
Pensando o Brasil
By CIEE

Pensando o BrasilDec 13, 2021

O Brasil em quadrinhos: entrevista com Mauricio de Sousa, escritor, desenhista, empresário
Os brasileiros adultos que hoje tomam decisões no país, seja no poder público ou nas empresas do setor privado, muito provavelmente leram os gibis da Turma da Mônica. Seus filhos também. Seus netos leem. Seus bisnetos lerão.
A Turma da Mônica é um fenômeno criado pelo desenhista, cartunista e escritor Mauricio de Sousa que parece não ter fronteiras de gerações, tamanha a empatia que construiu com o imaginário infanto-juvenil ao longo de décadas e que ainda gera uma relação de afeto recíproco entre público e autor. Nas bienais do livro pelo país, Mauricio provocava multidões em filas intermináveis para saraus e sessões de autógrafos.
Nesta entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Mauricio foi perguntado justamente sobre isso, sobre como é saber que gerações de brasileiros leem os gibis e assistem aos desenhos nos canais infantis, além de consumir produtos com a imagem dos seus personagens, que frequentemente superam os grandes ícones da fantasia internacionais.
“É uma imensa responsabilidade”, disse ele. Aos 87 anos de idade, Mauricio não para de trabalhar, diz que trabalhou ainda mais durante a pandemia e que se sente revigorado com a vida porque trabalha com jovens que trazem novidades e que cada vez mais se envolvem com a ciência.
Aliás, ciência é tema da conversa quando ele fala sobre meio ambiente, de suas lembranças de férias na casa de uma tia que morava ao lado do rio Tietê em São Paulo, com “água limpa” - ele faz questão de frisar - e que também é tema de seu último livro “Sou um rio”, recentemente lançado. Diz que vai divulgar ainda mais a ciência às crianças e que seu personagem Franjinha será o interlocutor desta narrativa.
No bate-papo, Mauricio de Sousa ainda contou sobre suas inspirações nos gibis de sua infância, o “não” quase traumático que levou quando tentou vender seus primeiros desenhos à empresa Folha da Manhã, seu trabalho como revisor do jornal, repórter policial e como seu sonho lhe fez ser um empreendedor de sucesso.
Fala também de Chico Bento, de o quanto o personagem é querido pelos chineses e até dos latidos do Bidu, durante a gravação em sua casa.
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A globalização dos brasileiros: entrevista com Alvaro Lima, pesquisador
Economista de formação, ele é autor do livro “Os brasileiros nos EUA” e de várias pesquisas sobre a realidade dos brasileiros que vivem no exterior.
A sua própria condição bem-sucedida de imigrante, de funcionário de um órgão da administração pública americana, mostra que os brasileiros têm avançado na vida política e econômica dos países para os quais decidiram migrar.
Nesta entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Alvaro faz uma análise aprofundada não só da vida brasileira no exterior, mas como discursos economicamente protecionistas e moralmente preconceituosos estão sendo expostos mundo afora de maneira nunca antes vista, justamente porque se ampliaram as pressões de organizações de direitos humanos.
A globalização dos anos 90 causou enorme mudança no perfil das populações nos países no mundo todo, sobretudo em países economicamente mais poderosos, com alto poder de atração de estrangeiros. Nos Estados Unidos, ele diz perceber que a sociedade americana tradicional tem receio dessas mudanças e de se tornar minoria dentro de seus países, sem dar o devido valor às contribuições socioeconômicas dos imigrantes.
“Aqui nos Estados Unidos, quando um americano vê um imigrante, ele vai logo dizendo com orgulho que os EUA são um país de imigrantes. Mas é preciso que tenham orgulho não apenas do imigrante do passado, mas também os do presente”, diz ele.
Na conversa, Alvaro ainda mostra o tamanho das perdas econômicas e sociais pelo recrudescimento das leis de imigração, tanto para os países quanto para as pessoas. “O país que formou um profissional perde com a migração em si. E o país que recebe não absorve o talento do imigrante porque não lhe dá um visto de trabalho na sua área de formação. É uma perda dupla para o mundo!”
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O potencial da bioeconomia brasileira: entrevista com Gesner Oliveira, economista e professor
Para o economista Gesner Oliveira, a agenda do meio ambiente, tema tão polêmico nas relações internacionais entre o Brasil e o mundo, é a favor do país.
Professor da Fundação Getúlio Vargas e Coordenador do Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais, além de sócio da consultoria GO Associados, ele diz que se hoje já colhemos uma mega safra de soja, temos todas as condições de colher igualmente uma safra de produtos ecossistêmicos de alto valor agregado, o que colocaria o país na vanguarda da economia verde global.
O Brasil é, pela extensão territorial, os recursos hídricos e ambientais e pela grandiosidade da Amazônia territorial em si, uma potência de bioeconomia que tem tudo para liderar as ações globais de contenção e redução de danos ao planeta, transformando a economia mundial de maneira única e sustentável.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Gesner Oliveira não reduz a importância do agronegócio brasileiro na equação da nova economia. Na verdade, agrega ambos os talentos nacionais. Se por um lado já somos o imprescindível celeiro de alimentos para o mundo, razão de boa parte das críticas internacionais que recebemos, dada a eficiência e a competitividade brasileiras no campo, por outro lado, precisamos liderar a bioeconomia planetária por iniciativa própria, apresentar projetos e avançar na agenda ambiental. Os recursos viriam como consequência natural de ações brasileiras de liderança.
O Brasil é um dos poucos países do mundo que pode crescer sem gerar problemas maiores de emissão, dada a matriz energética majoritariamente limpa das hidrelétricas e com o benefício de crescimento exponencial da geração de energia solar e eólica.
Durante a conversa, Gesner ainda analisa o grande avanço da infraestrutura no atual governo de Jair Bolsonaro, que teve o mérito de manter e ampliar ainda mais as bases estabelecidas no governo Temer, fala do respeito aos contratos, apesar de casos de insegurança jurídica, e do perfil do investidor de longo prazo que tem chegado ao país, com visão de futuro que se dissocia do barulho político do dia a dia ao olhar pra frente.
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Saneamento básico é lei! - Entrevista com Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil
O saneamento básico no Brasil, agora, é lei! Depois de quatro anos de discussão no governo e no Congresso, em julho de 2020, a nova lei do saneamento foi promulgada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A legislação vigente é resultado do novo marco regulatório do setor que substituiu a antiga lei de 2007 que, em pouco tempo, mostrou-se incapaz de enfrentar o problema porque privilegiava as antigas estatais que atuavam no setor sem impor metas de eficiência e prazo de realização das obras.
Agora, até 2033, 99% dos brasileiros deverão ter acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgotos. Metas e prazos estabelecidos em lei com necessidade de comprovação de capacidade técnica e financeira das empresas que vão se apresentar para oferecer o serviço.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, diz que os diferenciais da nova lei são claros e rígidos para se garantir o atingimento das metas, permitindo que apenas empresas que comprovem condições reais de oferta do serviço, com qualidade no prazo estipulado, serão aceitas na oferta das concessões no início do ano de 2022.
Desta vez, o avanço do saneamento no Brasil tende a ser efetivo não apenas pelo arcabouço legal mais exigente, realista e factível, mas porque a população evoluiu na compreensão do saneamento básico, nos benefícios socioeconômicos que trazem a oferta ampla de água potável e tratamento de esgotos e, com isso, um nível mais elevado de acompanhamento público dos serviços prestados.
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As travas do Brasil: entrevista com Jorge Maranhão, escritor
Como juntar num único debate os diversos projetos para o Brasil, a discussão sobre governo e sociedade, esquerda e direita, o real conservadorismo brasileiro, a urgência em se ter elites pensantes à serviço do país, a ainda resiliente mania nacional de nos discutirmos a partir da opinião de estrangeiros, a insensata busca de fóruns internacionais para críticas domésticas a opositores domésticos e, por fim, darmos o passo definitivo ao futuro que nos prometemos enquanto sociedade?
Para o escritor Jorge Maranhão, empreendedor social, editor do portal “A voz do cidadão” e autor do livro “Destorcer o Brasil”, toda essa discussão passa pelo que ele chama de compreender e superar nosso “Barroquismo Mental”.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, ele diz que o “barroquismo” como defeito de conduta não se reporta à riqueza da arte e do estilo arquitetônico do Barroco, movimento artístico que começou no século XVI, que domina muito da paisagem histórica de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. É a “exacerbação de tudo”, que se na arte é uma qualidade, na vida real não combina com a objetividade e a funcionalidade precisa, célere e eficiente que as atividades de órgãos públicos e mesmo do setor privado demandam.
“O Barroquismo cultural na Justiça é o ‘juridiquês’ inacessível e a lentidão de julgamentos sob a imensidão de recursos que protelam o real senso de justiça para um grupo de privilegiados”, diz ele. “Na política, é o desvirtuamento da noção de servidor público ou do político eleito de se imaginarem uma casta superior na hora de servir ao público”, complementa.
Na conversa, Jorge Maranhão ainda fala da aliança no Brasil entre liberais na economia e conservadores nos costumes – uma tese defendida por Paulo Guedes, ministro da Economia -, dos valores da monarquia, do próprio Dom Pedro II, do passado de homens públicos como Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, da capacidade preservacionista dos indígenas brasileiros em meio ao debate ambiental e do avanço na participação dos brasileiros na vida pública do país.
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O agro que veio para o debate: entrevista com Camila Telles, agroinfluencer
Que o agronegócio é fundamental para a vida brasileira, é fato.
Que o agronegócio é um dos setores que mais se desenvolveram no país, garantindo sucessivos superávits comerciais nas contas externas, é produtivo e eficiente, bem, tudo isso são fatos comprovados pelos números.
Que o agro tornou o Brasil um celeiro de alimentos em expansão com condições de garantir o sustento da crescente população mundial, é notório.
Então, qual a razão para ser um dos setores mais criticados, dentro e fora do país, com acusações de ser o vilão do meio ambiente e da insegurança alimentar?
Para Camila Telles, a jovem produtora rural gaúcha que se tornou uma celebridade da internet ao defender os produtores rurais brasileiros, são várias as explicações. A começar da histórica falta de comunicação do setor com a sociedade.
Em entrevista ao "Pensando o Brasil com Adalberto Piotto", pela TV CIEE, ela conta que se de um lado o setor se comunica mal, do outro, a mídia é mal formada sobre o tema da produção agropecuária brasileira, artistas e ativistas confundem as pessoas com visões ideológicas em vez de informação, e a polarização política nacional contamina o debate. Além, claro, de disputas comerciais internacionais com o agro brasileiro, altamente competitivo, que expõe a ineficiência de outros países no campo, sobretudo os europeus.
Na conversa, Camila Telles, que é formada em Relações Públicas, disse que ao ver tanta informação deturpada e ataques injustos decidiu fazer vídeos explicativos que contam a vida do produtor rural do país como ela é, dos seus feitos e tudo o que setor investe e faz para promover um agronegócio sustentável, combatendo o que considera "fake news" e lacrações contra a produção agropecuária brasileira. Incluindo um vídeo em que fez uma paródia de uma música de sucesso da cantora Anitta, no qual desmente a artista e que acabou viralizando na internet.
Na entrevista, Camila ainda fala de agricultura biodinâmica, a polêmica sobre defensivos agrícolas, povos indígenas produtores de soja, de Greta, de Macron e dos brasileiros.

Pensando o Brasil, com Denise Frossard, Juíza de Direito
Muito antes da operação Lava Jato de combate à corrupção, a juíza Denise Frossard condenou, nos anos 90, quatorze contraventores e chefões do Jogo do Bicho à cadeia por liderar quadrilhas criminosas. Foi um dos mais emblemáticos casos de combate ao crime organizado. Denise Frossard ainda foi deputada federal e, ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, diz que o limite da liberdade de expressão é o ódio.

“O Brasil dos brasileiros nos EUA”: entrevista com a advogada Genilde
Desde a redemocratização do Brasil, no início dos anos 80, o país colecionou sucessos e retrocessos na percepção da vida pelos brasileiros. E avanços e solavancos na intensa vida econômica de vários planos pelos quais passamos. Isso tudo gerou em parte significativa da população um sentimento interno de conflito entre ficar pra ver e fazer o Brasil dar certo e se aventurar numa vida no exterior.
Desde a primeira grande fuga de cérebros e de mão de obra da década de 80 até hoje, como são e como pensam atualmente os brasileiros que foram tentar a vida fora, sobretudo nos Estados Unidos?
A pergunta foi feita à advogada Genilde Guerra, gaúcha radicada em Miami, no estado da Flórida, especializada em imigração e no atendimento a empresas de investidores que querem se mudar para os EUA.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, ela diz que o perfil desse imigrante que escolheu a vida norte-americana mudou muito ao longo do tempo. “Hoje, é formada por muita gente que decidiu ampliar seus horizontes, sendo que muitos já não fazem mais parte daquele grupo de desesperados por uma nova chance, até porque não se desligam completamente do país de origem”, diz ela.
Sócia do escritório de advocacia Kravitz & Guerra, Genilde Guerra, que é doutora pela Escola de Direito da Universidade de Miami com títulos pelas universidades de Harvard, Oxford e pelo College de Londres, aponta que o fluxo de brasileiros hoje é de gente mais preparada, sem o deslumbre inicial, seja de investidores, estudantes ou pessoas dispostas a empregos que, se no Brasil ainda têm pouco valor, nos Estados Unidos são muito valorizados.
Na conversa de pouco mais de 30 minutos, ela ainda fala da capacidade de adaptação rápida do brasileiro; que seguir ou não regras de civilidade não tem a ver com nacionalidade; sobre a atual política americana para trabalhadores estrangeiros; e dos riscos de querer entrar ilegalmente pela fronteira com o México.

A crônica brasileira de gastronomia: entrevista com o jornalista e escritor J.A. Dias Lopes
“São Paulo é a primeira cidade do mundo a conhecer a comida
italiana como um todo”, diz o jornalista e escritor J.A. Dias Lopes,
com a experiência de hoje ser o maior pesquisador e cronista de
gastronomia do Brasil.
Gaúcho de Dom Pedrito, na fronteira com o Uruguai, Dias Lopes
chegou à capital paulista em 1968 para fazer parte da primeira
redação da revista Veja. Com 23 anos na icônica publicação, dois
prêmios Esso e uma longa temporada como correspondente na Itália,
onde cobriu as viagens do Papa João Paulo II, um dos principais
personagens do século 20, foi no retorno ao Brasil, depois de se
maravilhar com a culinária italiana, que ele começou a se dedicar a
publicações de gastronomia.
Na revista Gula, da qual foi diretor no início dos anos 90, ele viveu
um aspecto particular da abertura econômica promovida pelo governo
Collor, dada a chegada ao país de muitas importações, inclusive de
novos alimentos. Dias conta que a revista, referência em sua época,
era demandada a explicar o que eram, como se usavam e a origem
dos novos produtos importados, como “foie gras” e o macarrão do
tipo “penne”, desconhecidos da maioria e que acabaram por
incrementar e diversificar as prateleiras dos supermercados e a mesa
dos brasileiros.
Autor de colunas e blogs de gastronomia no Estadão e na Veja.com,
são vários os livros de comida publicados nos últimos anos. Embora
as publicações falem de canja, de arroz, de receitas especiais com
bacalhau, de churrasco, do gosto e da mesa de imperadores, papas e
artistas, Dias Lopes tem realçado o que ele chama de autêntica
cozinha ítalo-paulistana ou, de forma mais abrangente, porque a
pesquisa continua, da culinária ítalo-brasileira.
Declarando-se “paulistano voluntário” na sua autobiografia, ele se diz
fã – e se tornou seu mais dedicado estudioso – das transformações
que os imigrantes italianos no Brasil, em especial em São Paulo,
fizeram com receitas de DNA italiano. Dada a evidente inexistência
dos mesmos ingredientes que conheciam e usavam na terra natal, os
italianos daqui começaram a adaptar as receitas com o que encontravam
e até a criar preciosidades como o bife à parmegiana,
uma unanimidade no Brasil, inspirada num prato com berinjela,
molho e queijo, mas que nunca existiu na Itália usando carne bovina.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV
CIEE, J.A. Dias Lopes ainda fala do momento da gastronomia no país,
dos chefs brasileiros e dos novos livros que está escrevendo sobre
comida, imigração italiana e Dom Quixote de La Mancha.

Comunicação efetiva e afetiva: entrevista com a fonoaudióloga Leny Kyrillos
“Comunicação não é o que sai da minha boca, mas o que chega no meu interlocutor”.
Com a frase acima, a fonoaudióloga Leny Kyrillos conceitua e determina parâmetros e objetivos inalienáveis do processo de comunicação eficiente que ela descreve como “efetiva e afetiva”.
Nesta entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Leny Kyrillos vai muito além ao demonstrar conceitos de interação humana frequentes que interferem na forma de se comunicar de cada um. E que exigem atenção, técnica, treinamento, observação e autoconhecimento - para garantir a efetividade - e real preocupação com o outro - na seara da afetividade.
Consultora de profissionais do mundo corporativo e de jornalistas de rádio e TV, Leny Kyrillos, que é mestre e doutora em Ciências dos Distúrbios da Comunicação pela Universidade Federal de São Paulo, tornou-se uma das vozes mais ouvidas do Brasil como coach de expressão oral e corporal. E notável é perceber o quanto os desafios da comunicação profissional e pessoal cresceram, o quanto as habilidades tiveram de ser aprimoradas por uma série de técnicas e estudos, científicos e observacionais, que nos ajudam hoje na tarefa de levar uma mensagem adiante que seja compreendida, acessível e gere resultados positivos.
Na conversa, a doutora Leny Kyrillos analisa esta evolução da comunicação humana e suas transformações na forma com que líderes e comunicadores trabalham a mensagem e de como essa habilidade, que já estava em constante modificação, ganhou um novo desafio: a comunicação em tempos de pandemia com a necessidade de nos adaptarmos ao uso frequente das tecnologias de videoconferência.
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Um plano de nação para o Brasil: entrevista com o General Maynard Santa Rosa
O General de Exército Maynard Santa Rosa esteve a serviço do país, como militar da ativa, por 49 anos. Em 2019, foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.
Com poucos dias de governo, o plano apresentado pelo general, aprovado pelo presidente, defendia uma série de ações emergenciais, com resultado no longo prazo, que desatariam nós estruturais em áreas como transporte, que visava a conexão dos estados ao norte do Rio Amazonas à malha rodoviária do país; na saúde, com o controle de moléstias tropicais; na ciência e autonomia energética, com enriquecimento de urânio pela pioneira tecnologia brasileira desenvolvida pelos cientistas da Marinha; proteção cibernética do ambiente público e privado e no mapeamento geológico do território nacional, acerca de suas riquezas minerais, além de outras medidas para a construção de um plano estratégico de nação. Tudo com meta, prazo e organização.
Deixou o cargo no final daquele mesmo ano, por falta de espaço político.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, o General Santa Rosa, hoje na reserva, defende o presidente Bolsonaro nas suas relações pessoais com os ministros e assessores, a quem ele chama de alguém de “fácil trato e idealista”, mas o critica na condução administrativa, reclamando da inexistência de preparo e planejamento das ações de governo.
E vai além da conjuntura atual ao avaliar os problemas estruturais de governabilidade estabelecidos na Constituição de 1988, cuja classe política engessou o orçamento e retirou do presidente de plantão a prerrogativa de administrar os recursos em torno do plano de governo vencedor na eleição.
Sobram críticas também às omissões do Congresso Nacional e à intromissão do Supremo Tribunal Federal nas ações exclusivas dos outros poderes, o que atravanca a gestão, sobretudo do Executivo.
A entrevista ainda versa sobre a carência na sociedade brasileira de um plano de país, sobre política internacional, meio ambiente, participação de militares no governo e do leilão da tecnologia 5G, que envolve também questões diplomáticas com a China e o EUA.
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O real debate brasileiro: entrevista com Christian Lohbauer, cientista político
O cientista político Christian Lohbauer diz que o debate que se trava na política brasileira atualmente, por vezes raso, é ainda por causa da nossa carência histórica de educação democrática, de melhor conhecimento sobre a história do Brasil e pela origem hegemônica dos líderes dos governos desde a redemocratização.
Na tese apontada por Lohbauer, em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, o regime autoritário empurrou a maioria dos brasileiros para o trabalho, para outras atividades que não a participação na política. Com a redemocratização, o grupo que estava na linha de frente do debate pela democracia assumiu sozinho o Brasil em sucessivos governos, desde meados dos anos 80 até o final de 2018, mesmo que por correntes ideológicas e partidos diferentes.
Demorou muito para a maioria da sociedade de fato, o que inclui associações empresariais, profissionais liberais, os cidadãos como um todo, a se envolver com a vida pública. Agora, como participantes ativos do processo político, começaram a cobrar uma nova agenda de desenvolvimento socioeconômico real, amplo e irrestrito.
É exatamente esta transformação que enfrenta a velha política brasileira no atual debate. Insatisfeita com o pouco avanço dos últimos 35 anos, cobra dos líderes da redemocratização algo maior: competência administrativa efetiva, reformas estruturais que gerem uma eficiência administrativa e uma modernização da máquina do governo. A atual demanda é por um Brasil que funcione, por reais avanços na vida dos brasileiros, sem deixar de reconhecer as notáveis conquistas da democracia e da estabilidade da moeda.
Christian Lohbauer foi candidato a vice-presidente pelo partido Novo, na última eleição presidencial, desfiliou-se do partido que ajudou a fundar recentemente e, desde 2019, é presidente executivo da CropLife, uma associação que reúne empresas de biotecnologia para o agronegócio.
Na segunda parte desta entrevista, ele expõe com dados técnicos de pesquisa, a eficiência do Brasil na agropecuária, além dos avanços tecnológicos que, mesmo com as críticas externas e internas, colocam o país na liderança da geração de alimentos com alta produtividade e proteção ambiental.

Língua portuguesa: culta, bela e vivíssima - entrevista com Pasquale Cipro Neto, professor
A língua que falamos é viva, é um fenômeno natural que pode absorver as transformações culturais do momento e o sotaque é uma de suas riquezas mais expressivas.
Há décadas, o professor Pasquale Cipro Neto, autor dos conceitos acima, tem feito a defesa do ensino da língua portuguesa com respeito à norma padrão, mas também a explicar e a incluir as novidades que surgem com o tempo. É dele, inclusive, a comparação entre a língua portuguesa e o guarda-roupa, em que dependendo do momento e da ocasião, você escolhe o traje e o estilo mais adequados para vestir e se comunicar, sem traumas, atendendo aos contextos do dia a dia.
Pasquale apareceu ao grande público ainda no início dos anos 90, quando convidado pela Rádio Cultura de São Paulo, da Fundação Padre Anchieta, para fazer um programa que falasse de língua portuguesa de maneira natural, com dicas do bom e sensato uso da norma culta, sem que necessariamente se parecesse com uma aula. O “Nossa Língua Portuguesa” se revelou um fenômeno de repercussão, ainda mais porque, não raro, baseava-se em letras de grandes compositores da MPB, o que reforçava o conceito do saber o português como identidade nacional brasileira, acessível e disponível.
O sucesso foi tanto que o programa foi levado à TV Cultura, logo no ano seguinte. Por anos, o jornal Folha de S.Paulo também abraçou a ideia e publicou semanalmente a coluna “Inculta e Bela”, do professor Pasquale, com dicas de português entre o certo e o errado e citações de grandes autores. Modelo semelhante ao que usa na sua atual coluna na Rádio CBN.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Pasquale Cipro Neto, que ensinando português na televisão, no rádio e no jornal se tornou uma celebridade, conta detalhes de um dos casos mais famosos da publicidade brasileira em que esteve diretamente envolvido. Contratado pela agência que fazia as campanhas da rede de restaurantes McDonald’s no Brasil, corrigiu a letra da música que dava a receita do sanduíche mais conhecido da marca. O “jingle” original do McDonald’s não traduzia por completo a expressão “dois hamburgers”. Anglicismo já aportuguesado, Pasquale, em ritmo de aula de comercial de televisão, ensinava na peça publicitária: “Dois hambúrgueres”, com forte entonação professoral no plural e na grafia devidamente corrigidos. Foi histórico!
A conversa ainda versa sobre licenças poéticas, pronomes oblíquos - a mesóclise, em especial, que foi completamente retirada do texto da Constituição de 1988 – a linguagem neutra e a necessidade de o debate público, brasileiro ou de além-mar, sobre o uso do idioma ou do que quer que seja, ser feito com calma e respeito.

É preciso ler antes de opinar: entrevista com Heródoto Barbeiro, jornalista e historiador
Na era da informação instantânea, da conexão automática, do acesso aberto e imediato às redes sociais, que se transformaram em murais digitais internacionais de compartilhamento de informação por qualquer um em qualquer momento, onde está a verdade?
E a responsabilidade?
E a liberdade de expressão?
E, por outro lado, como proteger a sociedade de tentativas de controle ideológico que, em nome de combate às “fake news”, afrontam as liberdades constitucionais ao venderem como verdade absoluta narrativas de interesse?
O início do século 21 começou com o que se pode chamar de a mais ampla democratização dos acessos a meios de comunicação, antes um privilégio de grandes grupos políticos e econômicos, justamente pelo aparecimento de redes sociais globais sem fronteiras.
Nesta conversa com o jornalista, historiador e professor Heródoto Barbeiro, no “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, tudo isso entra em um debate que não retira nem tampouco absolve a mídia tradicional de responder a todas as mesmas perguntas feitas nos primeiros parágrafos.
A discussão nos leva a conclusões que apontam às pessoas, as educadas e também as com pouco acesso à escola, e às organizações de mídia, tradicionais ou do mundo digital, que, ou ignoram o que aprenderam ou revelam um baixo nível de conhecimento sobre fatos históricos, ao rotularem e compararem fatos e pessoas contemporâneos com passagens e personagens do passado, sem o mínimo respeito pela história.
Estamos da era da opinião a qualquer custo, do protagonismo de falar, do “lacrar” com algo forte, mesmo que isso implique em banalizar acusações de fascismo, nazismo ou genocídio motivadas por simples discordâncias ideológicas no pensamento econômico ou político e social.
Na entrevista, duas dicas: as pessoas precisam ler, estudar sobre as coisas, antes de opinar. E, de preferência, “ler o texto até o fim”, diz Heródoto Barbeiro.
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Os desafios do crescimento econômico: entrevista com Eduardo Velho e Fabio Giambiagi, economistas
O descompasso institucional da relação dos três poderes da República no Brasil é o sinal mais forte e mais desafiador para a recuperação econômica do país no pós-pandemia.
A afirmação é dos economistas Fabio Giambiagi, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – FGV/Ibre – e Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos.
Ambos viveram a experiência administrativa em órgãos de governo e bancos de fomento e acumulam várias histórias de crises econômicas passadas e de solavancos em tentativas de retomada da economia e da vida do país.
Em que pese o fator pandemia e sua imensa crise sanitária, jamais vista em proporção e amplitude, que paralisou a economia global, e o turbulento histórico econômico brasileiro em si, o descompasso nas relações entre os três poderes, que eles chegam a chamar de crise institucional, é o nó a ser desatado, visto que tem gerado, além do barulho político, o aumento das incertezas e da tensão no mercado. E que tem travado justamente a concertação política para a aprovação de projetos de lei, reformas estruturais e derrubado, por decurso de prazo, medidas provisórias que, quando lançadas têm valor de lei, aumentando a insegurança jurídica.
O debate ainda avalia a conjuntura da economia nacional sob pressões inflacionárias, fiscais, de juros, do câmbio, assim como resultados positivos como a Balança Comercial e índices de expectativa que se mantêm positivos, além das influências internacionais sobre o mercado brasileiro.
O deputado Ulysses Guimarães costumava dizer que, para tudo, existe “Sua Excelência, o fato”, não se podendo ignorá-lo. O ex-ministro Delfim Netto, que o empresário tem “instinto animal para investir”, bastando uma mera oportunidade. Um ditado popular, que costuma decidir eleições para além dos prognósticos e pesquisas, diz “É a economia, estúpido”. Por fim, no Brasil, temos há muito tempo o que podemos chamar de demanda reprimida por dar certo, tamanho o desejo e a necessidade de avançarmos como nação. O que prevalecerá neste momento em particular?
Este debate sobre os desafios para o crescimento da economia brasileira versa sobre tudo isso, com números e conceitos. E sob o debate eleitoral da eleição presidencial de 2022 que não esperou nem a pandemia terminar para estar na rua.

As demandas sociais do pós-pandemia: com Fernando da Costa, Secretário de Justiça e Cidadania/SP
Como as demandas sociais se transformaram no período da pandemia e como serão a partir de agora?
A pergunta foi feita a Fernando José da Costa, Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
A transformação dos serviços públicos com maior digitalização para atender o público à distância, devido às medidas de restrição de contato social, foi apenas o começo de uma nova forma de o Estado e a população se relacionarem. Embora o desejo da volta do serviço presencial exista e já comece a ser retomado, muita coisa ganhou a ferramenta digital por demanda do cidadão e da própria repartição, como uma nova era de acessibilidade aos serviços, e que veio pra ficar.
Mas acesso é apenas parte do serviço. E neste aspecto a pandemia parece ter incrementado o número dessas demandas sociais que permeiam o extenso campo da justiça e da cidadania e a necessidade de uso da tecnologia como fiador de garantias sociais.
Na conversa, o secretário Fernando José da Costa fala da doação que o Estado fará de tornozeleiras eletrônicas ao Poder Judiciário com o fim específico de controlar a determinação judicial de distanciamento de um marido infrator da mulher vítima de violência doméstica. Pelo sistema, tanto ela como a polícia são avisadas por um sistema de comunicação se o perímetro de distanciamento mínimo for violado pelo infrator.
A entrevista ainda versa sobre medidas para atender a população de rua, que aumentou e teve seu perfil modificado pela pandemia, com famílias inteiras ocupando espaços públicos como moradia. E também o combate a regiões como a Cracolândia, onde com muita frequência há divergências com o Ministério Público sobre como resolver o problema, dificultando as ações que recuperem o viciado, como a internação compulsória de doentes, e a região deteriorada, comprometendo igualmente a segurança pública de combate ao tráfico e o direito de ir e vir de todos os cidadãos.

A retomada da Cultura: com Sérgio Sá Leitão, Secretário de Cultura e Economia Criativa de SP
Na conversa em que fala das certezas e do que ainda requer tempo para entender a retomada da vida brasileira pós-pandemia, Sérgio Sá Leitão, Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, vai muito além em discutir a percepção social e as consequências das atividades culturais no cotidiano, além dos essenciais aspectos econômicos diante da paralisação de teatros, casas de espetáculos e muito da produção artística.
Ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, o secretário estadual de Cultura, ex-ministro da área no governo de Michel Temer, diz que ainda é preciso explicar e exemplificar o quanto a Cultura faz parte da vida das pessoas. Refere-se ele às críticas que, com muita frequência, reclamam dos gastos com projetos culturais em suposto detrimento de outras áreas como educação, saúde e segurança pública.
Sérgio Sá Leitão reitera seu posicionamento de não estatista no financiamento da cultura, mas mesmo defendendo um incremento do investimento privado e a construção da lógica de indústria cultural autossuficiente, diz que é necessário o uso de recursos públicos de forma estratégica como incentivo. E em especial neste momento como políticas anticíclicas de maneira a reduzir os danos da crise que se abateu sobre o setor, notadamente um dos que mais vivem de público presencial.
Na entrevista, o secretário estadual de cultura de São Paulo ainda fala do modelo híbrido que veio pra ficar na distribuição de espetáculos e eventos de economia criativa, de desemprego de jovens e formação cultural para o enfrentamento de violência e melhora em educação e saúde e também sobre censura à liberdade de expressão: “Devemos estar atentos aos eventuais abusos, mas temos que tomar muito cuidado. Porque os efeitos da restrição da liberdade de expressão tendem a ser muito piores à sociedade do que os eventuais abusos”.

O novo e inovador trabalho: entrevista com Hélio Zylberstajn, Professor Sênior FEA-USP
Com a revolução do mercado de trabalho, as transformações que fazem desaparecer ocupações na mesma intensidade com que se criam novas, estamos preparando os trabalhadores, jovens ou não, para este novo cenário do trabalho?
A pergunta acima permeia praticamente a conversa inteira com o professor Hélio Zylberstajn no “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Acadêmico sênior da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e consultor do Banco Mundial, da OIT e do BID, Zylberstajn vai ao ponto sobre a necessidade de a escola dedicar-se intensamente a ensinar o aluno a pensar, desenvolver soft skills – o conjunto de habilidades emocionais, de criatividade, troca de conhecimento e trabalho em conjunto - e tornar-se menos acadêmica. A tese que defende insere de vez a lógica e necessidade do mercado na formação educacional e profissional de trabalhadores.
Para o professor da FEA-USP, a indústria, por exemplo, já enfrenta e detém tecnologia de ponta específica para seu negócio e pode treinar seu funcionário para este fim, nos moldes das especificidades mais atuais e de cada negócio. O trabalhador precisa levar consigo uma boa formação educacional e técnica e a capacidade de sempre estar apto a aprender, inovar, criar e conviver no grupo com visão de resultado.
Toda esta lógica não reduz o tamanho e a importância da escola, mas a moderniza, além de ampliar as possibilidades de parcerias do capital privado com os departamentos de pesquisa das universidades.
Na entrevista, Hélio Zylberstajn ainda fala sobre a mudança conceitual e legal do emprego, da necessidade de aprimorarmos a análise econômica e social dos níveis de desemprego e da necessidade de o Brasil focar intensamente em obras de infraestrutura por pelo menos dois motivos essenciais à realidade do país.
Primeiramente, para desatar os nós de transporte, energia e comunicação, aumentando a produtividade e a eficiência brasileiras, absorvendo por 15 ou 20 anos a massa de trabalhadores ainda não preparada para o novo mercado.
Enquanto faz isso, ganha tempo para fazer sua própria revolução interna na educação e na formação de profissionais para o novo trabalho do século 21.

MP 1045: contra os retrocessos na geração de empregos para jovens - com Humberto Casagrande, CEO do CIEE
A proposta de alteração na Medida Provisória 1045 pelo relator, o deputado Christino Áureo (PP-RJ), pegou de surpresa as entidades e instituições que trabalham com qualificação, treinamento e geração do primeiro emprego para jovens, justamente porque desconsidera a estrutura atual e coloca em risco a geração de vagas qualificadas que atendam a demanda de empresas e sociedade.
No texto original da MP, conhecida como “MP do Bem”, havia consenso entre o Governo Federal, Congresso e entidades sobre a preservação e geração de emprego e renda nas medidas tomadas ainda no ano de 2020 para o enfrentamento social da pandemia. No entanto, a alteração do relator, que incluiu uma proposta do próprio governo para a criação de novos empregos sem atender a requisitos mínimos de qualificação da mão de obra, travou a votação da medida, apresentada em abril deste ano.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, o CEO do CIEE, Humberto Casagrande, disse que a proposta do relator, além de não ter sido discutida abertamente, tem uma série de problemas e retrocessos, como a canibalização nas vagas oferecidas pelo mercado – visto que a cada vaga criada pelo novo programa desobriga a empresa em contratar um aprendiz -, cria insegurança jurídica para as empresas, porque a forma de contratação está abaixo das regras mínimas da lei do estágio, do aprendiz ou da CLT e, sobretudo, se distancia da combinação transformadora de escola/emprego na formação dos jovens trabalhadores.
A MP recebeu forte campanha contra das entidades que, há décadas, trabalham com a formação, qualificação e encaminhamento dos jovens ao mercado de trabalho e que já haviam proposto, como também fez o CIEE no ano passado, medidas para preservar e gerar novas vagas de trabalho para jovens com subsídios do governo e contrapartida das empresas.
Um manifesto público foi divulgado pelas entidades pedindo aos parlamentares que rejeitem a criação dos programas REQUIP e PRIORE, apresentados no relatório do deputado relator da matéria Christino Áureo – capítulos III e IV da Medida Provisória 1045/2021, solicitando uma audiência pública para a criação de um novo projeto.
Assinam o manifesto o CIEE Nacional, a Academia Paulista de Educação, o ESPRO, a FEBRAEDA, a Fundação Abrinq, GERAR, ISBET, Instituto Saber de Aprendizagem, a Rede Cidadã e a Societá Formação Profissional.

Prioridades nacionais: entrevista com Janaina Paschoal, deputada estadual
Com pouco mais de dois anos e meio de mandato como deputada estadual de São Paulo pelo PSL, a jurista Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Roussef, vai muito além da sua experiência na Assembleia Legislativa ou de seu passado recente de ativista do debate público na entrevista que concede ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Defensora intensa de candidaturas avulsas nas eleições para cargos públicos no país, ela enfrenta o lobby dos partidos que hoje têm o poder exclusivo de decidir a indicação de seus candidatos. Para Janaina, a hegemonia da direção partidária impede uma maior diversidade de candidatos e de “aumentar – e qualificar democraticamente – a concorrência”. Na entrevista, ela reclama do atual projeto de reforma política em debate – “que não vai avançar em nada” - e diz que o eleitor é tolhido em suas escolhas no dia da eleição, citando o Senado, por exemplo, em que o nome do candidato é usado como moeda de troca na composição de alianças políticas.
Crítica da ideologização de esquerda que domina as universidades, movimentos sociais e parte imensa da imprensa do país, ela também aponta o dedo para a parte mais estridente da direita que, em vez de disputar o espaço político, resume-se em boicotar ou fazer campanha contra a academia ou as redações.
Defendendo um debate amplo e com foco na eficiência, ela diz que as políticas para jovens são insuficientes ou voltadas para a defesa de bandeiras políticas, ideológicas e de comportamento social, em detrimento justamente do que os jovens mais precisam, como educação de qualidade, formação profissional para o mercado e oportunidade de trabalho.
Na conversa, a deputada Janaina Paschoal ainda critica os revisionismos históricos, fala do esquerdismo autoritário, da necessidade de uma direita mais qualificada e aberta ao debate, de redes sociais, da discussão ‘startups versus formação técnica’, e do barulho institucional, como o STF e suas decisões “insustentáveis”, com interferência direta nas eleições do ano que vem.
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Supremo x Constituição: entrevista com Modesto Carvalhosa, jurista
A insegurança no Brasil é maior e mais ampla do que se imagina, diz o jurista Modesto Carvalhosa em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
O Supremo Tribunal Federal tem gerado no país insegurança institucional, social, política e jurídica, dadas a reinterpretações do texto constitucional pelos ministros da corte. Ele diz que o caso se explica por uma série de razões, entre as quais, a própria Constituição de 1988 que ampliou a atuação da corte constitucional, mas também por causa de um ativismo político e ideológico crescente de seus membros. Adicione-se a isso também o desvirtuamento do modelo de indicação presidencial, com posterior validação no Senado, de indicados para o STF. Carvalhosa aponta que estes ministros têm se distanciado da condição de magistrados e agido como representantes dos partidos e dos presidentes que os indicaram.
“Os ministros do Supremo não só governam o país sob estas diretrizes partidárias, mas decidem eleições”, diz ele ao se referir ao caso do ministro Luís Fachin que anulou todos os julgamentos e condenações, em três instâncias, do ex-presidente Lula, por não reconhecer mais a Justiça Federal de Curitiba como sede natural do caso, zerando o processo e restabelecendo os direitos políticos de Lula para a próxima eleição presidencial.
Na entrevista, Modesto Carvalhosa ainda fala do modelo e do custo do Estado brasileiro, de funcionalismo público, de impunidade sob a tutela do STF, do absurdo do Fundão Eleitoral e faz uma defesa do voto auditável impresso, apesar da partidarização recente do tema.
Modesto Carvalhosa, que também foi professor da Faculdade de Direito da USP, lançou recentemente o livro “Uma nova constituição para o Brasil”, pela LVM Editora, em que propõe um novo texto constitucional - como, por exemplo, corrigir os excessos de atuação do STF - para fazer a transição de um “país de privilégios para uma nação de oportunidades”.
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Trabalho, empresas e saúde mental: entrevista com Carlos Aldan, sociólogo
A pandemia de coronavírus começa a ser controlada com vacinação em massa, novos medicamentos começam a surgir para atender pacientes internados com mais chance de sucesso, mas os efeitos econômicos e sociais da maior crise sanitária, que se transformou em crise socioeconômica, ainda ameaçam a humanidade.
O custo da paralisação da economia, sob o temor de um vírus ainda não completamente compreendido, em proporção nunca antes vista, e uma mudança no ambiente de trabalho e social, em proporção jamais experimentada, trouxeram ao ambiente corporativo muita inovação com capacidade de adaptação humana exponencial, mas a um custo humano que começa a ser percebido e que requer intervenção urgente.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, o entrevistado da semana é o sociólogo e antropólogo Carlos Aldan, CEO do grupo Kronberg, uma consultoria de gestão organizacional que utiliza conceitos de neurociência e inteligência emocional para auxiliar executivos e organizações a enfrentar os novos tempos na gestão de seus recursos humanos e na relação com o público.
Em um recente estudo do grupo, feito durante a pandemia, com quase 15 mil líderes e executivos de empresas, o sentimento que mais foi citado pelos entrevistados foi o de ansiedade, seguido por medo, incerteza, angústia, tristeza e saudade que, segundo Aldan, “são sentimentos que ativam os circuitos neurais de sobrevivência nas pessoas”. É aí que a complexidade do problema aparece. Sob este estado de sobrevivência, diz ele, é muito difícil às pessoas enxergarem um futuro de oportunidades, um cenário de ganha-ganha. Isso torna ainda mais determinante o cuidado e o investimento por parte das empresas na saúde mental de seus funcionários.
Carlos Aldan rejeita o conceito de “Novo Normal”, ao citar que, mesmo antes da pandemia, alguns números do ambiente das empresas já eram extremamente preocupantes: 70% de burnout e 80% de desengajamento entre os colaboradores, no pré-crise do Novo Coronavírus, já reduziam a produtividade dada a desconexão entre qualidade de vida e ambiente de trabalho.
Na entrevista, Aldan reforça os conceitos de inteligência emocional, a nova forma de implementar a valorização dos funcionários, a mudança no conceito de RH e da gestão da empresa sobre os Recursos Humanos, além da lógica mandatória de que as relações humanas nas empresas ou fora delas requerem um novo e inovador envolvimento de todos para se recuperar a economia de forma humanizada, justamente para ser sustentável e longeva.
A pandemia escancarou problemas já existentes e provocou a necessidade de mudanças no ambiente das empresas e da sociedade. E com o benefício ou agravante, a depender do ponto de vista, de que tudo ficou muito às claras.

O Brasil pertence a quem?: entrevista com Salim Mattar, empresário
Salim Mattar, ex-Secretário de Desestatização e Desinvestimento do governo Bolsonaro, diz que é preciso “reestatizar” o Estado, “privatizado” que foi, segundo ele, pelo establishment dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que retirou os cidadãos do centro das decisões públicas.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, ele vai além ao dizer que a estrutura de poder existente gerou uma inversão de valores na relação entre sociedade e governo, em que o Estado se serve do povo em vez de atendê-lo com serviços de qualidade, de forma rápida e eficiente. Na conjuntura atual, ele insiste, os cidadãos foram feitos reféns de uma estrutura gigante, burocrática e cara que estariam indo contra as liberdades individuais, seja para empreender ou se expressar criticamente.
Na entrevista de quase 40 minutos, ele cita a relação entre “os pagadores de impostos” e os “consumidores de impostos” para denunciar a ineficiência do setor público, apesar do alto custo pago por trabalhadores e empresas. E critica os inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal contra a liberdade de expressão, com anuência do Congresso e de outros setores da sociedade.
Salim Mattar é um empresário de sucesso e um dos fundadores da Localiza, do setor de locação de veículos, que começou nos anos 70 com uma frota de seis Fuscas usados e hoje é avaliada em dezenas de bilhões de reais. Afastou-se do conselho da empresa em 2018 quando, no ano seguinte, assumiu como secretário na equipe do ministro Paulo Guedes com o objetivo de privatizar empresas e diminuir o tamanho do Estado.
Deixou o governo em agosto de 2020 reclamando da lentidão do setor público, numa crítica dura aos grupos de interesse que paralisam as ações governamentais de modernização, com foco no que ele classificou de “castas superiores” de brasileiros que se servem do público. A crítica ao establishment e ao funcionalismo tem uma ressalva: “apesar de serem uma minoria, há servidores exemplares com enorme preocupação de facilitar investimentos, desburocratizar o Estado e zelar pelos gastos públicos”.
A conversa ainda fala da Constituição de 1988, do artigo 5º, do trabalho da imprensa atual e de disrupção.
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Supremo absurdo: entrevista com Walter Maierovitch, jurista
“O Supremo não se renova”, diz o jurista Walter Fanganiello Maierovitch na dedicada análise que faz sobre a justiça brasileira, em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
A ausência de mandato por tempo determinado aos ministros do Supremo Tribunal Federal e a forma como se conduz o escolhido até a corte máxima da justiça do país, por indicação do presidente da república e sabatina do Senado, são criticadas pelo ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e presidente do Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais.
Fanganiello Maierovitch diz que a longa permanência de ministros na corte tem gerado vícios de conduta, o que leva o STF a ter comportamento de tribunal político e partidarizado. Daí, não raro, vê-se ministros tomando decisões argumentadas em contorcionismos jurídicos para adequarem determinado entendimento particular de um caso à lei. E normalmente em decisões monocráticas, outro absurdo apontado por ele que afronta a lógica do colegiado que justifica a corte máxima. O resultado disso tudo é o aumento da insegurança jurídica no país.
Na entrevista de pouco mais de 40 minutos, o jurista Walter Fanganiello Maierovitch menciona o tamanho da influência que o Supremo tem hoje no país, justamente por se afastar da sua característica de um tribunal técnico, como já estava previsto na Constituição de 1988. Juntando casos de revisionismo judicial, longos pedidos de vista e anulações de julgamentos consolidados em três instâncias, ele chega ao caso que terminou com a volta da elegibilidade do ex-presidente Lula, antes impedido de disputar eleições pela Lei da Ficha Limpa que proíbe condenados em Segunda Instância de concorrer a cargos públicos.
A decisão monocrática do ministro Luiz Fachin de anular o caso do Triplex, por não mais reconhecer, de forma extemporânea, a Justiça Federal de Curitiba como sede para o caso, gerou o retorno à corte da análise do pedido de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, antes engavetada por pedido de vista de Gilmar Mendes, e uma série de novos entendimentos e extensões de aplicação da lei, quase sempre contra os avanços da Lava Jato, a maior operação anticorrupção da história do Brasil.
Qual regramento jurídico temos e qual é exatamente a intepretação da Constituição pelo Supremo são apenas perguntas iniciais desta entrevista que propõe ao espectador o debate necessário sobre o momento único da justiça brasileira a partir de sua corte máxima.

Startups, inovação e imagem empresarial: entrevista com Eduardo Felipe Matias, advogado
A nova lei das startups brasileira promete ampliar e melhorar o ecossistema das novas empresas, o que pode ajudar a fomentar a inovação, o empreendedorismo e a atração de capital para o país.
Depois de muita discussão no Congresso, a lei foi sancionada pelo presidente da República e publicada no diário oficial no começo de junho.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto, pela TV CIEE”, o advogado Eduardo Felipe Matias, coautor do estudo “Sharing Good Practices on Innovation” (compartilhando boas práticas para a inovação), que serviu de referência para a formulação do projeto original da lei, conta que houve avanços importantes na legislação. Mas faz ressalvas pelo fato de mesmo uma nova lei não ter conseguido superar alguns nós nas áreas tributária e trabalhista, fruto ainda de visões antiquadas dos legisladores no Congresso sobre o fazer negócios no país, que não conversam com o ambiente moderno e disruptivo das startups.
Especialista em Direito Internacional e Governança Global, Matias ainda faz menção ao novo momento das empresas no mundo, nos critérios que premiam ou punem uma empresa nos dias de hoje. A questão ambiental e o relacionamento com a sociedade são temas que as startups já trazem embutidas porque apareceram justamente no momento de demanda por soluções inovadoras justamente para contemplar essa nova realidade global.
A entrevista ainda abre espaço para a discussão da nova lógica das políticas públicas que interferem diretamente na imagem de um país e de suas empresas, gerando avanço na atração de capital estrangeiro ou provocando boicotes aos produtos de exportação, o que gera consequências diretas no crescimento econômico e no bem-estar social da população.

A medicina brasileira não para: entrevista com Silvano Raia, médico
Se a década dos anos 80, do século passado, é questionada em termos econômicos, como a década perdida, não se pode dizer o mesmo sobre a medicina brasileira, que alcançou feitos notáveis, com investimento em pesquisa e com seu serviço público de saúde, o qual, anos mais tarde, se tornaria o SUS.
Em 1985, por exemplo, o cirurgião e professor da Faculdade de Medicina da USP, Silvano Raia, fez o primeiro transplante de fígado no Hospital das Clínicas de São Paulo, sendo pioneiro da técnica no Brasil e na América Latina, colocando o país no seleto grupo de países com estrutura e conhecimento para realizar transplantes hepáticos.
Mas a competência da medicina brasileira não pararia por aí. Três anos depois, em 1988, o mesmo doutor Silvano Raia liderou a equipe que fez o primeiro transplante de fígado intervivos, também no HC de São Paulo, com parte do fígado de um adulto transplantado em uma criança, conseguindo dois avanços notáveis: resolver o problema da ausência de doadores infantis e superar a complexidade de se preservar a vida de doador e receptor no inovador procedimento que foi o primeiro na literatura médica mundial.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, ele diz que o procedimento, que posteriormente evoluiu para transplantes entre adultos, permitiu que, até o ano passado, já tivessem sido feitos mais de 60 mil transplantes de fígado intervivos ao redor do planeta. “São 60 mil vidas salvas que, de outra forma, não seriam transplantadas”, diz o doutor Silvano, referindo-se a técnica que permitiu atender pacientes com necessidade de transplante de fígado em países de religiões que proíbem o uso de órgãos de pessoas falecidas.
Enfaticamente um defensor do SUS, Silvano Raia treinou mais de mil profissionais da medicina no país, que ampliaram a capacidade brasileira de transplantes de fígado para 22 estados. Aposentado da Faculdade de Medicina da USP, no ano de 2000, não parou de trabalhar.
Atualmente, aos 90 anos, ele coordena, ao lado da Profa. Mayana Zatz, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da USP para desenvolvimento de um projeto que visa a “Sistematização do método de xenotransplante suíno de rim no Brasil”. Dela fazem parte também os professores Jorge Kalil (imunologia), Elias David Neto (nefrologia) e Maria Rita (imunologia).
O xenotransplante é a esperança da medicina para zerar as listas de espera do transplante de órgãos em humanos provenientes de suínos, criados exclusivamente para essa finalidade.
A ciência não para. Nem o doutor Silvano Raia.

Ler é ouvir: entrevista com Pedro Herz, livreiro
O livreiro Pedro Herz é o convidado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto, pela TV CIEE”, numa entrevista em que a discussão sobre a cultura brasileira, muito além das artes, é a tônica de um bate papo sobre a forma como estamos nos relacionando e discutindo nosso tempo.
“Ler é ouvir”, aponta ele, numa clara referência ao tempo entre receber uma informação e opinar, pressionados pelo imediatismo das redes sociais, da ansiedade planetária por expor uma posição sobre qualquer assunto mesmo sem entender sobre ele. Mais a fundo, Pedro diz que se perdeu o leitor, aquele que pode ler num pedaço de papel, numa tela digital ou, literalmente, ouvir alguém, mas que dedica tempo para isso. Falar ficou mais importante porque “digitar é falar”, e estamos digitando mais do que lendo, ouvindo.
O conceito aborda de forma mais ampla a crise no setor de livrarias, que ele chama de “editorial” porque engloba, além dos livros, jornais e revistas, carentes de leitores dispostos a consumir conteúdo qualificado antes de julgar o outro ou o fato.
Na entrevista, há espaço ainda para a música popular brasileira, a lembrança de letras que oscilavam entre motivações políticas, sociais, poesia e prosas amorosas, mas que expunham um contexto, faziam uma denúncia ou contavam uma história romantizada com todos os recursos bem utilizados da língua portuguesa.
“Música popular para mim é aquela que me faz sair assobiando, cantarolando, porque me tomou de tal maneira que vou em frente”, conclui ele ao reclamar da produção atual, das letras sem sentido, da falta de compromisso e a perda de referências.

O esporte muito além das medalhas: entrevista com Magic Paula, campeã mundial de basquete
Às vésperas da Olímpiada de Tóquio, adiada de 2020 para este ano por causa da pandemia, e que ainda sofre pressões para um novo adiamento, Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, é a convidada do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Campeã mundial de basquete feminino com a seleção na Austrália, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, e ouro no Panamericano de Havana, ela se tornou integrante do Hall da Fama do Basquete Feminino em Knoxville, nos EUA, e da Federação Internacional de Basquete, em Genebra, na Suíça. Multicampeã em seus 28 anos de dedicação ao esporte, logo depois de deixar as quadras, criou o Instituto Passe de Mágica para crianças e adolescentes e se dedicou à gestão do esporte. Hoje, é vice-presidente e diretora da Confederação Brasileira de Basquete, onde acompanha a preparação do time feminino para os Jogos do Japão.
E como dirigente, sob a pandemia, ela confessa experimentar uma situação de desafio que nunca imaginou como atleta: de planejar, decidir e conviver com a ameaça da doença e a pressão sobre as jogadoras em plena época de preparação e treinos.
E tudo diante do dilema que expõe o Japão e o mundo entre realizar os jogos, atendendo compromissos e a expectativa da realização de um evento do porte de uma Olimpíada, e a proteção máxima dos atletas diante de um vírus ainda desconhecido completamente.
Na entrevista de pouco mais de meia hora, Paula, uma das mais conscientes e politizadas atletas de sua geração, fala da importância do esporte como ferramenta de educação para a vida, para a formação de cidadãos, cobra do governo essa forma de atuação e o exime de ser o financiador do esporte profissional de alto rendimento.
Magic Paula fala com conhecimento do tema. Ela se desenvolveu como atleta ainda criança e adolescente e fez parte da melhor experiência de esporte universitário com apoio privado, o do banco BCN com a Universidade Metodista de Piracicaba. O resultado da parceria formou, à época, um dos melhores times de basquete feminino da história e que serviu também como base da seleção que viria a ganhar títulos inéditos. Ela própria, inclusive, foi aluna da UNIMEP.
Paula conta que a experiência é modelo sob vários pontos de vista que vão além das conquistas do time e a visibilidade positiva que gerava à universidade e ao patrocinador. A equipe tinha o apoio e envolvimento de professores e alunos dos cursos de fisioterapia, nutrição e psicologia, que trabalhavam no preparo e no condicionamento das atletas, enquanto desenvolviam estágios profissionais, num constante processo de qualificação recíproca.
“Muitos desses profissionais que trabalharam com a gente, entre o final dos anos 80 e começo dos 90, ocupam, atualmente, posição de liderança em suas áreas no mercado profissional”, diz ela.
Por fim, um depoimento grandioso sobre a rivalidade nas quadras com Hortência, que “lotava ginásios”, promovia o basquete feminino e que resultou na parceria vitoriosa na seleção.
Magic Paula está no Pensando o Brasil.

Combate à corrupção em risco: com Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção
O presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, diz que o combate à corrupção no Brasil passa por um momento crítico com sinais ruins vindos do revisionismo judicial do Supremo Tribunal Federal e de decisões do Congresso Nacional.
Procurador de Justiça Criminal, Livianu aponta dois exemplos: a mudança no entendimento do STF que revogou a possibilidade de prisão em Segunda Instância e a recente decisão do Legislativo sobre as escutas ambientais, que desconsidera gravações de áudio e vídeo, mesmo que confirmem o crime, como prova contra o acusado.
“Quadruplo grau de jurisdição para se permitir a prisão de um condenado é pacto diabólico com a impunidade”, diz ele sobre a decisão que permite ao réu, já julgado e condenado, recorrer até ao STF e todos os seus caminhos de protelação antes de ser preso. “No mundo de democracias desenvolvidas, prende-se a partir da primeira condenação por um juiz. No máximo, depois de um colegiado em segunda instância”. E acrescenta: “as gravações que revelavam criminosos em ação sempre valeram aqui e no mundo. No Brasil, deixou de serem aceitas por decisão do Parlamento”.
Roberto Livianu ainda faz menção à necessidade de se rever o processo de escolha e de tempo de permanência de um ministro no STF, defendendo mandato fixo e menor poder ao Presidente da República para indicar um nome, como forma de reduzir a sensação de poder ilimitado de um juiz e a concentração de poder na indicação.
A operação Lava Jato, paradigma que mudou o patamar do Brasil no cenário internacional de combate à corrupção, é tema recorrente na entrevista, visto que a operação tem sido atacada por ações do Executivo e pelo Congresso, com ênfase nas últimas decisões do Supremo. Com base em vazamento de conversas não homologadas pela perícia, a corte máxima da justiça brasileira votou pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. Além disso, a anulação da condenação do ex-presidente Lula, permitindo sua elegibilidade, sob o argumento questionável de foro inadequado na Justiça Federal de Curitiba, mesmo depois de anos da operação, julgamento e confirmações da sentença condenatória em três instâncias.

Ciência é investimento: entrevista com Mayana Zatz, geneticista
O mais enigmático vírus que ainda assola a humanidade é objeto de um estudo muito aprofundado no Centro do Genoma Humano da Universidade de São Paulo, liderado pela geneticista Mayana Zatz, que concedeu entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
A cientista brasileira, notabilizada pelas pesquisas com células-tronco embrionárias, comanda uma série de pesquisas sobre o comportamento do vírus Sars-coV-2 no corpo humano, que causa a Covid-19.
Desde o aparecimento do Novo Coronavírus na China, a comunidade científica e médica do mundo inteiro se dedica a compreender o vírus pelas suas características mais intrigantes: é letal e com capacidade de disseminação muito rápida, capaz de paralisar o planeta e, na maioria das pessoas, oscila entre ser uma doença assintomática ou de sintomas leves.
Nas pesquisas de alta complexidade científica lideradas por Mayana Zatz no Brasil, há estudos avançados sobre, por exemplo, casais que, apesar da convivência íntima, na mesma casa, no mesmo quarto, um teve Covid-19 e o parceiro foi assintomático ou sequer foi infectado, o que levou os pesquisadores a descobrir que células de defesa em um dos cônjuges eram muito mais eficientes.
Outro caso foi o estudo com pessoas centenárias, uma pesquisa já estava em andamento antes da pandemia para entender como se dá geneticamente a longevidade. Com o aparecimento do vírus, a pesquisa se ampliou para saber como pessoas tão idosas, grupo considerado de risco para uma série de doenças, reagiria ao contato com o novo vírus. A surpresa teve todos os ingredientes que uma Ciência dedicada pode trazer: os centenários, justamente pelo tempo de vida, provavelmente carregam informação genética e reação imunológica que transformaram a Covid, quando muito, em uma gripezinha. Dos 13 casos analisados, incluindo uma paciente de 114 anos, houve recuperações boas, casos leves e outros completamente assintomáticos.
E é justamente sobre a importância social e estratégica da Ciência que Mayana Zatz se debruça na segunda parte da entrevista, ao lamentar a visão de curto prazo da média política brasileira em relação à ciência, na redução dos investimentos e na necessidade de compreender que a resposta rápida que a Ciência deu em desenvolver vacinas tão rapidamente para a Covid-19 se deve a um histórico, tanto de governos como de empresas, em apoiar fortemente a ciência básica de longo prazo.
“Ou investimos em ciência ou ficaremos sempre a reboque do primeiro mundo”

Justiça e ideologia: entrevista com César Dario Mariano, procurador de Justiça
A mudança de interpretação da Constituição e do Código Penal pelas cortes superiores no Brasil, depois da troca de ministros conservadores por juízes progressistas, a partir de 2006, tem gerado uma sensação de impotência da Justiça no país, segundo o jurista César Dario Mariano da Silva, Procurador de Justiça no Estado de São Paulo.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, ele cita o caso de um traficante de drogas que foi flagrado com 186 kg de cocaína e teve a prisão preventiva revogada. No julgamento, a maioria dos ministros do STF considerou que o traficante executava apenas o trabalho de “mula”, o transportador da droga, e que não tinha antecedentes. A quantidade exorbitante de droga apreendida em flagrante deixou de ter relevância na nova jurisprudência, embora 186 kg de cocaína em poder de alguém não guardem nenhuma relação com o consumo próprio de um usuário.
O fenômeno da reinterpretação do Código Penal em relação ao tráfico se estenderia para outra corte superior, o STJ, em que decisão semelhante também foi tomada em outra grande apreensão de maconha, com novo afrouxamento na aplicação da pena e de entendimentos anteriores.
Na conversa de quase 40 minutos, César Dario Mariano, que também é mestre em Direito das Relações Sociais, Especialista em Direito Penal e professor da Escola Superior do Ministério Público, aponta que a ausência de Estado tem feito comunidades carentes vítimas do Estado Paralelo de traficantes de drogas, como no caso de Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Ele cita que a decisão do ministro Edson Fachin, de junho de 2020, referendada pela maioria da corte, que havia limitado e até proibido operações policiais em comunidades no Rio, durante a pandemia, expuseram ainda mais a população aos criminosos, o que pode ter agravado a situação, oferecendo ainda mais tempo e liberdade para o tráfico se armar com armas de grosso calibre. No começo deste mês, uma operação da polícia, cumprindo mandados judiciais, resultou num confronto com todas as características de uma guerra urbana.
Ele também critica que, no caso da Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal tem trocado o direito positivado, a regra, por princípios na interpretação da Constituição, o que tem gerado insegurança jurídica.

Ciência não é política: entrevista com Paulo Saldiva, patologista e pesquisador
A mesma ciência que foi pega de surpresa por um vírus que ainda precisa ser compreendido e, ainda na fase inicial, errou prognósticos acerca da doença é a mesma que desenvolveu, em tempo recorde, vacinas com capacidade de imunizar o mundo inteiro, paralisado diante da Covid-19.
O misto de apreensão diante do novo Coronavírus com sua rápida propagação pandêmica e a resposta da ciência com imunizantes de considerável e alta eficiência são destaques da entrevista com o patologista Paulo Saldiva, pesquisador e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Na entrevista, o doutor Saldiva pontua que a complexidade do Sars-CoV-2, que surpreendentemente varia entre o letal e o assintomático, se estende pela complexidade social do mundo em que vivemos. Se a ciência e a indústria farmacêutica foram eficientes em pesquisar e desenvolver vacinas, a capacidade de produção rápida e de distribuição enfrentam problemas que vão desde uma mera questão logística a questões sociais ainda mais complexas, de sermos capazes de prover vacinas a países pobres em tempo hábil de controlar a doença antes do aparecimento de novas variantes.
Paulo Saldiva ainda pondera os erros da Organização Mundial da Saúde e a ausência de mea culpa por parte da própria OMS, de cientistas e especialistas na interpretação do novo vírus, cometidos no começo da pandemia, além da politização desmesurada da ciência, o que gerou o fenômeno da infodemia, com os danos das fake news. “A ciência pode muita coisa, mas tem coisas que demandam mais tempo. No entanto, isso não impediu que políticos usassem o nome da ciência para impor à população certezas que precisam de tempo para serem estabelecidas cientificamente”.
Por fim, ele aponta o déficit de profissionais treinados em UTI como um dos principais problemas no tratamento e no número de vítimas: “Houve doação de respiradores por empresas e você não tinha pessoal capacitado em número suficiente para atender um paciente num leito de terapia intensiva”, o que revela um problema estrutural de educação formal e profissional, endêmico no Brasil, que foi escancarado no setor de saúde e expôs a necessidade urgente de governos e sociedade darem a devida atenção.

Saneamento básico é meio ambiente: entrevista com Mario Moscatelli, biólogo
Rios e praias poluídos não mobilizam as pessoas na mesma proporção do que qualquer alteração na Floresta Amazônica. É justo e necessário se preocupar com a Amazônia, mas e com o meio ambiente em que se vive?
O fato de a preservação ambiental de rios e mares próximos de grandes centros urbanos não ter a mesma atenção da população, diminui a pressão sobre gestores públicos locais. A consequência direta são mananciais de captação de água e praias de lazer poluídos pelo saneamento básico insuficiente. Segundo o Instituto Trata Brasil, quase 51% do esgoto gerado no Brasil não é tratado, o que deteriora o ambiente urbano com consequente perda de qualidade de vida e renda das pessoas, além de gastos públicos maiores com saúde.
“A Amazônia é uma grife e o saneamento básico é um tabu”, diz o biólogo e doutor em ecologia Mario Moscatelli, em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
À frente do projeto Olho no Verde, que monitora uma área de 10 mil Km² da Mata Atlântica e especialista em recuperação de áreas costeiras, ele diz que a mentalidade exploratória irresponsável da cultura brasileira gerou um modelo suicida de “sucateamento dos nossos recursos hídricos”. E acrescenta: “As línguas negras de esgoto sem tratamento correm pela areia até as praias. No Rio de Janeiro, onde atuo, eu vejo as pessoas na Praia da Barra se banhando em coco e cianobactérias que podem gerar até câncer de fígado”.
Na entrevista de pouco mais de 30 minutos, Mario Moscatelli faz denúncias graves ao poder público que tem protelado o saneamento básico, à falta de consciência das pessoas diante de uma prioridade clara, reclama da insensatez da justiça e da opinião pública com projetos de exploração sustentável do meio ambiente, o que acaba provocando abandono e degradação, e termina com uma comparação sobre o custo do saneamento: “Pra recuperar a bacia hidrográfica do rio Guandú, na região metropolitana do Rio, custa R$ 1,4 bilhão. Em 2014, gastaram só no Maracanã para a Copa do Mundo, R$ 1,6 bilhão”.

Amazônia brasileira, agenda mundial: entrevista com Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa
“A Amazônia virou uma agenda permanente no mundo”.
A frase acima é do ex-deputado Aldo Rebelo ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, que pondera a necessidade de compreendermos a preocupação internacional com a maior floresta do mundo, mas reafirmando que a soberania brasileira sobre a Amazônia é inegociável.
Em tempos de novas discussões sobre compromissos ambientais dos países para reverter danos climáticos ao planeta, como a recente cúpula promovida pelo presidente americano Joe Biden, com participação do presidente Jair Bolsonaro, ele vai ao ponto de maior controvérsia: é preciso explicar a Amazônia e sua complexidade ambiental e social aos brasileiros, que pouco a conhecem, e ao mundo que nunca pisou lá.
Aldo Rebelo foi deputado por seis mandatos consecutivos, a partir de 1991, presidiu a Câmara e foi ministro de quatro pastas nos governos Lula e Dilma, entre elas a de Ciência e Tecnologia e da Defesa.
Na conversa de pouco mais de 40 minutos, o ex-ministro defende a preservação do meio ambiente com atividade econômica sustentável e reclama que o debate foi sequestrado por ONGs estrangeiras e pela mídia com uma visão irreal e incompleta da realidade social da região Norte do país. Preservação de fauna e flora não podem estar dissociadas do bem-estar socioeconômico das pessoas que vivem lá.
Nem por isso, deixa de observar que a comunicação governamental sobre questões ambientais brasileiras precisa ser aprimorada. E que o convencimento dos fatos leva tempo e o confronto deve ser evitado.
A agenda política interna brasileira também é destaque na entrevista. “A Constituição do país foi superada pelo ativismo político do STF”, diz ele, ao criticar a corte e parte do parlamento que recorre ao Supremo quando perde uma votação no Congresso, defendendo a instalação de uma Nova Assembleia Constituinte para repactuar os poderes. Aldo Rebelo ainda diz que o debate do país se perdeu numa agenda “secundária” de costumes, cuja qualidade nas redes sociais é ruim, apesar de democrático.
#PensandooBrasil

A deficitária logística brasileira avança: entrevista com Paulo Resende, especialista em Logística
No Brasil recente que ganhou uma sequência de leilões de infraestrutura logística para atrair o capital privado a investir no país, com resultados muito positivos, fenômeno que vem desde o governo Temer e que ganhou intensidade e velocidade no governo Bolsonaro, o professor Paulo Resende é direto:
“O Brasil é um dos maiores devedores mundiais em termos de investimento para ele mesmo”, disse em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Na conta de recuperar o tempo perdido, ele faz um elogio inusitado à uma típica realidade da política brasileira: “um ministro de uma pasta que conhece a pasta”, numa referência clara ao ministro de infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, que está à frente das atuais concessões e do PNL, o Plano Nacional de Logística.
Paulo Resende, que é coordenador de Logística e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral, doutor em Planejamento de Transportes pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e um dos mais sofisticados especialistas do país, cita um exemplo em sua tese: “Imagina se há 30 anos, o Brasil tivesse uma espinha dorsal ferroviária, saindo de São Luís do Maranhão e chegando ao Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Dá pra imaginar o que teria sido da logística brasileira à esquerda e à direita desse tramo ferroviário?”, numa referência clara à ferrovia Norte-Sul, obra inacabada, idealizada no Governo Sarney, nos anos 80, e que somente agora está com o trecho Central próximo da operação.
Aliás, sobre a retomada de obras paralisadas de governos anteriores, ele elogia a atitude atual governo, mas cobra a continuidade com novos planos.
Em uma análise mais aguda sobre nosso comportamento histórico, ele ainda critica a cabeça do gestor público brasileiro que “não tem visão de país”, é ainda “subjetivo, emocional, não acredita em números e se basta no curto prazo”. A subjetividade, afirma ele, leva à noção de que a demora no licenciamento ambiental de uma obra é demonstração de poder do gestor. Um equívoco que gera atrasos imensos a um país que tem pressa e necessidade de crescer.
Paulo Resende diz que já não luta mais pela excelência logística pra si ou para sua geração, mas em respeito às gerações futuras, em nome de um legado de avanço para elas.

As empresas e a agenda social: entrevista com Christina Carvalho Pinto, empresária
Como as empresas devem lidar com o novo momento da economia diante de um consumidor cada vez mais exigente?
Como lidar com este novo consumidor ou cliente que compra com um clique e reclama com outro, na velocidade das redes sociais?
Na sociedade conectada de hoje, a eficiência de uma empresa já não é mais medida apenas pela sua capacidade produtiva e inovadora de fazer frente à concorrência.
Atualmente, as empresas estão sendo demandadas a se posicionarem sobre questões sociais, ambientais e como trabalham estes temas, interna e externamente. E são julgadas por um cliente ou consumidor que talvez nunca tenham comprado nada delas.
Mas qual o limite para empresas e seus CEOs se envolverem na agenda social latente - e por vezes polêmica - que coloca a opinião pública dentro dos muros da empresa?
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, a empresária, estrategista e sócia da Hollun Consultoria, Christina Carvalho Pinto, diz que as empresas simplesmente não têm escolha a se negarem ao debate. Pelo fato inequívoco de que elas estão imersas na sociedade e se relacionam com o público, o meio ambiente e os vários níveis de governo. Isso faz com que tenham a obrigação de refletir e agir sobre temas sociais. E que embora alguns presidentes de companhia já estejam à frente de iniciativas paradigmáticas, é o Conselho de uma empresa quem pode fazer, pela mudança de mentalidade do grupo, a transformação sustentável da gestão do negócio em uma política interna conectada com a lógica da responsabilidade social coletiva.
Eleita duas vezes “a mulher mais influente em Marketing e Comunicação”, pela Forbes Magazine, Christina Carvalho Pinto diz que ela própria deu uma guinada na vida, quando decidiu que trabalharia apenas com empresas que tinham atualizado sua visão de mundo e se conectado com as preocupações sociais da nova sociedade.

Só se governa com maioria: entrevista com Michel Temer, ex-presidente do Brasil
O ex-presidente da República Michel Temer é o entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, em que governabilidade, maioria no Congresso, Centrão e necessidade de diálogo entre os poderes e forças políticas praticamente dominaram a conversa.
De longa história acadêmica, como jurista constitucionalista, e na vida política, como deputado federal, presidente da Câmara, e presidente, depois do impeachment de Dilma Roussef, Temer teve um governo de pouco mais de pouco mais de dois anos e quatro meses. Em sua gestão, o país saiu da recessão ao fazer a economia brasileira voltar a crescer, depois da crise entre 2014 e 2016, viu os juros e a inflação caírem e reformas importantes, como a trabalhista e o “Teto de Gastos”, serem aprovadas, além da nova lei das estatais, responsável, por exemplo, por sanear a Petrobras, a joia da Coroa entre as empresas do governo, vítima de escândalos de uso político-partidário e corrupção nos governos do PT.
Na entrevista, o ex-presidente recorre à lógica democrática de que sem maioria não se governa. A tese, que parece óbvia, vai muito além quando aborda temas como “nova política” e “Centrão”, dominantes no recente cenário eleitoral e político brasileiro. Para isso, cita a série de realizações de seu governo e de outras administrações que o antecederam como resultado inequívoco da capacidade de governos de fazer maioria no Congresso. A “Nova Política” ou a frase de “não sou político”, para vender uma ideia de inovação e renovação ao cidadão, são classificadas por ele como “conceitos eleitoreiros”. E para isso pergunta: “É da velha política a redemocratização do país? O Plano Real? Os planos sociais? As grandes reformas desde Itamar?” E já entrando em seu governo: “É da velha política a queda da inflação, dos juros e a recuperação das estatais, as reformas? Isso não é da velha da política. É da política. O que você pode ter é político que faz uma política adequada e político que faz uma política inadequada”.
A história recente das conquistas que menciona, em que pesem outras terem sido relacionadas a escândalos, são relacionadas à imprescindível formação de maioria no Congresso, o que o leva a dizer que não se prende mais a rótulos ideológicos, conceitos que ele diz terem sido superados depois da queda do Muro de Berlin. “Se de direita, de esquerda ou de centro, o importante para a população é o resultado”. E diz que os deputados e senadores do “Centrão”, grupo de parlamentares normalmente associados ao fisiologismo, foram eleitos pelo voto e compõem maiorias que fazem presidentes aprovarem leis e reformas.
A conversa ainda passa pelo ativismo do Supremo Tribunal Federal, a defesa da harmonia entre os poderes e na defesa do multilateralismo para melhorar a imagem do país no exterior, evitando alinhamentos diplomáticos e divulgando realizações que o país já tem na área ambiental. E sem nenhuma ameaça de interrupção da democracia brasileira.

O Brasil na geopolítica da vacina: entrevista com Rubens Barbosa, diplomata
Estamos vivendo a “geopolítica da vacina”, diz o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto, pela TV CIEE”.
A pandemia que impõe o distanciamento social e que fez esta entrevista ser gravada por plataforma de vídeo uma vez mais - e igualmente a razão da transformação das relações internacionais no mundo – foi o tema da entrevista, sobretudo com as implicações ao Brasil.
Preocupado com a situação nacional e a necessidade do desenvolvimento de políticas estratégicas de longo prazo para o país, Rubens Barbosa, um dos mais atuantes diplomatas da história recente das relações externas brasileiras, é enfático em defender que, dada a realidade de “não haver consenso para discutir mudanças agora, precisamos pensar o país a médio e longo prazos. E como o Brasil vai sair da pandemia”, já prevendo os impactos da crise na economia e o peso da eleição de 2022.
A referência que ele defende envolve estudar a reindustrialização do Brasil, incentivar a pesquisa que desenvolve medicamentos e vacinas e, numa escala ainda maior, abandonar a tese desgastada do protecionismo e entender que o tamanho do país exige que sejamos autossuficientes em tecnologia e matérias-primas estratégicas, como insumos para fazer vacinas e medicamentos.
É aí que se insere o conceito de “geopolítica da vacina” e o consequente soft power de China, Índia e Rússia, que estão usando seus próprios imunizantes para garantir a recuperação interna de suas economias e escolhendo a quem e como vender os excedentes, em frentes diplomáticas de influência. Além dos EUA, que prometem vacinar toda sua população até o final de maio e estão começando a doar vacinas não americanas, como as do laboratório AstraZeneca, de sua reserva estratégica, ao Canadá e ao México.
A conversa ainda passou pela falta de solidariedade internacional na vacinação, as escolhas diplomáticas do Brasil, Amazônia, mudanças climáticas e o dilema tecnológico e diplomático do país que escolhe este ano o seu modelo de 5G. “Entre China e Estados Unidos, o Brasil precisa preservar seus interesses”.
Além da carreira diplomática, Rubens Barbosa é presidente da Associação Nacional dos Produtores de Trigo e do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp e editor responsável da Revista Interesse Nacional.

Pandemia - a urgência que o STF não percebeu: entrevista com Gaudêncio Torquato, jornalista
O jornalista Gaudêncio Torquato diz que a pandemia ainda sofre com a incompreensão de sua urgência e gravidade, em que pesem os esforços feitos e medidas já realizadas por governos, seja em auxílios econômicos ou de saúde ou à dedicação mais recente na aquisição de vacinas.
No caso brasileiro, em parte também no mundo, a política partidária não cedeu completamente à lógica da política de construir consensos para o bem-estar coletivo e a politização ruim invadiu o debate científico e médico do combate ao vírus.
Em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Torquato, de vasta experiência nas redações de grandes veículos, como escritor e também professor universitário, diz que “no Brasil, uma eleição começa quando acaba a outra”, intensificando a polarização ideológica, iniciada no início deste século, do “nós contra eles”, com sinais trocados ou não, a depender de quem esteja no poder.
O próprio Supremo Tribunal Federal, que, em medida monocrática do ministro Edson Fachin, recentemente anulou decisões da Lava Jato trazendo o ex-presidente Lula, condenado anteriormente por corrupção, ao cenário da eleição de 2022. “O STF não inocentou Lula, é preciso que fique claro, visto que a Justiça de Brasília pode condená-lo novamente”, diz ele, mas a pauta urgente da pandemia acabou suprimida por um debate eleitoral antecipado.
Na entrevista, Gaudêncio Torquato, ainda fala do barulho das redes sociais, da necessidade de educação política e da imprensa “excessivamente opinativa”.

Um Supremo acima do Brasil: entrevista com Humberto Dantas, cientista político
Quais os limites do Poder Judiciário e, sobretudo, do Supremo Tribunal Federal e quais respostas a sociedade dará diante de um poder que tem se colocado acima do outros?
A pergunta permeia quase que completamente a entrevista do cientista político Humberto Dantas ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
A começar da recente decisão monocrática do ministro Edson Fachin, de anular os julgamentos da Lava Jato que condenaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas instâncias da Justiça Federal de Curitiba, devolvendo, mesmo que por ora, os direitos políticos ao ex-presidente, os quais lhe permitem concorrer na eleição presidencial de 2022.
Nesta questão política, Humberto Dantas, que também é Head de Educação do CLP - Centro de Liderança Pública, em São Paulo, pondera que a importância que se tem dado à possível participação de Lula na eleição presidencial ganha um destaque maior pelas dificuldades do governo atual e de popularidade de Jair Bolsonaro.
Mesmo assim, a decisão de Fachin não esconde o problema institucional grave de a mais alta corte do país ter se tornado ativamente política. E sem os contrapesos que membros do Congresso e do Executivo têm naturalmente pela correlação de poderes e enorme escrutínio da opinião pública, seja por serem mais acessíveis e pela compreensão maior da população de seus afazeres ou por terem de enfrentar eleições abertas a cada quatro anos. Quem fiscaliza os ministros que tem garantia no cargo até os 75 anos? Quem tem o poder de moderá-los em eventuais excessos ou desvios institucionais do cargo, visto que o Senado, por onde passam em sabatina antes de chegarem ao STF, tem se abdicado de sua função?
Na entrevista, Humberto Dantas ainda fala da ausência de debate sério e aprofundado na escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos acordos políticos que contaminam a indicação do presidente ou a sabatina pelos senadores, a instabilidade institucional e insegurança jurídica que interferem na vida do país, do distanciamento da realidade brasileira por parte da magistratura e de tentativas de se investigar e moderar a atuação do Poder Judiciário pela CPI da Lava-Toga.

Economia criativa na pandemia: entrevista com Luiz Alberto Machado, economista
A economia foi diretamente impactada pela pandemia e ainda não se tem uma medida de quanto ainda será o efeito no longo prazo. A economia criativa, conceito que engloba atividades ligadas à arte, mas não só, visto que o turismo e mesmo o show business de massa também estão inseridos nessa classificação, foi uma das que mais sofreram com a restrição de público presencial.
“Tudo o que dependia de aglomeração sofreu mais”, diz o economista e especialista em economia criativa, Luiz Alberto Machado, em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Desde uma simples quermesse paroquial de uma pequena cidade, passando por um vernissage ou um lançamento de livro, até um grande espetáculo numa casa de shows ou numa arena de futebol, tudo isso se viu, da noite por dia, com limitação de acontecer por normas de distanciamento social que restringiram completamente a realização dos eventos.
Apesar do desejo de volta à normalidade, o que teria impacto positivo imediato nestas atividades, até pela disposição crescente das próprias pessoas ao menor sinal de segurança biológica diante do vírus, alguns setores se reinventaram com lives artísticas e de conteúdo diverso. Alguns com desempenho invejável, como o setor de games, de jogos eletrônicos, que, facilitado pela tecnologia e por conviver muito bem com “cada um em sua casa”, manteve o crescimento e desponta como um dos destaques na recuperação econômica.
Sobre a economia brasileira, Luiz Alberto Machado, ex-professor, diretor e acadêmico de História da Economia na FAAP-Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, ele pondera que, diante do drama fiscal, da necessidade de um novo auxílio emergencial e a pressão crescente por gastos sociais, tudo isso expõe o Brasil, mais uma vez, ao seu histórico problema de não separar o urgente do necessário. A dicotomia, diz ele, nos faz viver de considerar tudo prioritário ao mesmo tempo, asfixiando o país em suas contas e provocando decisões sem planejamento estratégico.

O mercado desconhece a história do Brasil: entrevista com Luiz Mendonça de Barros, economista
A Petrobras e a decisão do presidente Jair Bolsonaro de mudar o comando da estatal, em virtude da alta constante dos preços dos combustíveis, sobretudo do diesel, provocaram alvoroço na vida política e econômica do país, no final do mês de fevereiro.
Para o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi diretor do Banco Central, presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, o fato mostra que o “mercado financeiro tem o hábito de não estudar a nossa história. Há uma certa tendência no mercado de abstrair de suas análises a história do país”, disse ele em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
A entrevista aconteceu exatamente na tarde da quarta-feira, 24 de fevereiro, dois dias depois da abertura dos mercados, na segunda-feira, 22, em que os papeis da Petrobras e de outras estatais caíram e puxaram a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 para baixo, em decorrência da interpretação de intervencionismo do governo nas empresas e de um suposto abandono da agenda liberal na economia por parte do governo Bolsonaro.
Mendonça de Barros pondera o excesso na interpretação do caso pelo mercado financeiro ao dizer que a própria Petrobras, estratégica ao país e um monopólio na prática no setor de refino de petróleo, tem em seu próprio estatuto uma cláusula que teria evitados o exagero dos agentes de mercado e da imprensa especializada. A cláusula em questão, feita pela gestão de Pedro Parente, no governo Michel Temer, já na fase que recuperou a Petrobras dos escândalos e da tragédia administrativa das gestões anteriores, permite à empresa tomar atitudes, como, por exemplo, não repassar todos os seus custos imediatos aos preços dos combustíveis, em detrimento do acionista privado e em favor do governo e da sociedade. Até porque há a previsão de perdas eventuais serem compensadas pelo Tesouro Nacional, no futuro.
Na conversa de pouco mais de 36 minutos, Mendonça de Barros ainda critica o atual presidente da Petrobras, Castello Branco, que não teria usado este precedente legal para evitar a crise por uma crença no radicalismo liberal e prevê um fortalecimento da empresa na Bolsa. Sobre a situação fiscal do país, embora seja grave, apontada como um nó para a recuperação econômica, para ele, não é razão para tirar o sono porque o endividamento do ano passado durante a pandemia foi decisivo para a retomada que se vê em vários setores, o que já tirou o país da recessão mais grave.
Luiz Carlos Mendonça de Barros é atualmente presidente do Conselho da Foton Caminhões no Brasil, do grupo BAIC, um dos mais importantes conglomerados industriais da China.

Bolsonaro tem o dever de comandar as reformas: Entrevista com Maílson da Nóbrega, economista
O presidente Jair Bolsonaro tem de comandar as reformas estruturais. É o que defende o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Para o ex-ministro, as reformas, de importância vital para o país sinalizar ao mercado um compromisso efetivo e de longo prazo do com o controle do crescente endividamento público, é uma atividade essencialmente política que requer envolvimento direto do presidente da República que, segundo ele, ainda não houve.
Com a recente eleição de dois aliados para a presidência da Câmara e do Senado, uma vitória do Planalto no Congresso, a esperança é que a força do Executivo se faça presente, além da já bem articulada formulação técnica dos projetos de reforma constitucional do Ministério da Economia.
Apesar da volta dos sinais claros de retomada, o nó econômico do temor fiscal, o barulho político com assuntos laterais e a lentidão do andamento das negociações no parlamento, até aqui, têm feito o Brasil perder parte importante da recuperação econômica que o mundo começa a experimentar, com um crescimento mais intenso, sobretudo da China, o que, dada a demanda pelas comodities brasileiras, deveria impactar positivamente o câmbio, com valorização do Real, uma das moedas que mais perderam valor na pandemia.
No entanto, na prática, o temor fiscal em relação ao país, que ainda negocia fontes de recursos para uma nova ajuda emergencial à população mais carente, tem mantido o Real desvalorizado com impacto já perceptíveis e resilientes na inflação.

Resultado de campeão, cabeça de campeão: Daiane dos Santos, campeã mundial de ginástica artística
Daiane dos Santos, a primeira brasileira campeã mundial de Ginástica Artística, em 2003, na Alemanha, é a convidada do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Na conversa, ela fala da sua vitoriosa carreira de ginasta e da história dos dois movimentos que ela criou para vencer o Mundial e a Copa do mundo da modalidade – o duplo twist carpado e o duplo twist esticado. Dada a inovação e a perícia com que foram executados, a Federação Internacional de Ginástica decidiu dar o nome “dos Santos” aos dois movimentos criados e apresentados por Daiane, tal como estrelas ganham nomes de astrônomos e vacinas, a de cientistas.
Ela também fala da importância da psicologia no preparo do atleta, na lógica multidisciplinar que foi adotada nos esportes e no poder do preparo mental para competições de alto rendimento, algo que vem sendo utilizado também em outras áreas profissionais.
“Pra ter resultado de campeão, tem de ter cabeça de campeão”, diz ela.
Em um ano de Jogos Olímpicos adiados por causa da pandemia de Coronavírus, Daiane dos Santos ainda enfatiza a importância do preparo mental do atleta para lidar com as diferentes pressões e controlar a ansiedade, usando-a para melhorar o desempenho.
Na entrevista, ela também fala de seus trabalhos depois de deixar de competir, em 2012. Daiane é embaixadora do Instituto Trata Brasil – dedicado a apontar soluções para o setor – e entre palestras e trabalhos como influenciadora esportiva, ela está à frente do projeto social “Brasileirinhos”, em que alia o esporte como indutor de cidadania para crianças.

Brasil para os brasileiros: entrevista com o economista Roberto
O economista Roberto Teixeira da Costa defendeu a retomada do multilateralismo como uma necessidade para o mundo se reencontrar depois das fases mais graves da pandemia.
Citando aspectos como a exposição de uma desigualdade social ainda maior por causa das medidas de bloqueio econômico que paralisou atividades econômicas para controlar a disseminação da Covid-19, ele diz que medidas locais, como a aprovação das reformas estruturais que beneficiem a retomada econômica no Brasil e reduzam a dívida pública e o custo-país, e a volta ao diálogo, no âmbito internacional, precisam ser ampliadas diante dos novos desafios da humanidade.
Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, Roberto Teixeira da Costa, que foi o primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários e conselheiro de várias entidades empresarias, ainda fala da necessidade de os brasileiros compreenderem que a preservação e a exploração sustentável da Amazônia devem ser tratadas como um interesse nacional anterior às pressões internacionais, e que o aumento expressivo de investidores no mercado de capitais é algo positivo, mas que a mentalidade de investimento de longo prazo e do desempenho da empresa precisam prevalecer, opondo-se à cultura de ganho fácil e rápido na Bolsa.

O valor do planejamento profissional: Entrevista com José Augusto Minarelli, presidente do Conselho de Administração - CIEE
A dinâmica da economia, que envolve processos de fusão, aquisição ou mesmo fechamento de negócios, transforma o mundo corporativo frequentemente. Diante de uma nova realidade, empresas se veem obrigadas a demitir altos executivos ou gerentes operacionais, dentro de grupos altamente restritos entre seus colaboradores.
Como pessoas, que viviam nos andares de cima do ambiente corporativo, com benefícios e aparente previsibilidade, precisam lidar com a realidade de buscar uma nova recolocação ou aprenderem a empreender, precificar seu serviço e voltar ao mercado para continuarem suas vidas sem as certezas que tinham antes?
O professor José Augusto Minarelli, diretor-presidente da Lens & Minarelli de aconselhamento de carreiras para executivos e outplacement, é o entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, e fala sobre como os profissionais devem se reinventar em um mundo extremamente competitivo. Minarelli acaba de assumir a presidência do Conselho de Administração do CIEE. Diante de um mercado ainda restrito na geração de vagas para aprendizes e estagiários, ele diz que o desafio está posto e é preciso enfrentá-lo. Para ele, empresários e dirigentes de empresas devem ter consciência que o grande diferencial em dar oportunidade para os jovens está no potencial de retorno para a empresa, por meio de dedicação e produtividade acima da média.

O Brasil de Bolsonaro e Biden: Entrevista com o economista Otaviano Canuto e o cientista político Hussein Kalout
Com a mudança de comando na Casa Branca, como serão as relações entre Brasil e Estados Unidos?
O democrata Joe Biden foi recentemente empossado como o 46º presidente dos EUA, depois de tumultuada eleição em que derrotou o republicano Donald Trump, que concorria à reeleição.
Sob a presidência do presidente Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto imprimiu forte relação de alinhamento ideológico com a Casa Branca, tendo o próprio presidente manifestado abertamente a sua preferência pelo republicano diante do candidato democrata e, mais recentemente, já eleito presidente.
Do lado americano, durante um debate de campanha, Biden chegou a dizer que juntaria recursos com outros chefes de Estado para conter o desmatamento na Amazônia, ignorando os argumentos brasileiros para as queimadas, o que gerou resposta também acalorada por parte do governo brasileiro que criticou a tentativa de interferência estrangeira na soberania brasileira sobre a sua Amazônia.
Que relações teremos, depois de tudo isso, entre as duas nações historicamente aliadas e próximas, quando a campanha já ficou para trás e o pragmatismo da governança não pode sucumbir a ideologias?
O que será Biden depois da eleição? Como será Bolsonaro depois da eleição de Biden? No que eles podem estar juntos? No que eles terão de estar juntos, querendo ou não?
Para responder a essa série de questões, o “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, convidou o economista Otaviano Canuto, ex-diretor do Banco Mundial e professor das universidades George Washington e Columbia, e o cientista político Hussein Kalout, professor e pesquisador da universidade de Harvard e ex-secretário de assuntos estratégicos do Governo Michel Temer.

2020: o ano que não terminou. Lições para 2021 - Capítulo 2
Produção: Piotto Produções
Realização: TV CIEE
Direção: Adalberto Piotto
O intenso ano de 2020 está retratado na série documental “2020: o ano que não terminou. Lições para 2021”, produção original da Piotto Produções em parceria com a TV CIEE.
Baseada na série de entrevistas “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, concebida ainda no final de 2019 e que começou suas gravações em fevereiro de 2020, antes de todas as consequências mais graves da pandemia de Coronavírus que assolou o planeta, a série mostra o Brasil, suas intensas discussões e sua percepção de mundo durante todo o ano.
Remodelada para gravações à distância, a partir de abril, com mudança sensível na captação técnica dos depoimentos, permaneceu pensando o país pelas plataformas que preservavam o distanciamento social, mas que, mesmo assim, aproximaram-nos ainda mais do debate real entre brasileiros que buscam soluções diante do momento único pelo qual a humanidade ainda atravessa.
“2020: o ano que não terminou. Lições para 2021” é uma série de recortes das entrevistas que foram ao ar pela TV CIEE, semanalmente, ao longo do ano, cujo debate natural criou uma narrativa própria ao evoluir para esta série documental de dois capítulos que expõe de maneira intensa os nossos desafios.
Neste segundo e último capítulo, as influências boas e ruins da Constituição de 1988 na vida brasileira do século 21, as amarras legais, as escolhas brasileiras, a insegurança jurídica vinda do ativismo exagerado do Supremo Tribunal Federal, as redes sociais e as consequências no debate nacional, a educação, a saúde, a mente humana sob a pandemia, o avanço do debate sobre igualdade racial e de gênero, os jovens, a importância da escola presencial em meio ao distanciamento, as empresas sob escrutínio da repercussão pública e os avanços humanos diante da nova realidade.
Participam do documentário, o cientista político Carlos Mello, do Insper; o economista Antônio Delfim Netto, ex-ministro e professor; o escritor e advogado Joaquim Falcão, da Academia Brasileira de Letras; Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara e ex-ministro da Defesa; o economista Jason Vieira, da Infinity Asset; o podcaster e palestrante Luciano Pires, do Café Brasil; o psicanalista Jorge Forbes, da TV Cultura; o filósofo Luiz Felipe Pondé, da PUC; a educadora Rosely Sayão; Humberto Casagrande, CEO do CIEE; o advogado José Vicente, da Universidade Zumbi dos Palmares; a empreendedora Dilma Souza Campos, de Outra Praia; e a empresária e ex-modelo Luiza Brunet.
A direção é de Adalberto Piotto.

2020: o ano que não terminou. Lições para 2021. Capítulo 1
Produção: Piotto Produções
Realização: TV CIEE
Direção: Adalberto Piotto
O intenso ano de 2020 está retratado na série documental “2020: o ano que não terminou. Lições para 2021”, produção original da Piotto Produções em parceria com a TV CIEE.
Baseada na série de entrevistas “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, concebida ainda no final de 2019 e que começou suas gravações em fevereiro de 2020, antes de todas as consequências mais graves da pandemia de Coronavírus que assolou o planeta, a série mostra o Brasil, suas intensas discussões e sua percepção de mundo durante todo o ano.
Remodelada para gravações à distância, a partir de abril, com mudanças sensíveis na captação técnica dos depoimentos, permaneceu pensando o país pelas plataformas que preservavam o distanciamento social, mas que, mesmo assim, aproximaram-nos ainda mais do debate real entre brasileiros que buscam soluções diante do momento único pelo qual a humanidade ainda atravessa.
“2020: o ano que não terminou. Lições para 2021” é uma série de recortes das entrevistas que foram ao ar, semanalmente, ao longo do ano pela TV CIEE, cujo debate natural criou uma narrativa própria ao evoluir para esta série documental de dois capítulos.
No primeiro capítulo, a política externa brasileira, a grandiosidade e a interferência das questões ambientais nas relações internacionais, o poder – ambiental, inclusive – do agronegócio ‘made in Brazil’, realidade e versões sobre o desmatamento da Amazônia, a divisão política no país, o endividamento público devido à pandemia, as propostas de financiamento e a evolução do debate e da história nacionais.
Neste capítulo, participam o pesquisador Hussein Kalout, da Universidade de Harvard; o economista Otaviano Canuto, ex-diretor do Banco Mundial; Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara e ex-ministro da Defesa; o executivo Horácio Lafer Piva, do grupo Klabin; o agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura; o economista Delfim Netto, ex-ministro do Planejamento, professor da USP e consultor; e o executivo Humberto Casagrande, CEO do CIEE.
A direção é de Adalberto Piotto.

A saga de uma apátrida: entrevista com Maha Mamo, porta-voz da campanha "I Belong" - ONU
Depois da sobrevivência, a maior saga de um ser humano deve ser o desejo inalienável de ser reconhecido como pessoa de algum lugar, ser reconhecido como nacional de algum país, ter uma nacionalidade, documentos, a cidadania mínima e necessária para poder existir num mundo que precisa saber quem você é e de onde vem para lhe abrir as portas.
Para a maioria das pessoas isso acontece logo ao nascer. Mas não é o mesmo para milhões de apátridas que, do ponto de vista legal, são apenas uma sombra com contornos humanos sem direitos naturais.
Maha Mamo, libanesa, filha de pai cristão e mãe muçulmana, teve na impossibilidade legal do casamento inter-religioso dos pais na Síria, que fugiram para o Líbano para se casar, o começo de sua história como apátrida.
Sem a condição legal de ser reconhecida como síria e nascida no Líbano, onde não existe nacionalidade por territorialidade, ela e os irmãos passaram a infância, a juventude e o começo da vida adulta como pessoas sem pátria, sem nacionalidade, sofrendo todas as dificuldades para estudar, viver e sem nenhuma possibilidade de viajar.
“Sem documentos, mesmo sendo correta, sem ter feito nada errado, eu via um carro da polícia em Beirute e ia para o lado contrário. Sem documentos, eu poderia ser presa”, disse ela, logo no início da conversa, ao contar sua história ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Foi justamente o fato de o Brasil abrir as portas do país aos sírios refugiados de guerra, em 2014, o que permitiu a ela e os irmãos entrarem no país e começassem a longa jornada de serem reconhecidos como refugiados, depois o reconhecimento como apátridas, o que exigiu mudança na legislação brasileira e, finalmente, em 2018, aos 30 anos, a conquista da sua primeira nacionalidade, a nacionalidade brasileira.
Maha Mamo, que carrega uma bandeira do Brasil em torno do pescoço numa demonstração de orgulho em ser brasileira, tem formação superior, pós-graduação, fala quatro idiomas mais o português que aprendeu para conquistar a nacionalidade. No entanto, as dificuldades iniciais como refugiada num novo país e sem dominar o idioma, a levaram a distribuir panfletos, como seu primeiro emprego em Belo Horizonte, em 2014, no início da pior crise econômica doméstica da história no país, que ceifaria milhões de empregos.
Atualmente, ela é palestrante e viaja o mundo como porta-voz da campanha “I Belong”, da ONU, para conscientizar o planeta acerca dos mais de 10 milhões de pessoas apátridas que aguardam pelo direito a uma aparentemente óbvia nacionalidade, mas que a realidade mostra ser um desafio de um inestimável direito.
“Meu trabalho hoje é levar o nome do Brasil para o mundo inteiro. E a gente conseguir aplicar a lei brasileira - de refúgio e reconhecimento de apátridas como nacionais – em todos os outros países.