cegos; obrigado porque a forja dos teus fogos temperou em aço o coração de estanho. Obrigado pela felicidade e pelo dano, pelo espinho e a flor; porque os teus rogos restringiram os meus passos à doce quietude do teu rebanho. Porque em mim floresceu a tua primavera; porque o teu outono amadureceu a minha espiga que o inverno ampara e tempera. E porque entre os teus dons, me bendiga a duradoura felicidade de um sorriso amigo.

1ª. Leitura - Números 6, 22-27 - “A bênção de Deus é o primeiro passo” 2a Leitura - Gál 4,4-7 -“O Tempo previsto” Evangelho – Luc 2, 16-21 “Belém é nossa Cidade” Hoje é o dia em que o Senhor Deus derrama sobre todos nós paz e amor em abundância para que possamos nos apropriar de todas as graças que ELE já destinou para nós e a nossa família. Portanto, no dia dedicado à Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, somos convidados a assumir a condição de filhos e filhas e nos apossar das bênçãos do Pai do Céu, rezando conforme o próprio Deus nos ensinou por meio de Moisés. “O Senhor te abençoe e te guarde!” “O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça!”  “O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz”!  Esta prece contém o anseio de Deus para nós e satisfaz ao que o nosso coração também aspira: contemplar a face de Deus, ter sobre nós a Sua atenção, Sua misericórdia e Sua paz!

Feliz Ano Novo com as Bençãos de Deus!

1 Jo 2,18-21: Estais ungidos pelo Santo. Jo 1,1-18: A palavra de Deus se fez carne. Estamos no último dia do ano. Esta noite e amanhã toda a gente se desejará mutuamente "um feliz ano novo". Rotina ou verdade? Nós contamos os nossos dias e anos em razão de um princípio e de um fim; mas o final da vida pode converter-se no princípio da mesma se acreditamos na Palavra de vida eterna: Jesus, o Filho de Deus. Assim, a nossa existência terrena acabará onde começa a de Deus, segundo o prólogo ao evangelho de João que hoje lemos: na eternidade feliz de quem é o alfa e o omega, o princípio e o fim de tudo. A nossa oração neste dia, Senhor, não pode ser outra senão ação de graças por quanto nos deste neste ano: amor e alegria, saúde e amizade, graça e perdão. Comprovamos que o teu amor ultrapassou as nossas expetativas; e de novo o nascimento de teu Filho, Deus conosco, enche o vazio das nossas vidas pequenas e estéreis. Hoje recomendamos-te todos os que amamos, e os que trabalham pela paz e pelo bem dos outros. Ensina-nos a contar os nossos anos diante de ti, para que adquiramos um coração sensato e agradecido, porque mil anos na tua presença são como um ontem que passou. Por tantas coisas que nos deste na vida, obrigado, Senhor!

I Jo 2.12-17: Fazer a vontade de Deus. Lc 2,36-40: Testemunho da profetisa Ana sobre Jesus. O cumprimento da vontade de Deus como condição para permanecer no seu amor e não ceder às seduções do mundo, isto é, "as paixões do homem terreno, a cobiça dos olhos e a arrogância do dinheiro. Isso não procede do Pai, mas do mundo; e este passa com as suas paixões. Mas o que faz a vontade de Deus permanece para sempre". Grande lição para não deixar passar o Natal como mero tempo de emoções, consumismo, ruído e folguedo, vazios de conteúdo de fé. Deus revelou-se em Cristo como aquilo que é, como amor; e a participar nesse amor é convidado o homem por Deus, projetando logo esse amor para os irmãos. Por isso, o que ama, e só ele, conhece Deus, porque Deus é amor. Dizer que se ama a Deus enquanto se odeia ou ignora o irmão é viver na mentira. Assim se afirma que a fé e o amor, a fé e a vida, hão-de andar unidos indissoluvelmente.

I Jo 2,3-11: As trevas passam e a luz já brilha. Lc 1,22-35: Luz para iluminar as nações. As palavras «impelido pelo Espírito, veio ao templo» podem trazer inspiração para a nossa vida. Simeão é um homem dócil ao Espírito Santo e, por isso, pode ter a alegria de encontrar o Messias, tomá-lo nos braços e bendizer a Deus. Homem justo e temente a Deus, observava, não os mandamentos, mas também as inspirações de Deus. Estava atento à voz do Espírito para, em todas as circunstâncias, fazer a vontade de Deus. Assim caminhava na luz, para conhecer a Jesus, como ensina S. João. Coube-lhe a honra de oferecer a Deus aquele menino. Fê-lo certamente com o arrebate que notamos no seu hino: Agora tu, Senhor, despedes em paz o teu servo Segundo a tua palavra; Porque os meus olhos já viram a tua salvação, A qual preparaste ante a face de todos os povos: Luz para revelação aos gentios, E glória do teu povo de Israel.

I Jo 1,5.2,2: o sangue de Jesus limpa-nos os pecados. Mt 2,13-18: Herodes manda matar todos os meninos de Belém. A festa dos Santos Inocentes, colocada tão perto do Natal, realça não só o dom do martírio, mas também a grande verdade que a morte do inocente revela: a maldade do pecador, como Herodes, semeia ódio e morte, enquanto o amor do justo inocente, como Jesus, traz frutos de vida e salvação. S. João também nos apresenta o mundo divido em duas partes: a luz, o mundo de Deus, e as trevas, o mundo de Satanás. Quem caminha na luz e pratica a verdade (cf. vv. 7-8), vive em comunhão com Deus e com os irmãos, e é purificado de todo o pecado pelo sangue de Jesus derramado na cruz. Quem, pelo contrário, caminhas nas trevas e não pratica a verdade (cf. vv. 6.8), engana-se a si mesmo, não vive em comunhão com Cristo nem com os irmãos, está longe da salvação. Os verdadeiros crentes reconhecem, diante de Deus, o seu pecado, confessam-nos e confiam no Senhor «fiel e justo» (v. 9), são salvos. Os maus, pelo contrário, que não reconhecem os seus pecados, tornam vão o sacrifício de Cristo, e a sua Palavra de vida não os pode transformar interiormente.

DIA 27 DE DEZEMBRO - DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ 1ª. Leitura – Eclo 3, 3-7.14-17ª (gr 2-6.12-14) 2ª. Leitura - Col 3, 12-221 Evangelho – Lc 2, 22-40 Os filhos e as filhas que têm zelo e amor pelos seus genitores e os amparam nas suas necessidades têm uma vida repleta de graças e conseguem também manter uma família feliz e equilibrada. O aconchego de uma família unida e feliz vale muito mais do que muitos bens materiais acumulados.  Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da lei de Deus e pais e filhos constituem assim a primeira preocupação de Deus para salvar a terra, e nós somos estes mensageiros da reconciliação.  É a partir de cada família da Terra que o projeto de Deus para o futuro da humanidade se realiza. São João Paulo II  dizia que “A família é a esperança da humanidade”, porque é uma Escola onde a humanidade é forjada para enfrentar os desafios da vida e do mundo. Através da Família toda existência humana é orientada para o futuro. E se a família for um lugar seguro onde Deus habita aí então ela terá, com certeza, um futuro abençoado.

Santo Estevão, protomártir - DIA 26 DE DEZEMBRO At 6,8-10; 7,54-59: Martírio de Santo Estevão. Mt 10,17-22: Não falareis vós. mas o Espírito. A morte de Estêvão, e a de tantas testemunhas da fé cristã, não será a última palavra sobre a vida destes discípulos de Jesus, porque Cristo é o Senhor da vida e da morte. A ressurreição de Jesus mostra a glória, como única realidade de verdadeira vida, para a qual todo o crente está encaminhado. Ela anuncia que a glória de Jesus, e a de todo o discípulo, passa pelo caminho do Calvário e pela morte na Cruz. A morte de Jesus, e a de Estêvão, oferecem um sinal que fala à nossa fé. O projeto de Deus é maior do que os projetos dos homens. O amor de Deus ultrapassa largamente todos os interesses de quem quer que seja. Somente Jesus, sinal do amor de Deus pelos homens, é capaz de libertar o homem da morte e de fazer brotar no coração do discípulo a fé como resposta radical à salvação oferecida por Deus.

Celebrar o nascimento de Jesus é contemplar o amor de um Deus que encontrou muitas maneiras de se revelar... Falou através da Criação, através dos Profetas. Mas na plenitude dos tempos enviou o próprio Filho... Jesus Cristo é a Palavra viva e definitiva de Deus, que revela aos homens o verdadeiro caminho para chegar à salvação. * Celebrar o seu nascimento é acolher essa Palavra viva de Deus… É acolher o projeto que Jesus veio apresentar e fazer dele o critério fundamental de nossa vida.

Lc 1,67-79: Cântico de Zacarias (Benedictus). O amor de Deus é a nossa maior herança e é por isso, que precisamos nos apropriar deste bem precioso. A mesma aliança que Deus firmou com os homens da Bíblia, Ele o fez também conosco. Somos assim aliados (as) de Deus nos Seus projetos e nas Suas realizações. Somos Seus servidores (as) e somente seremos plenos de alegria se reconhecer isto com cânticos de louvor e exaltação. Cantar o amor de Deus é motivar o nosso coração e a nossa alma para viver a felicidade aqui na terra.

Lc 1,57-66: Nascimento de João Batista. Hoje sobe a ti, Senhor, a nossa oração como incenso de sacrifício, como remoinho na areia do deserto. Solta a nossa língua de mudos para bendizer-te com os profetas, porque tu nos salvas cumprindo as tuas promessas antigas. Como disse o poeta: Seja eu, Senhor, tão só essa flauta de cana que tu podes encher de música. "Oh Emanuel, rei e legislador nosso, esperança das nações e salvador dos povos, vem salvar-nos, Senhor nosso Deus" Vem depressa, Senhor!

Lc 1,46-56: Cântico de Maria (Magnificat). O castigo que a terra suportava por causa do pecado, foi trocado pelo cântico que brota jubiloso nos lábios de Maria pronunciado. O sim das promessas chegou, a aliança cumpre-se, poderosa: o Verbo eterno desce dos céus, e com a nossa débil carne se desposa. Oh mistério que só a fé alcança! Maria é o novo templo da glória, orvalho matinal, nuvem que passa, luz nova na sua presença misteriosa. Para Deus seja a glória eternamente, e para o seu Filho amado, Jesus Cristo, ele que quis nascer para nós para nos dar o seu Espírito divino. Amém. (Liturgia das Horas)

Lc 1,39-45: Visita de Maria a sua prima Isabel. Com o júbilo dos simples, como Isabel e Maria, queremos louvar-te, Senhor, cada dia com júbilo novo. O exemplo de fé de Maria impulsiona-nos a dizer-te com os apóstolos: Senhor, aumenta a nossa fé. Precisamos também de partilhar essa fé, como ela, pois todo o júbilo partilhado é felicidade dobrada. Desperta o teu poder, Senhor, e vem salvar-nos. Visita-nos com a tua salvação, "Oh Sol que nasces do alto, resplendor da luz eterna, sol de justiça, vem agora iluminar os que vivem nas trevas e sombra da morte".

"Eis aqui a "Serva" do Senhor, 'FAÇA-SE' (Fiat) em mim segundo a tua palavra." 1. Deus ama os homens e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer, através de Jesus Cristo. 2. Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: Através de um Sim incondicional aos projetos de Deus. * Ele espera também o nosso Sim para continuar vindo ao mundo e oferecer aos irmãos a Salvação e a Vida de Deus. 3. Maria torna-se instrumento de Deus Uma jovem "mulher" de uma desconhecida aldeia, mas disponível em acolher e testemunhar com amor as propostas de Deus. 4. Qual a nossa resposta aos apelos de Deus? Maria respondeu com um "sim" total e incondicional... A exemplo dela, também devemos dar o nosso "Sim" generoso, numa atitude de entrega total a Deus 5. Como é possível essa entrega total a Deus? Através de uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele. O caminho é o mesmo ainda hoje... para todos nós... A exemplo de Maria, digamos um SIM generoso e total ao Senhor. E o nosso coração e a nossa família serão uma MORADA para o Salvador. Só assim o "Senhor estará também conosco..." e a nossa alegria nesse Natal será completa...

Lc 1,5-25: Anúncio do nascimento de João Batista. Realmente, Senhor, nada há impossível para ti, que enches de filhos e bênçãos as estéreis e realizas maravilhas com instrumentos humildes. Bendito sejas, Senhor! Ensina-nos a viver na tua presença com o coração alegre pela tua amorosa gratuitidade de Pai. Ao ritmo da liturgia rogamos a Cristo que vem: Oh rebento do tronco de Jessé, que te elevas como um sinal para os povos, perante quem os reis emudecem e cujo auxílio imploram as nações, vem libertar-nos, não demores mais, vem, Senhor.

Mt 1,18-24: O filho de Maria vem do Espírito Santo. Assombro e louvor, Senhor, enchem hoje o nosso coração, como o de José, perante o mistério do Deus-conosco. Na nossa prece, Senhor, queremos pedir-te hoje por tdos aqueles a quem chamas, como a S. José, para te servir na Igreja, atendendo os irmãos; pelos pais para que recebam os filhos como um dom teu; por cada um de nós, para que cumpramos fielmente a missão que nos confias. Assim nascerá Cristo cada dia na nossa vida, família, ambiente e comunidade, como sinal claro do teu amor imenso de Pai e da tua presença perene entre nós teus filhos. Amém.

Mt 1,1-17: Genealogia de Jesus Cristo, filho de David. Bendizemos-te; Pai, por Jesus Cristo nosso Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o homem novo, em solidariedade com a humanidade pobre, necessitada e amada por ti na sua própria limitação e pecado. Tal é o amor inverossímil e gratuito que nos tens. Fazemos nosso o desejo da liturgia de hoje: Oh sabedoria que brotaste dos lábios do Altíssimo, abarcando de um ao outro confim do mundo e ordenando-lhe tudo com firmeza e suavidade, vem e mostra-nos o caminho da salvação. Amém.

Lc 7,19-23: Anunciai a João o que vistes e ouvistes. Hoje a nossa oração, Senhor, clama com o profeta: Céus deixai correr o orvalho; nuvens, dai chuva ao justo; Abra-se a terra, germine a justiça e brote a salvação. Estamos tão defraudados pelos messianismos terrenos!... Só tu nos livras integralmente; só Cristo nos salva. E essa é a esperança dos pobres e dos sem voz. Faz, Senhor, que nós sigamos o exemplo de Jesus Trazendo gestos de libertação e fraternal solidariedade Com a infatigável esperança de todos os homens. Amém.

Mt 21,28-32: Publicanos e prostitutas vos precedem. Bendizemos-te, Pai, com os pobres da terra, porque estás junto do atribulado e salvas o abatido. Que o oiçam os humildes e se alegrem: A salvação de Deus está a chegar ao nosso mundo! Demasiadas vezes, Senhor, te damos um "sim" e praticamos um “não". Mas tu és o que dá uma segunda oportunidade. Nós dizemos: "Não há nada afazer”. Mas tu acreditas na regeneração do ser humano. Ajuda-nos a cumprir sempre a tua vontade. como Cristo fez, superando os momentos obscuros de rebeldia e desânimo.

Mt 21,23-27: De onde vinha o batismo de João? Senhor, tu vieste aos teus e não te receberam. Vens a nós, e muitas vezes também não te aceitamos. Seremos menos que um cachorro, que reconhece o seu dono? Muda-nos, Senhor, por dentro e com arrependimento nosso, segundo a tática da tua misericórdia e da tua ternura, para que sejamos capazes de surpreender-nos cada dia da tua ação incontrolável e da tua presença extraordinária. Com a liturgia de hoje suplicamos-te: Ilumina, Pai, as trevas do nosso espírito com a graça da vinda do teu Filho. Amém..

Isaías 61,1-2a.10-11 “O Espírito do Senhor está sobre nós” Esta profecia, hoje, destina-se a cada um de nós que como batizados (as) no Sangue de Jesus recebemos de Deus a Sua mesma incumbência: dar a boa nova aos humildes, curar as feridas da alma, de pregar a redenção para os cativos, a liberdade para os que estão presos   e anunciar um tempo novo de salvação. Cheios (as) deste Espírito nós também podemos dizer como Jesus o disse: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”. Somos mensageiros (as) das boas notícias de Deus para a humanidade triste e sem esperança, para isso, fomos também curados (as) e libertados (as). O Senhor Deus já fez germinar em nosso coração a semente da justiça e da paz.

Evangelho – Lc 1, 39-47 - Festa de N S de Guadalupe O Espírito Santo é Aquele que nos leva a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida. Maria foi chamada a Bem-aventurada, feliz, porque o Espírito Santo a plenificou com a Sua graça.  Quando estamos cheios do Espírito Santo nós também ficamos como Maria, plenos da graça de Deus e somos bem aventurados. Assim como foi a portadora do Espírito Santo para sua prima Isabel e o seu filho João Batista, Maria hoje também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio do Espírito Santo que nos ensina a abrir os lábios para cantar, louvar e bendizer a Deus com alegria.

Mt 11, 16- 19: Não acreditaram nem em João nem em Jesus. Hoje a nossa oração a ti, Pai Nosso, começa com uma humilde confissão: somos surdos à tua voz, cegos à tua luz e impermeáveis ao teu Espírito de amor. E o pior é que todavia nos justificamos com pretextos. Vem, Senhor, curar-nos da hipócrita ambiguidade que malogra e arruina o nosso seguimento de Cristo. Ensina-nos hoje a viver e julgar segundo a tua sabedoria para evitar o capricho infantil dos descontentes. Para vencer a nossa rotina, faz-nos experimentar a urgência de uma decidida conversão ao teu Reino. Assim não frustraremos o teu desígnio sobre nós. Amém.

Mt 11, 11-15: Não nasceu nenhum maior que João Batista. Alegra-nos, Senhor, saber que és Deus clemente e misericordioso, lento na cólera e rico em piedade, mas também comprometido a fundo com o teu povo oprimido. Hoje pedimos-te pelos sedentos de vida e dignidade, e pelos profetas que lutam em prol da esperança; aumenta a sua fé forte e fortalece a nossa vacilante, premiando-nos com a ânsia do teu amor e da tua justiça. Dá-nos a força e energia do Reino para entrar nele, a vontade dos esforçados que se comprometem a fundo. Assim avançaremos decididos pelo caminho da conversão que tu esperas de nós neste tempo do Advento.

Mt 11,28-30: Vinde a mim vós todos os cansados e oprimidos. Todo o nosso ser te louva, Deus dos oprimidos, porque chamas a ti todo o homem e mulher angustiados que necesSitam de força e descanso, alento e consolo. Porque o teu jugo é suave e a tua carga leve, acorremos a ti com o coração aberto à esperança para que nos enchas de graça e de ternura. Faz, Senhor, que percebamos a dor dos outros para que nos pesem menos os nossos próprios problemas. Vem, Senhor, para os constrangidos e vencidos pela vida, para os desanimados pelo peso da lei, para os afastados de ti pelo pecado. Vem, Senhor Jesus!

Efésios 1,3-6.11-12 - Imaculada Conceição Fomos escolhidos (as) antes da fundação do mundo para sermos irrepreensíveis aos olhos do Pai, no amor. O nosso destino é a santidade! O Pai é Santo e nos fez à Sua imagem e semelhança. Jesus nos adotou para que fôssemos filhos iguais a Ele em dignidade e justiça. Portanto a nossa santidade consiste em amar e depende do grau da nossa Fé. Apesar de pecadores, todos nós que pomos a nossa esperança em Cristo Jesus podemos ser santos, pois alcançaremos a vitória nesta vida, pela vivência do amor de Deus que existe nos nossos corações. Esta é a nossa esperança e a nossa fé! As nossas faltas, os nossos pecados não nos poderão tirar do caminho da santidade. Eles são apenas obstáculos a serem suplantados por nós quando confiamos na misericórdia de Deus que nos quer santos e santas, cheios de alegria e esperança.

Lc 5,17-26: Hoje vimos coisas admiráveis. Obrigado, Senhor, porque estamos vivendo e vendo as tuas maravilhas: a tua misericórdia e a tua fidelidade encontram-se no nosso desprezível mundo; a justiça e a paz beijam-se, enquanto a verdade brota da terra que tu visitas. Uma aurora de paz desperta na raia do nosso horizonte. Tudo é presença e graça tua, flores da tua ternura que brotam no nosso campo. Obrigado, Senhor! Queremos reconciliar-nos contigo e com os irmãos, celebrando unidos e alegres a festa da tua misericórdia. E uma vez regenerados pelo teu amor, propomos demonstrar com a nossa vida que o deserto inóspito floresceu.

Mc 1, 1-8 Conversão significa entrega e abandono. Converter-se significa entregar-se a Deus e abandonar tudo aquilo que nos afasta de Jesus. Conversão significa deixar de lado o egoísmo e a inveja. Conversão é fraternidade e partilha; é trilhar o caminho do amor e trocar a própria vida por verdade, justiça e paz.

Mt 9,35-/0,1.6-8: Compaixão de Jesus. Missão do doze. Bendito sejas, Pai, por Jesus Cristo, Senhor nosso, que percorreu infatigável os duros caminho da Palestina anunciando o Reino e curando todos os enfermos porque o seu coração se compadecia do povo sem pastor. Amplia tu o nosso coração à medida da tua ternura e concede-nos ser fiéis à missão que nos confiaste para serviço e testemunho do teu Reino entre os homens. Ai de mim se não evangelizo!, repetimos com o Apóstolo. Mantém-nos, Senhor, firmes no nosso compromisso missionário para que, convertidos ao teu amor e ao dos irmãos, preparemos a tua vinda com a alegria do Espírito. Amém.

Mt 9,27-3 I: Cura dos cegos por Jesus. Nós te bendizemos, Pai, pelo coração de Cristo, que soube compadecer-se dos cegos do caminho, imagem viva da humanidade necessitada da tua luz. Fazemos nossos os seus gritos de fé e de súplica: Invadem-nos, Senhor as trevas da descrença e atormentam a nossa rotina e supostas seguranças. Faz, Senhor, que o teu amor cure a nossa inata cegueira, despertando a nossa fé adormecida, para poder ver tudo com os olhos novos que nos dás: os critérios de Jesus. Enche-nos de alegria e paz neste tempo do Advento, que é oportunidade de conversão a ti e aos irmãos. Amém

Mt 7,21.24-27: Cumprir a vontade de Deus. Tu és, Senhor, a nossa rocha de refúgio e é melhor confiar em ti que nos poderosos, porque é maior a segurança do teu amor do que a das avultadas contas bancárias. Queremos escutar a tua palavra e cumpri-Ia, sem nos contentarmos em dizer-te: Senhor, Senhor! Mas livra-nos tu da nossa inconstância. Fazemos nossa a oração de Garfos de Foucauld: Pai, coloco-me nas tuas mãos; faz de mim o que quiseres. Seja o que for, dou-te graças. Creio e aceito que a tua vontade se cumpra em mim e em todas as tuas criaturas. Necessito de me dar, colocar-me nas tuas mãos com confiança, porque tu és meu Pai. Amém

Mt 15,29-37: Curas e multiplicação dos pães. Seco já o sulco das nossas lágrimas, bendizemos-te, Senhor Deus, pai dos pobres, porque só tu salvas a vida do indigente, tu que, em Cristo, és o pão do faminto. O teu povo peregrino no deserto tem já pão em abundância. Só falta que saibamos reparti-Ia em amor e fraternidade. Bem-aventurado quem abre as suas mãos em gesto de partilhar! Porque esse foi o estilo compassivo de Cristo com os necessitados. Concede-nos, Pai, que o imitemos fielmente para que quando chegar Jesus Cristo, teu Filho, nos encontre dignos de nos sentarmos à sua mesa. Amém.

Adoração ao Santíssimo Sacramento toda quinta-feira na Igreja Matriz N S das Graças - Redenção das 18h às 19h