História FM

Durante séculos o Império Otomano foi a força mais proeminente no território que conhecemos como Oriente Médio. Tendo tido relações complexas com os povos que fizeram parte de sua composição, mas também com povos vizinhos e outras potências, o império acabou deixando de existir em 1923 quando a República da Turquia foi oficialmente instituída. Convidamos a Prof. Monique Sochaczewski Goldfeld para conversarmos sobre as origens do Império Otomano, parte de sua trajetória, os meandros da vida sob seu governo e como ocorreu seu fim.

Em 11 de setembro de 1973, o presidente democraticamente eleito do Chile, Salvador Allende, foi derrubado em um golpe militar que marcou profundamente os rumos do país. Tendo o apoio dos Estados Unidos, a nova ditadura mergulhou o país em recessão e corrupção, rompendo a trajetória de um governo de inspiração popular que o presidente anterior tentou colocar em prática. Mas o golpe não aconteceu do dia pra noite. Ele foi um processo que viu diferentes derrotas de Allende até que ele chegasse ao poder, e viu também uma série de articulações opositoras que culminaram o golpe. Convidamos a Prof. Joana Salém Vasconcelos para conversar sobre o processo que levou Allende ao poder e os eventos que culminaram na sua derrubada e eventual morte.

Surgida nas primeiras décadas do século XX, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos como conhecemos hoje se mudou da costa leste para a costa oeste, mais precisamente para o estado da Califórnia, e dessa forma Hollywood nasce. Ela foi responsável por realizar a maioria dos mais famosos e influentes filmes da história, e seu poder tem sido continuamente a ponta de lança do soft power dos Estados Unidos, influenciando corações e mentes pelo mundo e normalizando ideologias, mentalidades e comportamentos típicos dos estadunidenses. Convidamos Waldemar Dalenogare para conversar sobre a história dessa indústria, sua mudança durante a passagem das décadas e a atual crise que levou a uma das maiores greves de sua história.

Nascido Malcolm Little em 19 de maio de 1925, Malcolm X teve que superar desde cedo uma série de obstáculos que foram colocados em seu caminho apenas pela cor de sua pele, e após anos de dificuldades e decisões equivocadas, Malcolm passou por uma transformação que o colocou na história como uma das maiores lideranças negras de todos os tempos. Suas lições até hoje inspiram pessoas ao redor do mundo e seu trágico assassinato até hoje é motivo de controvérsias. Convidamos Thiago André do podcast História Preta para conversarmos sobre a origem, trajetória, morte e legado de um dos mais importantes nomes da história estadunidense do século XX.

Após a Proclamação da República, o Brasil como uma nação pós-imperial engatinhava. As novas correlações de forças e disputas de interesses entre os mais diferentes atores políticos resultou em uma década marcada por violências, revoltas e autoritarismo, e uma das situações mais violentas desses primeiros anos foi a autoproclamada Revolução Federalista, uma guerra civil iniciada no sul do país que pretendia redefinir os rumos da república que se iniciava. Convidamos o Prof. Rodrigo Goyena para conversa sobre a Revolução Federalista, suas causas, seus meandros, seu término e a própria classificação de revolução.

No século XVII o Império Britânico começou a estabelecer laços comerciais com a Índia, e ali, gradativamente, começava a conquista de um dos territórios mais lucrativos do mundo para uma empreitada colonialista. Já em 1858 foi estabelecido o Raj Britânico, quando a colonização é oficializada, e o que a Índia viu a partir daí foi uma sucessão de catástrofes demográficas, repressão e todos os efeitos colaterais da cobiça britânica. Apenas oitenta e nove anos depois, quase um século, os indianos conseguiram sua independência, mas mesmo ela não veio sem transtornos. A separação do subcontinente indiano em diferentes países deixou marcas que até hoje impactam a região. Convidamos o Prof. Fernando Pureza para discutir esses e outros assuntos relacionados ao Raj Britânico.

Assim que a revolução de outubro de 1917 na Rússia ocorreu, os bolcheviques que a empreenderam se depararam com os enormes desafios de se consolidar uma revolução para a qual não existia nenhum tipo de manual ou precedente equivalente. Imediatamente os grupos políticos derrotados pela revolução e aqueles que se opunham a ela ideologicamente, dentro e fora da Rússia, começaram a se movimentar para minar a capacidade dos bolcheviques prosperarem no poder, tentando reverter a situação política do país ou mesmo levá-la para outros rumos. O resultado disso foi uma guerra civil extremamente violenta com vários atores políticos lutando pelos rumos da Rússia. Hoje convidamos o Prof. Rodrigo Ianhez para explicar os meandros da Guerra Civil Russa, e de como a revolução bolchevique esteve por um fio.

Todo mundo que teve oportunidade de estudar já ouviu falar em Feudalismo, mesmo que eventualmente não se lembre. Durante anos o principal foco de muitos medievalistas no Brasil e na Europa foi o entendimento dos aspectos materiais e econômicos da Idade Média, e diante dessa necessidade o conceito de Feudalismo surge como um dos mais relevantes. Contudo, há muito tempo esse conceito vem sendo relativizado, questionado ou mesmo renegado pelos estudiosos da área. Convidamos o Prof. Bruno Marconi para discutir as diferentes interpretações do conceito de Feudalismo e as polêmicas historiográficas a respeito dele.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, especialmente os países vencedores tinham seus próprios interesses na reconfiguração do mundo, e muitos dos países que foram libertados de regimes opressivos ou colonizações estrangeiras tinham seus próprios objetivos. Os conflitos gerados por todos os conflitos de interesses do pós-guerra resultaram em uma série de golpes, revoluções, alianças e antagonismos, e durante a Guerra Fria por vezes esses imbróglios desembocaram em guerras. E uma das mais importantes guerras do começo da Guerra Fria foi a Guerra da Coreia, que aproximou o mundo de um possível novo conflito de grande escala, mas cujas operações militares foram cessadas em 1953. Apesar disso, oficialmente o conflito nunca teria acabado, e as consequências dele são duradouras especialmente para a península coreana, que permanece dividida até hoje. Convidamos o Prof. Érico Duarte para explicar os meandros dessa importante guerra e seu status atual.

Um dos pilares das Ciências Sociais, a Sociologia vem há séculos empreendendo esforços para melhorar a compreensão que as sociedades têm de si mesmas. Para isso, diversos estudiosos vêm estudando os diferentes fenômenos sociais e desenvolvendo teorias e metodologias próprias para isso, ainda que muitos desses trabalhos sejam desconhecidos do grande público. Convidamos o Prof. Marcos Paulo Campos para explicar os primórdios da disciplina, algumas de suas correntes mais relevantes, as contribuições brasileiras ao campo e as inovações mais relevantes dos últimos anos.

Durante seis dias no ano de 1967, Israel esteve em guerra contra alguns dos países do entorno: Egito, Síria, Jordânia e Iraque, cerca de vinte anos após seu surgimento. O resultado da breve guerra foi uma vitória avassaladora por parte de Israel, a destruição de partes importantes das forças armadas de alguns de seus principais rivais, o aumento do prestígio internacional e a consolidação de Israel como Estado, abalando o já complicado tabuleiro político do Oriente Médio e consolidando a ocupação dos territórios palestinos que foram tomados para a criação do Estado israelense. Convidamos o Prof. Vitor Augusto Pereira para conversar sobre uma das mais breves guerras da história e para entender as consequências dela para o Oriente Médio.

Sendo a sobrevivência mais duradoura do Império Romano a nível mais institucional, o Império Bizantino foi capaz de resistir às intensas mudanças no mundo ao seu redor por cerca de um milênio, ainda que ele mesmo passasse por suas próprias mudanças e adaptações aos tempos que vieram pela frente. Com um legado cultural e material reconhecidos ainda hoje, o Império Bizantino acabou sendo derrubado em 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos Otomanos. Sobre as cinzas deste império milenar o Império Otomano ascendeu, tornando-se um ator político de peso no mundo mediterrânico. Convidamos o Prof. Otávio Luiz para nos contar sobre alguns dos aspectos mais importantes para se compreender a história e os meandros do Império Bizantino em mais um episódio da série "Ascensão e queda de um Império".

N@zismo e Socialismo são duas ideologias muito distintas, mas pelas formas como foram aplicadas historicamente, uma série de equívocos sobre as supostas equivalências desses dois regimes passou a ser reproduzida não apenas no senso comum, mas por vezes na academia. No entanto, uma análise com maior escrutínio demonstra que os aparentes pontos de confluência estão longe de permitir que elas possam ser colocadas em patamar de equivalência. Convidamos o Prof. Demian Melo para explicar os meandros ideológicos do N@zismo e do Socialismo para entendermos como essas duas ideologias não são equivalentes, mas sim opostas.

Nascido no exterior mas importado para o Brasil no começo do século XX como uma alternativa ao liberalismo e ao socialismo, o Trabalhismo influenciou líderes e movimentos que tiveram grande impacto no Brasil. Ainda que tenha perdido espaço no cenário político nacional, seu legado é fundamental para entender aspectos de nossa história, e sua definição no espectro político causa debates e confusões conceituais, dada a complexidade de sua formação e desenvolvimento no país. Convidamos o Prof. Reinaldo Lohn para nos explicar as origens do Trabalhismo, sua vinda ao Brasil, sua definição, seu lugar no espectro político e sua situação hoje.

Durante a Primeira Guerra Mundial o contexto belicista e violento que atingia escalas poucas vezes vistas na história serviu de pretexto para que o preconceito contra os armênios no seio do Império Otomano aflorasse e desembocasse não apenas em algum tipo de violência regular de um povo contra o outro, mas em um genocídio. Por alguns anos os armênios do império sofreram prisões, torturas e execuções, e os impactos desse processo resultaram em uma diáspora armênia por diversas partes do mundo, além de uma recusa da Turquia em admitir o genocídio, não reconhecido por muitos países pelo mundo. Convidamos o Prof. Heitor Loureiro para explicar como foi o processo de genocídio empreendido pelo Império Otomano contra os armênios, as consequências dele e as disputas do presente em torno desse episódio.

Na Nicarágua em 1979, em plena Guerra Fria, uma revolução tomou o poder na Nicarágua, que tinha um longo histórico de governos ditatoriais e perseguições a revolucionários de esquerda. Por vezes chamada de "Revolução Sandinista" em homenagem a Augusto Sandino, antigo revolucionário nicaraguense morto pelo Estado, a revolução contou com a participação de vários setores da sociedade, de guerrilheiros marxistas a padres, e as consequências dessa revolução afetam o país até hoje. O resultado da revolução desembocou em uma década de governo revolucionário e um dos principais nomes surgidos dela governa a Nicarágua até hoje, em um governo repleto de polêmicas e críticas internas e externas. Convidamos a Prof. Priscila Pereira para explicar a história da Revolução Nicaraguense, o processo que levou até ela e suas consequências.

No início do século XX enquanto o país se construía após anos de instabilidade política, o Rio de Janeiro decidiu que sua população deveria ser vacinada contra uma das doenças mais perniciosas que assolava a população da época: a varíola. No entanto, as memórias recentes da população diante de políticas invasivas e higienistas, o medo da vacina (que na época era uma novidade) e a atuação agressiva do governo no processo de vacinação obrigatória resultou em uma revolta em que, durante dias, a população do Rio de Janeiro se rebelou. Convidamos o Prof. Vitor Soares do podcast História em Meia Hora para nos contar sobre a situação do Rio de Janeiro na época e sobre a revolta em si, bem como suas consequências.

Durante as duas décadas em que o Brasil passou por uma ditadura militar com a conivência de diversos setores da sociedade civil, o país passou por diversos casos de corrupção. A princípio nada de muito diferente do que ocorre durante a democracia; no entanto, em um regime ditatorial, a investigação e as possibilidades de punição dos responsáveis é muito mais restrita, e os apologistas da ditadura gostam de fazer de conta que um governo militar seria inerentemente moral e, portanto, mais honesto e contra a corrupção, o que a história nos mostra ser completamente falso. Convidamos o Prof. Pedro Campos, autor de "Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988", para detalhar alguns dos casos mais conhecidos de corrupção da ditadura militar.

Em 20 de março de 2003 se iniciava um ataque contra o Iraque coordenado por uma coligação de países liderada pelos Estados Unidos, uma tragédia anunciada pelos meses de debates sobre a validade da invasão que viria pela frente e seria chamada de Operação Iraqi Freedom. O que se seguiram foram mais de oito anos de guerra, a derrubada de Saddam Hussein, a destruição de boa parte do país, a criação e fortalecimento de grupos terroristas e a morte de centenas de milhares de civis iraquianos. No episódio de hoje convidamos o Prof. Reginaldo Nasser para conversar sobre a Guerra do Iraque e suas consequências no cenário internacional. 

Em 1817 a região de Pernambuco viu florescer um movimento que, como outros que ocorreram e viriam a ocorrer no Brasil, buscava autonomia diante do poder central, que nesse momento era a coroa portuguesa. De inspiração liberal e republicana, o  movimento que ficou mais conhecido como Revolução Pernambucana durou pouco menos de três meses, mas foi responsável pela primeira proclamação republicana da história do Brasil. A repressão e as punições que se seguiram após a derrota do movimento foram de execuções pelo crime de lesa-majestade até o desmembramento do território de Pernambuco - que ocorreria novamente no futuro por conta da Confederação do Equador. Convidamos a Prof. Suely Luna para conversarmos sobre esta revolução que abalou a política brasileira nos anos anteriores à independência do país.

Quando um grupo de beduínos pastores procurando por seus animais desgarrados encontraram uma caverna contendo fragmentos de documentos antigos, os estudos sobre antiguidade, especialmente da história do Oriente Médio e do cristianismo foram impactados pela natureza do material encontrado. Os documentos daquela caverna, que viriam a ser conhecidos como "manuscritos do mar morto" foram apenas os primeiros de muitos outros encontrados em mais de uma dezena de cavernas escavadas pelas expedições de estudiosos diversos. No episódio de hoje convidamos a Prof. Tupá Guerra para conversar sobre os manuscritos, seus conteúdos e o impacto dessa descoberta na historiografia.

Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos defenderam a ideia de que era necessário conter a expansão do comunismo pelo mundo, pois permitir que revoluções acontecessem causaria um efeito dominó de expansionismo da ideologia rival, país após país. Nesse esforço de contenção, os Estados Unidos se envolveram na política de um país que fora ocupado pelos franceses, depois pelo japoneses na Segunda Guerra Mundial e, novamente, pelos franceses. O Vietnã, um país pobre do sudeste asiático, viria a se tornar uma das maiores pedras no sapato da história estadunidense, e a escala das tensões resultou em uma guerra que duraria cerca de uma década e marcaria para sempre a história de ambos os países. Convidamos Alessandro Visacro, autor de Guerra Irregular, para conversar sobre os meandros da Guerra do Vietnã e suas consequências.

Em 30 de janeiro de 1933, há exatos 90 anos, chegava ao cargo de chanceler na Alemanha Adolf Hitler. Ex-militar austríaco e líder do Partido Nacional-Socialista, Hitler chega ao poder pela crença das autoridades alemães de que seu tom agressivo e radical seria moderado pelas instituições, mas ao invés disso o que vimos foi a gradativa transformação da Alemanha em uma das ditaduras mais perversas da história. No poder, Hitler contribuiu com certa recuperação econômica do país diante dos efeitos da crise de 1929, mas ao mesmo tempo rearmou o país, perseguiu opositores, aprovou projetos de eutanásia de pessoas com deficiência, iniciou a maior guerra da história e perseguiu grupos considerados racialmente inferiores, levando o mundo a uma catástrofe sem precedentes na história humana. No episódio de hoje convidamos o professor Vinicius Bivar para conversar sobre os meandros da ascensão e a queda da Alemanha Nazista.

Sendo uma das civilizações mais conhecidas do continente americano de antes da chegada de Cristóvão Colombo, os Astecas despertam o fascínio e a curiosidade daqueles que buscam conhecer a vida na américa antes dos europeus, mas despertam também repulsa, uma vez que algumas de suas práticas culturais e religiosas implicavam em violência e sacrifícios humanos. Este ponto em particular, além do fato de que diversos povos locais se uniram com os espanhóis contra os astecas, gera controvérsias em debates a respeito da ideia de que a colonização teria sido um processo civilizador. Convidamos o Prof. Luis Kalil para discutir este e outros assuntos sobre a ascensão e a queda do Império Asteca.

Após a conquista da França em 1940, Hitler desejava tirar o Reino Unido da Segunda Guerra Mundial, de modo a diminuir o risco de uma invasão pelo norte do país recém-conquistado e permitir que o Terceiro Reich pudesse invadir o leste europeu sem o risco de luta em duas frentes. Para conseguir este objetivo, uma vez que a diplomacia não foi suficiente, a Alemanha começou uma campanha de desgaste para forçar o governo comandado pelo primeiro-ministro Winston Churchill a ceder diante da pressão popular pelo fim das hostilidades. Ao invés disso, o que ocorreu foi uma das campanhas aéreas mais emblemáticas do século XX, uma vez que a opinião pública britânica tornava-se cada vez mais resoluta no esforço de guerra contra o nazismo a cada novo ataque ao seu território e aos seus compatriotas. Convidamos Júlio César Guedes, do canal Sala de Guerra, para conversar sobre esta campanha que ficou conhecida como Batalha da Inglaterra.

Durante a Guerra Fria, mais precisamente na década de 1970, ocorreu uma revolução que surpreendeu a todos e deixou as duas grandes potências do conflito apreensivas com o futuro do Irã, um país extremamente estratégico tanto por posição geográfica quanto por sua riqueza de recursos naturais. Ao contrário de outras revoluções do século XX capitaneadas pela esquerda política, o que se viu no Irã foi um processo intrinsecamente conservador e religioso. A nação que se construiu após a consolidação do processo é hoje alvo de críticas a nível global por conta de suas perseguições de caráter religioso e violações de direitos humanos. Convidamos o Prof. Otávio Luiz para conversar sobre o processo que levou o Irã a uma revolução muçulmana em plena Guerra Fria.

Nascido em Yako no ano de 1949, Thomas Isidore Noël Sankara foi um militar do Alto Volta, país que foi uma colônia francesa na África. Tendo tido uma sólida formação marxista e de inspirações pan-africanistas, Sankara participou de uma revolução que estabeleceu um novo governo, o qual presidiu, e o novo líder batizou o país de Burkina Faso. Tendo uma impressionante lista de feitos durante seu tempo no poder, Sankara foi traído e assassinado, sendo substituído por um dos conspiradores, que ficaria no poder por muitos anos. Convidamos o Prof. Otávio Luiz para conversar sobre a história e o legado deste homem que ficou conhecido como "Che Guevara africano".

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Nascido em família nobre no ano de1480 em Portugal, Fernão de Magalhães foi um navegador português que, após anos atuando pela coroa portuguesa, acabou liderando uma expedição sob os auspícios da coroa de Castela rumo às Índias que buscava uma rota pelo sul da América do Sul. Diante de uma série de desafios que foram desde a natureza à desconfiança de seus homens, com direito a motim, a expedição de Magalhães acabou não apenas encontrando uma rota, como também se tornou a primeira viagem de circunavegação do mundo, embora o próprio Magalhães não tenha sobrevivido para ver seu encerramento. Convidamos o Prof. José Carlos Viladarga para conversar sobre a viagem de Magalhães e as consequências de sua expedição para a era das grandes navegações.

Em 1933 o Partido Nacional-Socialista Alemão, normalmente chamado de Partido Nazista, chegou ao poder na Alemanha. Apesar de ter o Socialismo em seu nome, o gerenciamento econômico da Alemanha Nazista buscou ser uma alternativa tanto ao liberalismo estadunidense quanto ao socialismo soviético, conciliando práticas aparentemente contraditórias como o investimento público massivo, de um lado, e as privatizações de outro. Buscando o rearmamento para realizar sua guerra expansionista, Hitler criou um Estado que caminhou para uma economia de guerra em um modelo insustentável no longo prazo e, com a agressão à Polônia, arrastou o país para uma guerra que arruinou a economia alemã. Conversamos com o Prof. Vinicius Bivar sobre como os nazistas erigiram e demoliram a economia alemã.

Quando se fala em Renascimento, normalmente a imagem que vem à mente das pessoas que têm ao menos alguma noção do que se trata é a de pintores e escultores geniais, como Leonardo Da Vinci e Michelangelo Buonarroti. No entanto, o Renascimento foi muito mais do que meramente um movimento artístico. Seus impactos vão da cultura e das artes à economia e arquitetura, em um contexto de resgate de uma antiguidade idealizada. E ainda há o debate sobre este ser apenas um de muitos renascimentos ocorridos em outros lugares. Convidamos a Prof. Sara Tatiane para conversar sobre esse movimento e responder essas e outras questões.

Em 22 de novembro de 1910 se iniciava um dos eventos mais conhecidos da República Velha. Uma revolta de marinheiros—majoritariamente negros—revoltados com os castigos físicos empreendidos por superiores hierárquicos brancos de uma elite militar estourou, tomando conta de algumas das embarcações mais modernas e poderosas da Marinha do Brasil. Durante alguns dias a revolta obrigou o Estado brasileiro a negociar, atendendo as principais demandas dos revoltosos. Contudo, a história não acabaria por aí. O racismo escancarado dos militares, governos, imprensa e sociedade tratou a revolta com desdém, ainda que houve algum apoio popular a ela. Mas uma nova revolta não relacionada com a primeira ocorrida pouco tempo depois minou o apoio público aos revoltosos e alguns dos líderes da Revolta da Chibata foram presos. O principal líder, João Cândido, pagaria o preço de sua liderança sendo desprezado pela Marinha pelo resto da vida. Convidamos o Prof. Thiago André, do podcast História Preta, para conversar sobre essa revolta, a trajetória de João Cândido e os debates em torno do evento.

Após a Proclamação da República, ocorrida a partir de um golpe militar, o Brasil passou por um período de cerca de cinco anos conhecido como República da Espada, uma ditadura militar que viu alguns levantes e revoltas contra si—majoritariamente pela restauração da monarquia—e os reprimiu de maneira violenta. Sendo um avalista das oligarquias agrárias que desejaram o fim do regime monárquico, os dois governos (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) lidaram não apenas com revoltas, mas também com uma enorme crise econômica e a pressão dos barões do café e demais republicanos que desejavam uma república, mas não necessariamente uma ditadura. Convidamos o Prof. Rodrigo Goyena para conversar sobre essa ditadura muitas vezes esquecida da história brasileira e como ela acabou, dando espaço ao que ficou conhecida como Política do café com leite.

Em 1974 chegava ao poder Ernesto Geisel, o que uma certa memória a respeito da ditadura civil-militar no Brasil entende como um relaxamento da repressão no regime. A partir dali, uma série de convergências começou a ocorrer para que o regime gradativamente se enfraquecesse, culminando no seu fim em 1985. No último episódio da trilogia sobre a Ditadura Militar do História FM convidamos os professores Reinaldo Lohn e Ricardo Duwe, este último do podcast Estação Brasil, para conversar sobre os governos Geisel e Figueiredo, a Lei de Anistia, o assassinato de Zuzu Angel, as greves do ABC, a volta do pluripartidarismo, o atentado do Riocentro, entre diversos outros assuntos relativos aos últimos anos da ditadura civil-militar no Brasil.

Em 1791, poucos anos após o início da Revolução Francesa, o mundo foi pego de assalto quando os habitantes negros, libertos e escravizados, se mobilizaram para livrar o Haiti das instituições europeias e dos europeus que governavam o local explorando a mão-de-obra escrava sob justificativas racistas disfarçadas de morais. O que se seguiu foi a abolição da escravidão, a tomada do poder por indivíduos negros, a eliminação ou expulsão de virtualmente toda a população branca de origem europeia e o estabelecimento de uma nação que resistiu às tentativas de reconquista francesas e abriu um precedente que apavorou os escravistas do continente americano. O Haiti viria a se tornar livre do jugo francês através da maior revolta de escravos desde a revolta de Spartacus, que desafiaria os mitos de superioridade racial europeus. Convidamos Bethânia Pereira para conversar sobre como aconteceu a Revolução Haitiana e as consequências dela para o país, em vista das represálias estrangeiras que viriam a impactar o país pelos séculos que se seguiram.

Em 12 de outubro de 1492, o navegador genovês à serviço do Reino de Castela Cristóvão Colombo chegou a uma ilha que fazia parte do continente americano, até então não batizado pelos europeus. De uma perspectiva europeia, o achado foi um descobrimento; na perspectiva dos que aqui já estavam, não apenas a chegada dos europeus não se configurou em descobrimento, como iniciou um contato entre povos que resultou em milhões de mortos e explorados, mudando o mundo para sempre. Mas afinal, os europeus já haviam chegado à América antes? Colombo achava que tinha chegado às Índias? E é verdade que ele morreu pobre e em desgraça? Convidamos o Prof. Waldomiro Lourenço para conversar sobre a história de Colombo, sua chegada ao continente americano e o legado não apenas da descoberta de um novo continente para os europeus, mas também do massacre dos povos originários para aqueles que já estavam por aqui.

Em 1932 as tensões em torno do governo provisório formado após a dita "Revolução de 30" escalaram. Desde aqueles frustrados com a indefinição de um novo governo eleito pelo voto popular quanto as elites paulistas que tiveram seus interesses afetados pelo fim da República Velha e da política do Café com Leite, um levante entrou em ação em 1932. Encampado principalmente por paulistas, ainda que tendo contado com apoio de outros estados, o levante ficou conhecido como  "Revolução de 32" e a guerra que se seguiu resultou em uma derrota dos revoltosos, ainda que alguns ganhos tenham sido possíveis no curto prazo. Convidamos o professor Francisco Quartim de Moraes para conversar sobre o levante e sobre a própria classificação de "revolução", bem como a memória em torno dele.

Surgido no período que hoje chamamos de "Idade Moderna", o Reino do Daomé foi uma junção de povos já existentes em um território onde hoje se localiza a República do Benim. Por mais de três séculos, o reino foi a casa de um povo que se destacou na história africana, entre outros motivos, pela escravidão, pelas particularidades de sua cultura e suas mulheres guerreiras—cada vez mais popular na indústria cultural. No episódio de hoje convidamos o Prof. Otávio Luiz para conversar sobre as origens do Reino do Daomé, suas particularidades econômicas, sociais e culturais, bem como a resistência contra os colonizadores franceses e o legado deste reino africano.

Há duzentos anos o Brasil passava pelo seu processo de independência, se emancipando de Portugal, que viria a culminar no Império do Brasil. Longe de ser um momento onde o povo se uniu em torno da figura de D. Pedro I em um brado retumbante, a independência foi um processo complexo, envolvendo uma série de interesses dentro e fora do novo país e questionado por regiões que buscavam suas próprias independências. A independência acabou mantendo o poder das elites agroexportadoras, a escravidão e o regime monárquico. Convidamos os professores Jurandir Malerba e João Paulo Pimenta, autores do "Almanaque do Brasil nos tempos da Independência" e "Independência do Brasil", respectivamente, para conversamos sobre os meandros complexos do processo de Independência do Brasil.

O povo curdo possui milhares de anos de história, mas nos últimos anos chama a atenção a intensa luta capitaneada por diferentes grupos curdos em diferentes lugares do Oriente Médio, com destaque especial para Rojava. Diante da ameaça do Estado Islâmico e em contextos difíceis tanto em relação ao governo Sírio quanto à Turquia, os curdos de Rojava vêm lutando por uma região autônoma, com um modelo de autogestão desvinculado da ideia de um Estado nos moldes tradicionais. No episódio de hoje conversamos com Florência Guarch sobre a história dos curdos, os movimentos surgidos no século XX e a atuação luta em Rojava que em 2022 completa dez anos.

Yusuf ibn Ayyub ibn Shadi, mais conhecido como Saladino, foi uma das figuras mais conhecidas do mundo muçulmano pelos europeus. Tendo sido sultão do Egito e da Síria, Saladino foi um grande adversário dos europeus durante a segunda e na terceira. Seu trato com os cristãos - incluindo aí os prisioneiros - chamou a atenção de seus adversários, a ponto de atrair até mesmo a admiração deles. No entanto, sua vida vai além da participação nas cruzadas. No episódio de hoje conversamos com o Prof. Otávio Luiz para conhecer um pouco mais da vida de Saladino e seu legado.

A Guerra dos Trinta Anos é um conflito muitas vezes deixado de lado quando se pensa em História das Guerras, uma vez que outras guerras de muito maior escala ocorreram no próprio continente europeu nos séculos que se passaram. Logo, ela acaba sendo preterida no imaginário popular por conflitos como as Guerras Napoleônicas, ou mesmo as duas grandes guerras. Contudo, o grau de violência, intolerância religiosa e o número de perdas humanas dessa guerra deixou marcas profundas por onde ela passou. Mais do que isso, o fim do conflito deu origem à Paz de Westfália, deu o pontapé inicial no modelo moderno de Estados soberanos como unidades políticas dotadas de direitos, estabelecendo estruturas mais sólidas do que hoje entendemos por Relações Internacionais. Convidamos o Prof. Peter Mainka para explicar o que foi essa guerra, seus impactos e as memórias sobre ela hoje.

Nascido Iosif Vissarionovich Dzhugashvili em 18 de dezembro de 1878 em Gori, na Geórgia, Josef Stalin foi o mais longevo governante da União Soviética. Após chegar ao poder, Stalin empreendeu uma série de medidas que buscavam acelerar o crescimento econômico da União Soviética e consolidar sua perspectiva de "socialismo em um só país". Nesse processo, seu governo foi envolto em uma série de controvérsias que vão desde o Holodomor até os expurgos de 1937 e 1938, passando por sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial e indo até sua morte. Convidamos Rodrigo Ianhez e Felipe Demier para discutir a trajetória de vida de Stalin, suas conquistas, as controvérsias, os atos de violência e sua atuação em momentos-chave da União Soviética, bem como seu legado para o país e para o socialismo e o comunismo ao redor do mundo, que permanece em disputa.

Embora a Europa já tivesse colocado seus pés na África séculos antes e já tivesse alguma influência sobre certas regiões do continente, foi no século XIX em que o colonialismo europeu sobre a África explodiu. As principais potências europeias acordaram em dividir o continente entre si, e o resultado disso foi o estabelecimento de colônias que não apenas brutalizaram os habitantes originais dos territórios ocupados, como também contribuíram de maneira decisiva com o subdesenvolvimento do continente africano. Convidamos o Prof. Otávio Luiz para nos contar com mais detalhes como ocorreu e como se estabeleceu a partilha da África.

O Socialismo é uma das ideologias políticas que ajudou a moldar a cara do século XX, ainda que surgida antes dele. Tendo estado por trás de revoluções buscando melhorar a vida da maior parte da população, mas tendo sido também usado como legitimador de violências, o socialismo foi e continua sendo uma ideologia que molda os objetivos, táticas e estratégias políticas no presente, nunca saindo do horizonte de milhões de pessoas que nele acreditam. Dando seguimento à trilogia sobre ideologias iniciada no episódio sobre Anarquismo, convidamos Sabrina Fernandes do canal Tese Onze para nos explicar o que é socialismo, sua história, suas vertentes e responder às críticas mais comuns que a ideologia recebe por parte de seus críticos.

Em 4 de julho de 1776 foi proclamada a Independência dos Estados Unidos da América – comumente chamada de "Revolução Americana" nos EUA –, um agrupamento de treze ex-colônias inglesas no leste do continente americano. Essa independência, além de fundar o que hoje é a principal potência mundial, serviu de inspiração para diversas outras independências no continente americano, abrindo um precedente para noções iluministas, mas mantendo uma série de contradições do período que barravam o avanço de direitos para determinados grupos sociais. A guerra que levou a esse processo e o consolidou, resistindo às tentativas inglesas de reverte-lo, foi sendo cada vez mais romantizada com o passar dos anos e até hoje faz parte do léxico de diferentes grupos políticos. Convidamos o Prof. Arthur Lima de Avila para nos contar como ocorreu a Independência dos Estados Unidos, com participação especial do Prof. Vitor Soares, do podcast História em Meia Hora.

Durante 116 anos o que hoje chamamos de Inglaterra e França lutaram diversas batalhas e realizaram diversas campanhas que a partir do século XIX foram chamadas de Guerra dos Cem Anos. Responsável por grandes mudanças sociais e políticas, e responsável também por marcar certos nomes na história, a Guerra dos Cem Anos é um tema por vezes negligenciado no Brasil. No episódio de hoje convidamos o Prof. Ives Costa para nos explicar o que foi essa guerra, como ocorreu, qual a relação dela com outros eventos da época e qual a memória construída em torno dela, especialmente a partir do Romantismo no século XIX.

Em 22 de junho de 1941 a Alemanha nazista iniciou a maior invasão da história: a Operação Barbarossa. Com uma força de cerca de três milhões de pessoas, a invasão idealizada por Hitler gerou o mais violento e mais sangrento teatro de operações da Segunda Guerra Mundial. O resultado dessa invasão foi a quase extinção da União Soviética e derrotas alemãs que foram determinantes na futura derrota dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Lutando por sobrevivência, mas também pelo desejo de desforra, os soviéticos empurraram os nazistas de volta para seu país e efetivamente derrotaram Hitler em sua própria capital. Convidamos Júlio César Guedes do canal Sala de Guerra para explicar os meandros deste que foi o front mais brutal da Segunda Guerra Mundial.