
Residência criativa
By Adriana Teixeira
Dicas de livros e grupo de estudo na Plataforma Pluriverso
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Residência criativaApr 28, 2023

Tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Filme dirigido pela dupla Daniel Kwan e Daniel Scheinert, o filme nos mergulha num universo estético um tanto vertiginoso e explora a temática do multiverso, do cosplay, das artes marciais e tem também, no meu entender um lugar central a maneira como os sentidos são eixos para que os personagens possam estar em cada um dos universos possíveis, e também para que em cada um desses universos possam ser seres reais.
O filme trabalha a crise existencial vivida pela protagonista do filme uma sobrecarregada imigrante chinesa, Evelyn Wang que com sua lavanderia à beira do fracasso e seu casamento com o marido em ruínas, luta para lidar com seu caos cotidiano que inclui um relacionamento ruim com seu pai super crítico e a dificuldade de diálogo com a sua filha . E, como se não bastasse todos os seus dilemas pessoais, Evelyn precisa se preparar para uma reunião desagradável com uma auditora da Receita Federal. É neste cenário do impossível que vemos uma inexplicável fenda no multiverso se abrir, e esta se transforma numa possibilidade para a exploração reveladora de realidades paralelas e ao mesmo tempo que revela uma cisão da sua própria personalidade.
Música citada no episódio:
https://open.spotify.com/episode/5nJ9v6xzrMw8t8qPqyaB7e?si=zw1tIsWHSrS0PKz20Cuoxw
No programa tivemos a presença da Beatriz Padial - mentora criativa
https://www.linkedin.com/in/beatriz-padial-59285762/
Acompanhe mais do seu trabalho em seu blog:

A cidade invisível : sentidos encantados
A série brasileira da Netflix tem como protagonista um policial florestal chamado Eric, que descobre um mundo oculto de criaturas míticas que vivem no Rio de Janeiro , a cidade que vive mas que só descobre após a morte trágica de sua esposa.
Esta cidade invisível revela um mundo de magia, perigo, segredos sombrios e criaturas míticas Eric vai também descobrindo a possibilidade de sentidos mais aguçados e os poderes do encantamento.
Escolhi esta série para continuar a análise das relações entre os sentidos e o processo criativo, um estudo que estamos fazendo à partir da leitura do livro : Antropologia dos sentidos de David Le Breton. No caso desta série, o que chama atenção é como os encantamentos levam o personagem principal a perda do controle dos seus sentidos ; vivendo cegueiras, amnésias, desorientação e adormecimentos.
Leia o artigo completo no site: https://www.residenciacriativa.com/artigos1/b9hoec220pqbmlv1i6pabrc3mzsav9

O azul mu(n)do de Guillermo del Toro
Neste semestre estamos estudando as relações entre os sentidos e os processos criativos; para ajudar nesta pesquisa escolhemos o livro de David Le Breton : Antropologia dos sentidos.
Você pode acompanhar o passo a passo das conversas aqui e neste artigo vou utilizar os sentidos da visão e audição para meditar sobre um dos filmes do cineasta Guillermo del Toro.
A forma da água , lançado em 2017, retrata, no contexto da Guerra Fria, a relação de empatia e encantamento da personagem Elisa – uma jovem faxineira, muda e solteira , que trabalha em um laboratório secreto do governo americano, com uma estranha criatura aquática, pela qual ela se apaixona. Essa criatura híbrida, entendida pelo governo estadunidense como um recurso de guerra e como “um ser divino” pelos nativos da região onde foi capturada, é salva e liberta por Elisa dos maus-tratos do oficial do exército americano Strickland, o antagonista da trama. Como o cineasta explica no lançamento para o El País.
“Queria um filme que fosse político obliquamente, não frontalmente. E ver é o ato supremo de amor. Se eu vejo você, garanto a sua existência. A ideologia pretende negá-lo, transformá-lo em uma coisa: um judeu, um mexicano, um pária”Veja o texto completo no blog :
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/a-forma-da-gua-o-imaginrio-lquido-de-guillermo-del-toro

Ursula K. Le Guin : um vulcão que alterou o mapa da ficção científica.
Ursula Kroeber Le Guin (1929-2018) é autora de 23 romances, 12 volumes de contos, 11 volumes de poesia, 13 livros infantis, 5 coleções de ensaios e 4 traduções.. Sua profunda imaginação lhe rendeu premiações e reconhecimentos; ganhou seis vezes o Nebula Awards e sete o Hugo Awards.
Para ter uma visão aproximada deste multiversa existência, recomendo o site : https://www.ursulakleguin.com/
Neste artigo vou focar na tessitura de um dos livros do Ciclo de Hainish: Os despossuídos .
A proposta é destacar da leitura, o modo como Ursula revolucionou a ficção, explicitando sua crítica ao modelo da jornada do herói.
Leia o artigo completo :
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/ursula-k-le-guin-um-vulco-criativo

Vik Muniz : a poética do (extra) ordinário
"Pensar e fazer, para mim, são coisas muito ligadas. Quando não consigo resolver algo dentro da minha cabeça, tenho que usar as mãos e algum material para que a coisa faça sentido. Era assim na escola, época em que levava sempre no bolso da calça um punhado de feijões para a aula de matemática, Portanto, eu tinha que repetir o processo para saber o que deveria fazer para que as imagens, além de perfeitas, fossem também “certas”. Para minha sorte, tenho um defeito que muito me serve. cada vez que procura aprender alguma coisa nova, tento fazê-lo sem ler o manual de instruções , sem fazer o curso ou pesquisar a respeito. ………
Em resumo, como nunca tive a oportunidade de fazer uma só aula de fotografia, a experiência prática tornou-se a melhor forma de aprendizado.Com esta brilhante filosofia em mente, fui à loja errada, comprei a câmera errada, carreguei-a com o filme errado, iluminei a obra de forma errada e fotografei da pior maneira possível. levei o filme para revelar no lugar errado e , no final as fotos, por pior que fossem , pareceram-me certas. Passei um longo tempo comparando-as com as imagens perfeitas do fotógrafo profissional com as “certas” que eu havia produzido. teria de haver algo além de uma ilógica vaidade por trás disso.
Ao observar aquelas imagens com atenção percebi que as minhas fotos me conectavam com algo anterior à feitura das esculturas. Uma imagem original que me instruiu a construir os objetos. Ao produzirmos algo tridimensional, o fazemos a partir de uma imagem mental, estática, como se fosse observada de um ponto de vista específico. Crianças e pessoas autistas possuem uma incrível capacidade de manipular o posicionamento de objetos mentalizados por meio de rotações e inclinações. Com a aquisição da linguagem, a criança passa a generalizar coisas através de arquétipos, e essa habilidade de visualização vai se atrofiando. Quando um artista imagina uma escultura, ele a produz a partir desta imagem , vista deste ângulo fixo, e no momento em que o objeto está pronto , esse mesmo artista se posiciona em relação à sua obra quando encontra o ponto de observação que o permitirá ver a escultura exatamente como o havia imaginado antes. Uma vez que a imagem da coisa real e a memória da coisa mental se encontram, um ciclo se fecha, e o artista está satisfeito"
Vik Muniz trecho do livro Epistemas 2021
leia o artigo na íntegra:

Instituto Brincante : um acervo de movimentos da dança
“Quando comecei os estudos e aprendizados das danças, eu percebi que elas tinham alguma coisa em comum. Essa percepção me levou a constatar que havia na maneira dos dançarinos se movimentar um certo jeitão particular que se refletia em molejos, sacolejos, meneios, saracoteios, negaças, e comecei então a tentar descobrir o que estas palavras queria dizer. Ao longo dos anos, então observando e estudando mais cuidadosamente, fui percebendo que esses comportamentos eram reflexo da música que animavam essas danças. Ora, uma música, significativamente marcada pela presença de contratempos ou tempos fracos e sincopados, só podia levar aqueles trejeitos, aqueles tópicos ou peculiares comportamentos (...) A sincope é isso mesmo. É uma alteraçãozinha rítmica que foge a regularidade do tempo que a música Ocidental. E a música nossa, principalmente, a nossa rítmica, está povoada de tempos sincopados”
Leia o artigo na íntegra :
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/instituto-brincante-um-acervo-de-movimentos-da-dana

Eustáquio Neves : alquimia fotográfica
Eustáquio Neves, ao trabalhar com a sobreposição de negativos, necessariamente dilata e fragmenta ambos, o eixo temporal e as dimensões espaciais, de tal modo que espaços e tempos não sejam imediatamente reconhecíveis. Por meio dos tratamentos e intervenções sucessivas na imagem, Neves afasta os referentes em um esforço artístico que se orienta à duração e à fluidez, delegando cada vez mais ao observador o estabelecimento de suas próprias marcações.
Leia o artigo na íntegra: https://www.residenciacriativa.com/artigos1/eustquio-neves-

Natália Lafocarde : música medicina e memória
Como nasce uma canção ?
Esta é uma pergunta que orienta o podcast que virou programa na Netflix denominado song exploder
É incrível acompanhar as histórias por trás de cada música e perceber as diferentes camadas do processo criativo.
Escolhi o episódio de Natália Lafourcade e sua música Hasta la Raiz porque traz um contexto de mudança no arco de sua carreira e a decisão por uma investigação de novas sonoridades e sentidos.
E você qual é a sua música favorita ?
Conhece como ela foi criada ?
Escute o áudio deste episódio aqui : https://www.residenciacriativa.com/artigos1/natlia-lafoucarde-msica-como-medicina

O jogo imaginativo de Italo Calvino
“No começo de toda história que escrevi existe uma imagem que gira em minha cabeça, vinda não sei de onde e que talvez eu carregue durante anos. Pouco a pouco me dá vontade de desenvolver essa imagem numa história com princípio e fim, e ao mesmo tempo - mas os dois processos são com frequência paralelos e independentes - convenço-me de que ela encerra algum significado. Quando começo a escrever, porém, tudo isso se acha em estado lacunoso em minha cabeça, nada mais do que um esboço. É só a medida que vou escrevendo que cada coisa acaba encontrando o seu lugar"
Italo Calvino
Saiba mais sobre este episódio no site:
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/o-jogo-criativo-de-italo-calvino

Legado criativo: é possível ?
Os princípios gerais da criação podem ser os mesmos nas muitas linguagens artísticas, no entanto é na maneira em que se estabelecem as conexões que descobrimos as especificidades de um determinado processo. A crítica de processo verifica que os projetos são diferentes entre si, não apenas por seu objetivo, o propósito que o guia, mas principalmente pelas conexões estabelecidas entre os elementos da rede que impulsionam a realização do projeto.
O que mantém este impulso no tempo, a longevidade do processo criativo adensando um legado catalisador ?
A interatividade é uma das propriedades desta rede criativa e o acervo criado permite uma viagem no tempo nestas relações estabelecidas.
Cada documento do processo contém uma potência realizada ou latente. Este material revisitado pode abrir uma nova relação, provocando novas associações criativas à partir do acervo conservado. Como os grupos mantém vivo este acervo de criação de maneira que possam se nutrir dos gestos ali guardados ?
Vamos pensar nesta relação com o tempo e a continuidade de uma tradição criativa analisando o grupo Giramundo, de teatro de bonecos
Veja os vídeos e o texto deste episódio em nosso blog :
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/legado-criativo-possvel-

Memória e as redes da criação
Memória é continuidade que se dá no campo das interações, o registro é um modo de fazer durar a descoberta, de driblar o esquecimento.
Um centro de memória criadora é um sistema aberto uma matriz geradora , uma rede documental de processos criativos.
O inacabamento é intrínseco a todos os projetos de criação.
Estes são alguns dos temas de destaque deste episódio do nosso podcast, na leitura comentada do livro :
Redes da criação : construção da obra de Arte de Cecília Almeida Salles.
Acompanhe também nosso blog : https://www.residenciacriativa.com/artigos1

Es Devlin e a paixão pela luz
Ela começou trabalhando com teatro e óperas experimentais no London's Bush Theatre e hoje desenha o palco para grandes artistas populares como beyoncé, Adele e U2.
Seu percurso poético é declarado : "minha busca é esculpir a luz "
E sua incessante pesquisa de linguagens, perspectivas e referências faz de Es Devlin uma artista inspiradora e reconhecida.
Assista os vídeos no nosso blog e compartilhe suas impressões.
Já conhecia Es ?
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/criao-como-rede-es-devlin

Cadernos de criação: Ronaldo Fraga e Portinari
"Cada caderno tem um formato diferente, por exemplo, na coleção : "Turista Aprendiz do Sertão", como eu fui muito para o sertão e não podia carregar muito peso, eu precisei de um caderno pequeno, mas eu tenho coleções que os cadernos são imensos, são cadernos de mesa mesmo. Essa coisa de caderninho de anotações permite que eu me organize, na relação com o objeto pesquisado. Ali a coleção começa a tomar corpo, tomar forma. desde a primeira, depois que a coleção está pronta, você olha e diz : "Nossa , foi tudo tão claro, tão didático !, mas claro que nem tudo foi assim "
Leia a matéria completa e veja os vídeos no blog :
https://www.residenciacriativa.com/artigos1/cadernos-de-criao-ronaldo-fraga

Akira Kurosawa um exemplo de projeto poético
Criamos um podcast para conversar sobre os processos de criação e suas interfaces poéticas e comunicativas.
A idéia é ler e comentar livros que falam sobre processos criativos, bem como buscar explicitar conceitos e processos através de mergulho em obras e nos relatos de seus criadores, ouvindo os rastros dos seus percursos criativos nos seus diários, entrevistas e anotações das mais diversas formas.
Neste primeiro exercício de entendimento do movimento imaginativo, escolhemos Akira Kurosawa um cineasta japonês , nascido em Tóquio em 1910. Ele sonhava em ser pintor e com 26 anos foi trabalhar como roteirista e assistente de diretor. Em 1981 publica seu Relato Autobiográfico e nele esclarece o seu projeto poético:
“Eu suponho que os meus filmes tem um tema em comum e penso que este tema é realmente a pergunta da minha vida : Porquê as pessoas não conseguem ser felizes juntas ? ”https://www.residenciacriativa.com/artigos1/processos-de-criao-e-comunicao

Entre o projeto e o processo : a matéria
Existe uma tensão no percurso criador, a tensão entre o que se quer dizer e aquilo que se está dizendo.
A tensão é entre o projeto e o processo, deixando aparente o ato criador como um projeto e processo.
E é na matéria que vemos a manifestação desta complexidade em movimento.
A palavra, o som, a luz, argila, a tinta...qual é a materialidade escolhida para o su projeto ?
Vem conhecer a Residência criativa
https://residenciacriativa.com/
Acompanhe o nosso podcast !

Comunicação e criação
O processo de criação mostra-se também como uma tendência para o outro.
Vários criadores tem seus leitores íntimos, pessoas com quem discutem a obra antes do público.
A crítica também é uma fonte de influência e preocupação para o criativo,
E você compartilha seus processos criativos ?
Arte de : Catherine Pape Illustration

Projeto poético
Criação é um estado de contínua metamorfose.
Em toda prática criadora há fios condutores relacionados à produção de uma obra específica.
A ação da mão do artista vai revelando esse projeto.
Leitura do livro de Cecília Almeida Salles - Gesto inacabado

Gesto inacabado
Leitura comentada do livro de Cecilia Almeida Salles sobre o processo de criação artística.
O episódio faz parte da série de conversas sobre processos criativos e leituras da Residência criativa.
https://www.residenciacriativa.com/
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